dois

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Naquele dia, Emma, eu não conseguia te tirar da porra da minha cabeça.

Ficava vendo o seu sorriso, e seus olhos de oceano, brilharem na minha mente.

Você me fez ficar fascinado. Eu nem te conhecia, nem sabia que poderia te encontrar novamente.

Já era tarde da noite, os meus olhos estavam pesados.
Me deitei na cama, cobri o meu corpo, e fechei os olhos.

Vou te contar, seria novidade falar que assim que os fechei, você veio na minha mente de novo?
Você sorria para mim.

Emma, você virou a porra do meu vício.
E foi você, que me deu à calmaria.

Nem percebi, que apaguei lembrando de você. E agora, já estava de dia.

Olhei o relógio na parede, e marcava 11:36 da manhã.
Precisava levantar, e ir para o trabalho.

Me levantei, escovei os dentes, tomei banho, me vesti, peguei as chaves do carro e fui para cafeteria, novamente.

Não vou mentir, fui na esperança de te encontrar.

Parei o carro, e adentrei o estabelecimento. Diferente daquelas outras vezes, eu não me sentei, não observei, apenas, pedi o café para viagem.

O por motivo?
porque você não estava ali.

Me debrucei sob o balcão, e sorri amigavelmente para Kate.

- Kate, você lembra daquela moça de cabelos loiros de ontem?— Os olhos de Kate me observaram com curiosidade.

Kate sorriu, enquanto me entregou o copo de café.

- Emma Turner?— Kate indagou, com entusiasmo.

Meu sorriso foi inevitável, só de escutar o seu nome, amor.

- Ela vem sempre aqui?— Perguntei.

Kate limpava o balcão, e deu de ombros.

- Na verdade, todos os dias. Ela vem sempre no mesmo horário, 11:30. Estou surpresa, ela não veio hoje.— Suspirou.

Como assim, Emma?

Apenas sorri para Kate, e agradeci. Saí da cafeteria e segui para o trabalho.

Mais um dia nessa empresa.

Estacionei na vaga, e corri para pegar o elevador.

Olhei meu relógio de pulso e, merda!
Meu chefe iria me matar.

Corri até o andar, e me dirigi à sala dele.

Entrei com rapidez, o fazendo me olhar confuso.

- Bom dia, senhor Willians.— Meu tom saiu arrastado.

Eu estava atrasado.

Meu chefe sorriu e me estendeu alguns papéis.

- Bom dia, Josh.— Disse. - Preciso que entregue isso em uma empresa. Sabe a Filip's Studios?.— Perguntou.

Bebi um gole do meu café.

- Aquela das modelos?— Pergunto, e ele assentiu. - Só para entregar?

O senhor Willians assentiu, novamente.

Acenei para ele, e saí em busca de entregar os papéis.

Ah, se eu soubesse.
Emma, meu dia estava sendo um saco. Mas, sem que nem passasse pela minha cabeça, ele iria melhor.

Como ia.

O studio de dança Filip's, era perto.

Desci do carro, peguei os papéis, e fui em direção à recepção.

Uma moça de cabelos pretos me encarou com simpatia, e um sorriso malicioso.

- O que deseja?— Sua voz era melosa.

Sorri sem mostrar os dentes, e pigarreei.

- Só vim deixar esses papéis.— Estendi as pastas que estavam nas minhas mãos.

Ela sorriu, e sua mão encostou na minha.

- Deseja mais alguma coisa?— Perguntou, com os olhos castanhos brilhando em malícia.

Eu iria protestar, mas algo me impediu. Alguém.

Os seus olhos azuis, me encararam com surpresa e felicidade.
Você encarou a moça da recepção, e fechou a cara.

Você se aproximou e tocou o meu ombro.

- Winnie, não cansa de dar em cima dos homens?— Sua voz saiu em tom de ironia.

A moça, Winnie, não falou nada. Ela apenas, pegou os papéis e andou até o elevador.

Você sorriu.
Não escondi o meu sorriso, e a satisfação de te ver.

- Então, veio me ver?— Seus braços se cruzaram.

Mordi meu lábio, e os seus olhos azuis observaram atentamente.

- Apenas, vim entregar aqueles papéis.

Enquanto eu falava, você observava os meus lábios.

Vi você morder de leve os seus lábios rosados, e me encarar.

- Não quer ficar?— Perguntou.

Suspirei e sorri.

- Meu chefe não vai gostar.— Falei, e seu semblante se franziu.

- Willians Peterson?— Perguntou, e eu afirmei. - Depois falo com ele.— Diz, calma.

Um riso escapa dos meus lábios.

- Preciso ir, ou vou ser demitido.

Emma, você apenas sorriu, e se aproximou.
Você tocou o meu peito de leve, com o seu dedo indicador.

- Já disse, depois falo com ele.

Olhei nos seus olhos.

- Como você vai convencê-lo?— Minha pergunta pareceu uma piada.

Você riu, e bateu na própria testa.

Sua risada era perfeita.
Emma, o quê não é perfeito em você?

- Acho que ele não vai se importar, você vai estar fazendo um favor à filhinha dele.— Disse.

Meus olhos se arregalam, e sorri incrédulo.

- Você...— Não terminei de falar.

Você pegou na minha mão, e me levou até um lugar escuro.

O teatro.

Você me faz ficar te observando.

- Você gostaria de me ver dançar, senhor?— Perguntou, e fez uma reverência.

Ri.

Você era uma mulher fascinante.

Você começou à dançar uma música calma. Passos calculados de ballet.

Linda.

Você acabou sua apresentação, e se aproximou ofegante.

- Então, garanhão, gostou?

Um sorriso brincava nos seus lábios.

- Gostei muito.— É inevitável, o sorriso dos meus lábios.

Os seus olhos me encararam novamente. Mas, dessa vez, havia algo de mais ali.

Nossos olhos estavam conectados um ao outro.

Emma, os seus olhos eram como à calmaria do oceano, e à trovoada de uma tempestade. Você poderia fazer à minha vida ser calma, e apaixonante, mas, você escolheu fazer com que ela fosse fria, e escura.

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