Questão de tempo.

CHAPTER-1

A longa viagem tinha sido exaustiva para Maia, que agora suspirava entediada, dentro do carro. Como se já não bastasse a viagem de avião.

Durante as duas horas de viagem de avião, Maia e sua mãe, não haviam piscado uma vez sequer, Sônia,posuia trauma imenso de avião, pois durante sua gestação o avião da empresa para qual ela e seu marido trabalhavam, teve um problema mecânico que por pouco não causou a queda do mesmo. Por bem pouco.

Estranhamente ou não, Maia havia adquirido um leve medo, como a falava de sua mãe, Sônia: "Sentimentos são passados pelo ventre."

Agora, dentro do carro, com seu pai no volante, Maia relaxava ao som de "Post Malone-Rich & Sad" através de seu fone barato e nada original da Apple, já que o seu havia estragado no meio do caminho.

Sua mãe dormia tranquilamente ao banco de trás, fazendo com que Maia desejasse o mesmo, porém, sua ansiedade complicava muito, neste momento. Tentando pela segunda vez, ocupar sua mente, a garota de cabelos castanhos escuros liga a tela de seu telefone, na esperança de ter a mensagem de sua amiga, Lía, que havia voltado para casa após seu período de "férias" ter esgotado.

Sem contar com sua mãe, Lía era sua única amiga de confiança, mesmo ela ter sido construída em apenas três meses de pura convivência e confusão.

Lía possuía características digamos...não convencionais? Pois bem, olhos castanhos acizentados, ruiva e extremamente branca demais para quem não possuía nenhum tipo de doença de pele. Uma beleza exótica, seus traços eram perfeitamente perfeitos.

Lía havia partido do Texas uma semana antes de Maia receber a notícia da transferência de seus pais para a sede da empresa na qual os mesmo trabalhavam, uma grande oportunidade para eles, pensava ela, mesmo ser no estado de Washigton em Forks, uma pequena cidade, coisa na qual ela teria que se acostumar, já que mova em Austin, a capital sempre muito movimentada.

*Quando chegar em minha nova casa, te mando o endereço, não faz calor por aqui, mas nas suas próximas férias, a gente com certeza da um jeito de fazer algo legal.* A garota visualiza novamente a última mensagem na qual falava sobre a mudança.

Ela esperava não ter sido tão invasiva ou grudenta, até porque Lía poderia considerar ela simplesmente uma conhecida de férias. Após pensar novamente sobre aquilo, sentiu-se tola e confirmou isso ao ler novamente sua resposta curta, relembrando-se.

*Ok* Era a resposta de volta. Talvez ela fosse muito incômodo, pensou.

- Já estamos chegando?- Pergunta sonolenta, ao seu pai. Infelizmente, como nem tudo era flores, Maia teria que passar este tempo morando na casa do amigo de seus pais, que, por acaso, não os conhecia. Mas era por pouco tempo, até acharem uma boa casa a venda.

Palavra de seus próprios pais.

- Sim querida.- Dizia ele pela milésima vez, ao atravessar na rua da qual as casas aparentavam puro luxo em contraste com a natureza da floresta que rodeava a cidadezinha. Aliás, "verde" era o que não faltava pelo local.- Finalmente.

- Você disse que era uma casa pai, não uma mansão, se soubesse que teria espaço para ficar sozinha antes, não teria ficado tão chateada.- Diz deslumbrada com a vista externa, era definitivamente linda. Após o pai parar o carro Maia retira o cinto de segurança e se retira imediatamente de dentro do carro, sentindo sua coluna agradecer.

- Venha querida.- Diz Sônia, já de pé ao seu lado. Talvez a garota tivesse ficado tempo demais se esticando e admirando a casa.

A campainha tinha sido tocada apenas uma vez e, em poucos segundos, a maçaneta da porta aberta, pela última pessoa que Maia esperava ser.