CHAPTER-2

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            [NARRAÇÃO-MAIA]

- Oi Maia, você foi ótima hoje. É bom receber gente nova aqui na Falcons, depois de você o time acabou se unindo mais. - Fala a treinadora, me fazendo sorrir, despeço me dela indo sentar com a galera da natação.

Depois de um mês, minha relação aos estudantes daqui havia mudado. Eles era legais, do jeito deles.

Tranquilos, a grande maioria, eu diria.

Diferentemente da casa na qual eu tinha que entrar todos os dias e ignorar as pessoas. Mal trocava palavras com minha mãe, quem dirá, com o resto da casa.

Vou em direção ao meu armário, pegando alguns convites para o baile de primavera deixados em meu armário. Os guardo em minha bolsa.

                      ......................

- Fale comigo Maia, por favor. - Diz Christian ao entrar na cozinha, Sra.Winterbottom nos deixa a sós. Traidora. - Você não vai conseguir me ignorar por toda a vida, vou esperá-la terminar.

Diz e se retira da cozinha. Sinto um bolo se formar em minha garganta e as lágrimas descem pelo meu rosto.

Quantas pessoas ele já não teria matado? E meus pais?...Lía...

Só quero tentar esquecer aquilo, a conversa, o beijo, eu o ter conhecido e minha vida ter virado de cabeça pra baixo.

- Querida, eu sei que parece surreal mas eles não são ruins como você pensa. Dê mais uma chance ao menino Christian...por favor.

- Não importa se a maioria é sangue animal Bonnie! Eles matam pessoas do mesmo jeito.Eles são aberrações.

- Eu entendo querida, sei o quanto isso é difícil para você, mas lhe juro que todos aqui só querem seu bem. Eles nunca a machucariam, já lhe contaram seu destino, isso é para sua proteção.

Levanto-me da mesa e me retiro.

       [NARRAÇÃO-CHRISTIAN]

- Ela vai nos aceitar querida, você mesma sabe que o tempo vai fazê-la entender. - Diz o marido de Sônia, a beijando. Todos estávamos na sala, conversando.

A ausência dela me entristecia.

- Talvez fosse melhor termos mantido segredo. - Pronuncio descrente, pensando em ir em seu quarto. Ela já havia terminado de almoçar e sabia no fundo que não faria nada para machucá-la. Mas não me dava oportunidade de "amolecê-la".

- Ela só iria sentir-se mais enganada. Você fez o que deveria ser feito. - Diz Marcus, tendo concordância da família.

Olho pra Henry, que se joga na piscina, alheio. Para ele, Maia ainda se comunicava mesmo sabendo que ele também era como nós.

Talvez por pena ao saber que o mesmo tinha sido mordido e virado um de nós extremamente cedo.

A realidade era que Henry cresceria até a fase adulta e estacionaria, assim como eu. E ficaria assim, pra sempre. Triste realidade.

- Vá logo Christian. - Diz Lía ansiosa. Ela odiava o fato de sua amiga estar dessa forma conosco e de acordo com ela, Maia pensava em mim. Não era como se ela tivesse conseguido esquecer o quão conectados estávamos no dia em que nos beijamos.

De acordo com Lía, ela estava furiosa pela ideia de gostar de mim e por saber o que nós nos tornariamos hora ou outra . Fecho minhas pálpebras por um momento, sentindo seu cheiro doce inundar o espaço.

Não entendia o motivo pelo qual ela ainda tentava passar despercebida.

Doce como seu próprio sangue, que havia provado semanas atrás ao morder seu lábio. Delirante e viciante.

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