Capítulo I - Do Orfanato ao Circo

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Anna's P.O.V.

       Quando eu era menor eu sempre imaginava o momento em que eu e meu irmão sairiamos do orfanato Santa Louise. Mas hoje com os meus 11 anos e meio eu abandonei a ideia de ser adotada e aceitei que viveria ali para sempre, quem diria que quando eu finalmente aceitei isso a coisa que eu mais ansiava aconteceria?

       - Já arrumou suas coisas? - Pergunto para o meu irmão, o Theo.

       - Claro que sim. - Diz mostrando uma bolsa onde deviam estar suas coisas.

       Hoje seria o dia em que nos mudariamos para nossa nova casa, a carroça já nos esperava na porta do orfanato enquanto eu e Theo nos despediamos do local.

       - Eu vou sentir saudades daqui. - Fala olhando ao redor. - E você, Anna?

       - Eu não. - Ele me olha com os olhos semi serrados. - Okay, talvez eu sinta um pouquinho de saudades desse lugar. Mas só um pouquinho. - Digo e ele dá um sorriso.

       Colocamos nossas bolsas em cima da carroça e subimos, logo a mesma parte em direção a cidade.

       - Então... - Começa. - Como você acha que é a nossa nova casa? - Pergunta.

       - Acho que uma casa pequena de madeira e uma família com uma mãe emburrada e um pai bêbado além de umas 5 crianças pequenas para nós cuidarmos. - Respondo, ele faz cara de desaprovação.

       - Sabe, Anna, você é muito pessimista. - Eu mostro a língua.

       - Não sou pessimista, sou realista. Com essa crise na colheita e os impostos aumentando, quem gostaria de ter mais bocas para alimentar? - Ele revira os olhos.

       - Você vai ver, aposto que é um velho bem sábio e rico com uma livraria enorme que só quer companhia. - Diz, Theo.

       - Sabe, Theo, você é muito otimista. - Dessa vez foi ele que mostrou a língua.

       Então a carroça para o que era sinal de que havíamos chegado, e, para a nossa surpresa, estávamos na frente de uma tenda de circo.

       - Ahm... Tem certeza que estamos no lugar certo, senhor? - Pergunto para o moço que conduzia a carroça.

       - Foi esse o endereço que me foi passado. - Ele dá de ombros e se prepara para ir embora.

       Dou um suspiro e sinto a mão de meu irmão em meu ombro.

       - Não julgue assim tão cedo, quem sabe é um lugar legal? - Diz tentando ser otimista.

       - Talvez. - Dou uma chance.

       Pegamos as nossas coisas da carroça e a mesma se foi, começamos a entrar na tenda do circo. Era um lugar grande, não sei o porquê de nos terem adotado, não me parece um lugar bom para uma criança viver, quanto mais duas.

       - Vocês são os gêmeos que a dona Emillia me disse que chegariam hoje? - Diz um senhor de cartola preta que apareceu do nada.

       - Somos sim. - Eu digo receosa.

       - Venham comigo, vou mostrar o lugar para vocês. - Ele começa a andar e faz um gesto para nós o seguirmos.

       O lugar era cheio de tendas e placas, era como se a qualquer momento eles desarmariam as tendas e partiriam para a próxima cidade. Depois que o lugar nos foi apresentado, nós fomos conhecer a equipe que o mantinha funcionando.

       - Essas são as acrobatas, Lilly e Muriel. - Ele aponta para duas mulheres altas e magricelas. - Esse é o homem mais forte do mundo, chamamos ele de Rex. - Ele aponta para um homem exageradamente musculoso. - Está é Merlin, nossa mágica e vidente. - Ele aponta uma mulher com um vestido longo e chamativo. - E, por último, este é Bob, ele sabe tudo sobre você apenas pelo cheiro. - O senhor aponta para um garoto quase da nossa idade de cabelos ondulados e sardas.

       - Meu nome é Theo e essa é minha irmã Anna. - Ele nos apresenta tomando a frente.

       - Sejam bem-vindos ao Circo Beija-Flor. - Dizem todos juntos.

       - Ahm, senhor? Pode nos dizer o porquê de nos trazer aqui? - Pergunta, Theo, curioso. - Sabe, todos aqui parecem muito talentosos, não acho que nos encaixados aqui. - Completa e o homem de cartola sorri.

       - Bem se vê que é esperto, garoto. Bom, na verdade nosso circo já está na estrada a tempos, todos já conhecem nossas apresentações. - Seu sorriso aumenta. - Por isso eu pedi para a dona Emillia escolher dois órfãos para se juntarem a nós e serem as novas atrações do nosso circo. - Ele explica e nossos queixos caem.

       - Eu não acho que eu consiga fazer nada interessante o suficiente para ser apresentado em um circo. - Digo me imaginando em uma corda bamba.

       - Pois é bom descobrirem até nosso próximo show ou vou lhes mandar de volta ao orfanato por desobediência. - Eu e meu irmão nos entreolhamos.

       " É oficial, estamos ferrados. " - Penso assustada.

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A Garota do Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora