treze

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Emma, por agora, irei contar à você sobre um acontecimento.

Um acontecimento, no qual, ocorreu no mesmo dia em que você disse que me amava.
Lembro-me de que este dia fora ensolarado, temperatura amena, céu azulado, e o cheiro de café fluía pelo ar da cafeteria.

O cheiro forte de café puro adentrava pela as minhas narinas, fazendo-me relaxar.

Você não foi à cafeteria comigo, isso não é surpresa. No entanto, fui tomar o meu café sozinho.

Era mais um dia normal.
Mas o que eu não esperava era encontrar Roose, sua melhor amiga.

Bem, eu achava isso.

Observei Roose adentrar o estabelecimento, e ir até o balcão para fazer o seu pedido.

De repente, os olhos da mulher encontraram os meus.

Em relance, Roose se aproximava de mim, para sentar-se à minha frente.

- Josh — Sorriu. - , como vai? —Perguntou, batucando as unhas pintadas na mesa.

- Bem, e você? — Perguntei, simpático.

Roose por sua vez, fincou os olhos na xícara de café.

E, ela não parecia feliz.

Então, ela soltou:

- Como vai Emma? —Murmurou - Ela ainda tem ataques? — A pergunta final havia me deixado intrigado.

Então, eu franzi as sobrancelhas, pedindo silenciosamente para Roose continuar.

- Não me surpreendo se ela não tiver parado... — Suspirou. - Emma tinha ataques frequentes no colegial. — Bebericou o seu café.

Emma...?

- Ela chegou à ser expulsa do colégio.

Pela primeira vez, desde que entramos nesse assunto, perguntei:

- O que houve?

Roose deu uma risada forçada antes de falar...

- Emma foi acusada de ter deixado uma das colegas de classe desacordada. — Disse. - Nunca foi provado, mas tinham testemunhas... se posso dizer. — Continuou. - Os pais de Olivia... — Se referiu à garota. - , queriam denunciar. Porém, Emma era menor de idade, e Olivia não quis denunciá-la.

Naquele momento, Emma, eu não pude acreditar.

Você era um anjo, na minha concepção.

- Williams, o pai de Emma, era superior, e tinha amigos... —Murmurou. - Ele fez de tudo para ocultar esse ocorrido. — Continuou. - Ia ser ruim para todos se a filha fosse vista como... — Roose pensou. - Perturbada.

De repente, Roose suspirou e se levantou.

- Não conte à ninguém sobre isso. — Engoliu em seco. - Diga à Emma que mandei ''Oi''. — Sorriu, virando-se de costas.

Mas antes de ir, Roose me alertou:

- Josh, tenha cuidado, e tenha paciência.

Então, já anoitecendo, fui para casa, encontrando você deitada na cama.

- Finalmente. — Suspirou.

Sem dizer uma palavra, fui tomar banho.

Querida, eu tive medo de você.

Um medo, que fora passageiro. Porque assim que você colocou os braços ao meu redor, beijou os meus lábios, e sorriu...

Eu me entreguei à você.
Eu confiei, amei, e escolhi não acreditar em mais nada.

- Josh...— Sussurrou. - Eu amo você.

Emma, isso poderia ser mentira. Mais uma mentira.

Mas naquele momento, eu só queria que você fizesse isso...

Queria que você me contasse as suas mentiras mais bonitas, olhando para mim.

Queria que você, simplesmente, quantas vezes quisesse, olhasse nos meus olhos e mentisse para mim.

Porque, sem explicação, eu amava as suas mentiras.

Eu amava você, ao ponto de aceitar todos os seus piores defeitos, e as suas piores mentiras.

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