¡mare¡
Acordo com os raios do sol batendo na minha cara, olho para os lados assustada esquecendo momentaneamente os acontecimentos do dia anterior, sinto todos os meus músculos reclamarem quando levanto, pego a minha mochila e tiro uma barra de cereal para comer enquanto caminho, vou em qualquer direção já que me perdi ontem à noite.
Já estou andando a horas, o que significa que ou eu estou no caminho certo ou eu vou topar com o acampamento daqui a alguns quilômetros.
Estou andando quando ouço passos me seguindo, viro para trás mas não encontro ninguém, estranho, mas ignoro e continuo a andar, continuo ouvindo passos e me viro de repente com raios nas mãos para assustar, e quem sabe torrar, quem esteja me seguindo, novamente não vejo ninguém, me sentindo uma idiota, me viro pra frente com intenção de seguir meu caminho.
Me assusto com um sobressalto, quando vejo a figura parada a minha frente, porém em instantes,o sentimento de surpresa é substituído por um ódio genuíno, a sensação se multiplica quando vejo o divertimento que está estampado em sua cara, falo o nome dele com um ranger de dentes.
- Jon
Em minha cabeça se passa o momento em que descia do avião depois de Corros, quando recebemos a notícia de que Jon, o sanguenovo que encontramos e que se recusou a vir conosco, tinha passado a informação de nossa localização para Maven.
- Olá Mare, como vai?
Desvio dele e continuo andando, para minha infelicidade, mas não para minha surpresa ele me segue.
- Estava muito melhor antes de você chegar. Você não deveria estar sendo covarde e se escondendo enquanto todos lutam Jon? Era isso que estava fazendo até agora, então continue, e me deixe em paz.
Falo com ironia e raiva, ele ignora os dois sentimentos, enquanto continua a me seguir.
- Posso fazer isso enquanto caminho com você Mare, mas e você, não deveria estar salvando sanguenovos do seu noivo, junto com o seu namoradinho?
Meu sangue ferve, e se eu não soubesse que ele desviaria facilmente dos meus raios eu já teria soltado vários em sua direção.
-Maven não é mais nada para mim senão meu inimigo, e Calore não é meu namorado.
Tento falar com ódio na voz, mas tudo que passei com esse tom, foi uma tristeza genuína.
- Sabe Mare, eu gosto de você - olho pra traz com uma cara desconfiada, e ele percebe - sei que não acredita nisso, e tem toda razão, eu fui um tirano, um manipulador, mas não pense que eu me arrependo, não, não é isso, o único jeito que achei pra me salvar era entregando você e os seus amigos, mas eu só fiz isso porque sabia que Maven não iria encontrar vocês.
Minha cabeça está uma bagunça, não sei em que acreditar, ele parece falar a verdade, mas Maven também parecia estar e olha aonde estamos.
Depois de tentar organizar meus pensamentos, eu decido dar uma chance a Jon, até porque eu iria morrer de fome, sede, frio e qualquer outra coisa, porque convenhamos, eu não sou boa com florestas e ele parece saber o que fazer e pra onde ir.
¡Jon¡
Ela acreditou, eu quase não creio nisso, na verdade acredito até porque eu vi isso acontecer, mas não achei que seria tão fácil manipula-lá depois de toda aquela história com Maven.
Me sinto, um pouco culpado por fazer isso, mas eu gosto da minha vida e quero vive-la por mais tempo.
Segundo as minhas provisões, a Mare irá virar uma grande guerreira, conseguirá dominar seus poderes, claro, ela terá treinadores mas eu vi os treinos que farão com ela no futuro e eu posso fazê-los sem nenhum problema, e daqui a alguns anos eles irão me encurralar, ou melhor, ela vai, então nada melhor que te-la ao meu lado, e ainda terei compania nesta jornada, quem sabe não construímos uma irmandade com o tempo.
Agora eu vou pegar galhos para montar a fogueira e poder, finalmente, ter uma noite de sono um pouco melhor, pois agora tenho a aliada mais disputada de toda Norta.
