♧Storm♧

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O loiro olhou surpreso para Minho, e depois para Helena, e logo notou a mesa de centro, onde haviam dois pratos vazios e uma garrafa de saquê

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O loiro olhou surpreso para Minho, e depois para Helena, e logo notou a mesa de centro, onde haviam dois pratos vazios e uma garrafa de saquê.

-Ah, então foi pra isso que você me fez pedir mais dois dias de folga pra Taeyeon, né? - Kibum disse entredentes, o ciúme lhe esquentando o sangue até as têmporas.

-Calma, Kibum, deixa eu explicar -

-E o que tem de mais aqui? Eu que convidei. Ele é meu amigo. -Helena disse ainda sentada, dando mais um gole no saquê.

Minho arregalou aos olhos em direção a amiga: "Noona você quer matar todos nós???" E de volta para Kibum, cujos olhos felinos ardiam de raiva.

-Foi um erro vir aqui. Me desculpem, não vou mais atrapalhar sua reunião particular. - O loiro virou-se em punhos cerrados, e já ia embora, quando Minho o deteve do lado de fora do apartamento.

-Hey, calma! Ela não podia falar comigo no trabalho e a reunião lá terminou tarde, você queria que eu procurasse ela num bar? Ela conseguiu falar com a Soo, Kibum.

-Ela conseguiu?

-Conseguiu sim, e elas vão se encontrar semana que vem pra conversar. Eu juro que não tem nada de mais. Por favor, dá um crédito a ela, ela tá exausta. Mas caramba, você pegou mesmo um vôo no meio da noite pra vir até aqui?

O loiro bufou ressentido, sem responder. Querendo obedecer o próprio orgulho e ir embora dali mesmo, mas seu corpo o impedia, recostando-se no corredor. Seus dedos se prendiam com força ao corrimão, o maxilar tensionado, sentia o rosto fervendo, tudo de uma vez.

-Vocês parecem dois selvagens, pelo amor de Deus! Espera aqui que eu vou chamar ela. - Quando Minho ia abrir a porta, Helena saiu, cabisbaixa, fechando-a atrás de si.

-Bem, eu espero vocês lá dentro então.

-Se ouvir atrás da porta eu arranco seus dentes. - Kibum disse ao mais alto, cruzando os braços. Passou um tempo olhando pros lados enquanto a ex fitava o chão, minúscula. Ela era transparente demais para ele. Ele percebeu que Helena havia se arrependido da forma como falara assim que as palavras saíram de sua boca. Isso o amolecia também. - Como você está?

-Eu tô bem, eu acho. -Ela disse, colocando uma mecha atrás da orelha e espelhando o cruzar de braços do loiro. - O que você... bem, posso saber porque veio?

-Eu vim saber como você está - Kibum disse meio rouco, em seguida limpando a garganta. -Você parece cansada.

-Você também. - Ela ergueu o olhar, em preocupação contida.

"Que merda pirralha, porque tem que ser desse jeito?" Kibum disse consigo, relutante. Cada centímetro do seu corpo pedia para chegar mais perto de Helena, como um ímã. O cabelo meio bagunçado, a aparência cansada, os pés descalços pela pressa em vê-lo. Tudo dentro dele desejava acabar de vez com aquilo, mas era mais complicado do que parecia.

-Sei que você e o Minho estão envolvidos na questão da Sooyoung -Ele começou devagar- mas também sei que pode ser prejudicial pra você ficar se encontrando conosco. As coisas vão começar a se agitar em breve e você me pediu pra ficar fora disso.

As palavras do rapaz pareceram ferir Helena.

-Eu não pedi porque quis, você sabe muito bem. - Ela argumentou, ofendida. - Soo é minha amiga, Minho é meu amigo, e eu não podia ignorar a situação. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

-Se a sua relação com eles não afeta sua situação na empresa, porque sua relação comigo afetaria? - Kibum respondeu indignado. Ela parecia se empenhar mais pela felicidade dos outros do que pela própria felicidade.

-Você acha que foi uma escolha fácil de fazer? Foi você que veio falar comigo sobre um plano pra foder com a sede japonesa e se livrar da fusão. Você não entende que estando lá e mantendo um relacionamento com você eu seria a traidora da situação?

-Como assim, foder com a sede japonesa? O que a Sonam quer fazer vai destruir todos nós, Helena! Se essa fusão acontecer, a Desire inteira vai se resumir a um cubículo de quatro pessoas dentro da sede da Elle. Você não entende a gravidade disso?

-Eu sei disso, Kibum, - Helena disse, com a voz já trêmula - Mas você não entende que o plano de vocês é péssimo pra todos nós. Pode nem restar Desire depois que isso tudo terminar. Eu e Takamura estamos fazendo das tripas coração pra achar um jeito de resolver isso sem colocar ninguém na forca.

-Acho muito difícil que isso aconteça, já que a Sonam amarrou cordas no pescoço de todos nós.

-Você não sabe de tudo que está acontecendo - Helena disse, se enfurecendo. E vê-la defendendo Sonam daquela forma deixou Kibum furioso também.

-E o que é que eu não sei? O que está acontecendo?

-Eu... Eu não posso dizer.

-Ah, Helena!

-Eu não posso! Ela confiou em mim, Kibum. E eu não vou traí-la, da mesma forma que nunca trairia você, se estivesse no lugar dela.

-Eu sinceramente não vejo uma outra forma de resolver isso.

-Se você quer mesmo fazer o melhor pra Desire, reveja suas escolhas. Eu não vou trair a minha empresa, a minha equipe. Eu... Eu sinto muito.

E fechou a porta atrás de si, deixando Kibum sozinho do lado de fora, paralisado, atordoado. Do lado de dentro, Helena sentava-se no chão, em prantos. Ela precisou esmiuçar mais pedaços de si mesma naquela noite.

ONE OF THOSE NIGHTS: TOKYO BRIDGESOnde histórias criam vida. Descubra agora