Capítulo IX - O Gato de Merlim

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Anna's P.O.V.

     Nem frio, nem calor. Nem dormindo, nem tão acordada. Eu estava em um estado onde eu conseguia ouvir tudo ao meu redor porém não conseguia abrir meus olhos, muito menos me mexer.

     - Garota... - Ouço alguém chamar dentro de minha cabeça.

     " Mas que diabos é isso? " - Penso ainda sem conseguir falar.

     - Eu sou o gato Lynx, vim ajudar vocês. - Diz e eu lembro dele, o tal gato de botas.

      " E por que invadiu minha cabeça? " - Pergunto.

      - Eu não estou invadindo sua cabeça, eu entro no sonho das pessoas, me chamam de Lynx, o intruso dos sonhos. - Se justifica me fazendo ficar mais desconfiada.

       " E por que nos ajudaria? " - Tento achar uma explicação plausível.

       - Vocês me falaram de um circo e eu comecei a pensar de onde eu ouvi essa expressão até que lembrei de Merlim. - Diz e fico surpresa.

       " Como conhece Merlim? O que ela tem haver com você? " - Pergunto e ele solta uma risadinha esganiçada.

       - Merlim é minha dona, sou o gato de Merlim. Não pretendo voltar para aquele outro mundo mas mesmo assim vou ajudar quem quiser voltar. - Por mais estranho que pareça achei aquilo normal. Lynx realmente não me parecia um gato normal, e ele não era.

       Então, sabendo de seu envolvimento com Merlim eu acabo aceitando sua ajuda e perguntando o que eu deveria fazer. Ele me disse para relaxar os músculos e deixa-lo me guiar. Relaxei e deixei ele me controlar, admito que me senti como uma marionete sendo guiada pelo seu mestre. Jurei em voz baixa que nunca mais faria isso.

       Sinto minha boca ser aberta e um líquido colocado dentro dela, de primeira não percebi o que era até sentir a minha boca pegando fogo e me levantar subitamente.

       - Molho de pimenta! - Digo fazendo uma careta e colocando a língua para fora em uma tentativa desesperada de me livrar do gosto.

       - Tomem leite, vão se sentir melhor. - Diz Lynx oferecendo um copo para cada um. Nós nem mesmo pensamos, apenas pegamos os copos e bebemos.

       - Argh, eu odeio pimenta. - Theo choraminga.

       - Infelizmente esse é o único jeito de tirar o gosto dessas maçãs da boca. O gosto é tão doce porém é revestido de um veneno paralisante. - Ele se explica.

       - E pra que eles envenenariam as maçãs? - O meu irmão perguntou confuso.

       - Simples, para que mais ninguém comessem as maçãs deles. - Lynx abre um grande sorriso o que me assusta um pouco.

       - E-Então... - Começo gaguejando e respiro fundo. - Você disse que iria nos ajudar a voltar para o nosso mundo. Vai nos acompanhar daqui para frente? - Pergunto e ele nega como se fosse óbvio.

       - Claro que não, garota, eu tenho mais o que fazer do que vigiar sua crianças. - Eu reviro os olhos. - Porém, vou observa-los a distância, sempre que eu achar necessário irei ajudar vocês. - Ele diz com um sorriso travesso no rosto.

       - Pode pelo menos nos dizer a direção? - Theo pergunta.

       - Saíam do pomar e sigam pela estrada de cogumelo. - Diz apontando para uma estrada coberta de cogumelos de todas as formas, tamanhos e cores. - Cuidado, não saíam dessa trilha ou podem se perder de vocês mesmos. - Ele nos alerta.

       - "Me perder de mim mesma"? Isso não faz o mínimo sentido! - Protesto mas quando olho para Lynx ele já tinha sumido de novo.

       Dou um longo suspiro e então tento ver o fim da trilha de cogumelos.

       " Parece que vai ser uma grande caminhada... "


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A Garota do Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora