três

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Emma, seria precipitado falar que senti algo forte por você ali?
Quando os seus olhos de oceano, encararam os meus com profundidade.

Meu coração pulou no peito, minha respiração ficou pesada, e comecei a ficar nervoso. Porra, Emma, você fazia com que eu ficasse que nem um virjão perto de você.

Você se aproximou, e tocou o meu rosto com a ponta dos seus dedos.

Frios.
Gelados.

Mas, quando os seus dedos finos me tocaram, algo ali acendeu.

Me pergunto até hoje, Emma, isso aconteceu apenas comigo?Não precisa responder, eu sei.

Os seus lábios rosados se esticaram em um sorriso tímido.

Você estava bem próxima de mim. Muito próxima.
Eu sentia a sua respiração quente, e o seu maravilhoso cheiro de morango.

Emma, o seu cheiro é fascinante.

De repente, não conseguia ficar mais longe de você. O meu corpo clamava pelo seu.

- Você quer me beijar?— Seus lábios se abriram.

Caralho, Emma, como eu disse, você sabia jogar.

E naquele instante, você sabia o que eu queria.

Sim...

- Quero te sentir, Emma Turner.— A minha respiração ficou ofegante, só de você estar à milímetros de distância dos meus lábios.

Você sorriu, novamente, e se distanciou de mim.

A sua risada preencheu o ambiente.

Os seus olhos azuis se voltaram novamente para os meus. Mas, agora, o brilho deles era de divertimento.

Você se divertia com o meu sofrimento, Emma. Você gostava.

- Não vai rolar, senhor Josh Carson.— O meu nome saiu arrastado.

Como você sabia meu nome?
Você andou interessada pelo cara bonitinho da cafeteria?

Dessa vez, um sorriso apareceu nos meus lábios, só de pensar nessa ideia.

Você tirava as suas sapatilhas rosas dos pés, enquanto sorria abertamente para mim.

- Como sabe meu nome, Turner?— Cruzei os braços.

O seu sorriso se fechou, e você se levantou do chão gelado.
Em passos lentos, você chegou perto de mim, novamente.

Centímetros de distância.

- Não se iluda, doce.— Colocou uma mecha loira atrás da orelha. - Apenas, fiquei curiosa. O bonitão da cafeteria, hein?— Sorriu.

Ri.

O apelido que Kate me chamava, de vez em quando.

- Me iludir com o quê, exatamente?— Minha pergunta te deixou desconfortável.

Emma, Emma... você não conseguia esconder o seu desejo.
Assim, como eu nunca escondi nada de você.

Seus dentes rasparam no seu lábio inferior.

- Você tem que ir trabalhar, Josh.— Andou até as escadas.

Te segui. Como sempre, eu te segui.

Você me levou até à entrada do studio, e acenou para mim.

Foi a última vez que te vi naquela semana.

Lembro exatamente do dia. Quarta- Feira, 6 de agosto.

Nesse dia, voltei para o trabalho, estudei, e sim, o meu dia foi cheio. Porque não sei como, eu sabia que você não era mulher para mim.

Qual é, você era uma modelo,  dançarina famosa e talentosa. E, eu?, eu era apenas um estagiário.
Você ganhava quase 2 mil dólares, à cada minuto. Bem, e eu ganhava 300 dólares, à cada mês.

Como você foi se interessar por mim, Emma?
Havia tantos caras famosos e ricos, que beijavam os seus pés.
Mas, você me escolheu.

Emma, você realmente, me escolheu.

O cara bonitinho da cafeteria.

Cheguei no meu apartamento, cansado pra caralho. Mas, o meu pensamento era você.

Tomei banho, comi alguma coisa, e deitei na minha cama, que por mais que seja, era até confortável.

Ouvi um barulho batucando na janela, e observei a chuva grossa que caía.

Raios e trovões.

Me encolhi.

O tempo estava escuro, e o meu quarto estava gelado.
Você sabe, Emma. Você sabe do meu medo de escuro.

Por mais bobo que seja.
Um cara de quase 23 anos, com medo de escuro?
Você sempre me zoava.

Eu tinha tanto medo, que nem percebi que era algo totalmente fútil.
Sabe por quê?
Porque a minha pior escuridão estava bem ao meu lado.
Eu a pedi em namoro, a beijei, a abracei, a amei perdidamente, fiz amor com ela, e a pedi em casamento.

A pior tempestade e escuridão era você, Emma.

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