02|Inesquecíveis Compras de Natal

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Caio Albuquerque Barone

Abro à porta de casa e quase solto um grito ao ver a grande bagunça que está na minha sala de estar. Respiro fundo e conto até dez.

Calma, Caio... É a sua família.

- Mas que merda é essa aqui? - Não controlo minha boca e um grito sai.

Aos poucos os três seres no meio da sala param de pular, só deixando que as plumas, dos travesseiros estourados, caiam no chão. Estreito meus olhos e olho diretamente para Bruno, com certeza o cabeça dessa quadrilha mirim.

- Oi papai! - Henrique é o primeiro a falar, tendo um sorriso no rosto.

- Você está lindo hoje, papai. - Maria Clara completa e cerro meus olhos para os meus filhos.

- Realmente amor, você está lindo. - Bruno diz e isso quase me faz voar no pescoço dele.

- Vocês tem cinco minutos para arrumar toda essa bagunça, enquanto eu tomo um banho. - Aviso e fecho à porta atrás de mim.

- Mas papai! - Henrique e Maria Clara reclamam ao mesmo tempo e cerro meus olhos para eles.

- Isso, ou dêem adeus às compras de Natal hoje. - Falo e os dois em poucos segundos começam a catar a sujeira do chão.

Bruno solta uma risada e balanço à cabeça em negação. Sigo até às escadas, mas sou interceptado por meu marido, recebendo um beijo.

- Como foi seu dia? - Ele pergunta e reviro meus olhos.

- Ótimo, tendo que trabalhar na véspera de Natal. - Respondo irônico.

- Você está muito estressado, C... Precisa de algo para relaxar. - Ele sussurra em meu ouvido, me fazendo arrepiar por completo.

- Eu sei, por isso estou indo tomar meu banho de banheira. E espero muito ver essa sala brilhando quando eu voltar. - Sorrio cínico para ele e deixo um tapa fraco em seu rosto.

Subo às escadas em passos lentos, me sentindo um pouco cansado. Claro que hoje não precisei trabalhar o dia todo, aliás, ainda é uma da tarde, mas mesmo assim... Trabalhar na véspera de Natal é horrível.

Solto um suspiro cansado e deixo minha bolsa em cima da cama, assim que chego ao meu quarto. Me jogo na cama e fecho meus olhos, soltando uma risada em seguida.

Eu sabia que encontraria Bruno aprontando com os meninos. Ele parece que se torna novamente uma criança quando está com nossos filhos.

Bruno e eu decidimos adotar logo após completarmos um ano de casados. Faltava algo em nossa família, que se completou com a chegada deles. No início tínhamos planos de adotar apenas uma criança, mas assim que fomos chamados para uma visita e vimos aqueles dois, irmãos gêmeos, nós não resistimos. Na época eles tinham apenas três anos e o processo foi bem longo, mas no final deu tudo certo e conseguimos.

Hoje, com eles já nos sete anos, eu quase fico louco com os dois, mas não trocaria essa vida por nada no mundo.

Me coloco sentado na cama, e começo a tirar meus sapatos, ao mesmo tempo em que meu celular começa a tocar em cima da cama. Pego o mesmo e abro um sorriso ao ver o número do meu amigo.

- Oi Jean! - Falo e me levanto em seguida, indo até o closet.

- Caio, tudo bem?

- Tudo sim e com você? Ainda está de pé nossas compras hoje? - Pergunto, enquanto escolho uma muda de roupa para mim.

- Claro, Lucas está animado pela farra com os amiguinhos. - Ele diz rindo e eu o acompanho.

- Só não podemos descuidar, esses três juntos são fogo. - Falo.

Encontros de Natal - Contos LGBTQ+Onde histórias criam vida. Descubra agora