Roller Coaster

Capítulo 4: Dark Paradise

"Eu estou sozinha à meia-noite
Tenho tentado muito não entrar em problemas, mas eu
Eu tenho uma guerra em minha mente
Então, eu apenas sigo em frente - Ride, Lana Del Rey."

A bordo - 00h45.

Um mês depois.

Point of View: Kendra Campbell

As duras palavras de Heron pairavam na escuridão entre a música alta da boate. Às vezes eu encontrava consolo nesse vazio, mas, no último mês que começamos a colocar nosso plano em prática, tudo que eu encontrava era perturbação. Esse espaço se tornou mais uma viagem conveniente para se esconder, do que para se divertir de fato. Heron estava totalmente obcecado e deslumbrado com o quanto dinheiro poderia arrancar do Justin, e sem ao menos ele desconfiar dos nossos planos e roubos em conjunto, pelo menos era assim que ele pensava.

Heron se aproximou de Jaden, segundo ele é um dos melhores amigos do Justin e com isso conseguiu informações sobre o que a nossa vítima gostava de fazer, basicamente ele não gostava de nada do que era bom. Arrisquei em dizer até que ele era o anticristo, realizando todos os sete pecados capitais enquanto estava esperando a hora certa de trazer o fim do mundo.

Depois daquele ocorrido com Alina que Justin havia deixado a ver navios, ele fez um inferno no cruzeiro e na minha vida. Toda vez que eu tentava jogar poker e conseguir algum dinheiro, ele se juntava a mesa e mostrava que eu estava roubando de alguma maneira, assim me fazendo perder todo dinheiro conquistado. Acabei ficando sem saída, apenas tentando faturar dinheiro na boate, como stripper.

Não me faria a mulher mais rica do cruzeiro, mas também não seria a mais pobre. O cache por show era um valor bem mais alto que o habitual no mercado nesse ramo.

Pego a carteira de cigarros de cima da mesa olhando Heron que estava cuidando do meu ensaio de hoje, levo um cigarro até os meus lábios acendendo o mesmo em seguida.

— Você acha que está pronta para se apresentar? Jaden irá trazer Justin para assistir aos shows.

Reviro os olhos me contendo para não enfiar o cigarro em seu olho, Heron estava ultrapassando o limite, daqui alguns dias poderia até se tornar uma obsessão doentia.

— E espera que eu faça o que? O conquiste com um chá de buceta? — digo ríspida, soltando lentamente a fumaça pelos meus lábios.

O jeito que Heron estava me tratando ultimamente estava me tirando toda a paciência possível.

— Se isso for preciso para a gente finalmente conseguir arrancar alguma coisa daquele babaca, faça isso! — ele responde, sem dar qualquer importância.

Como a droga de um corno manso.

Heron se coloca de pé e vem até meu encontro agarrando rapidamente minha cintura, levando seus lábios ao meu pescoço beijando o local, era notável seu hálito quente e seu cheiro forte de maconha grudado em sua roupa.

— Não importa como faça isso, seu corpo sempre será meu e você sabe disso. — sua voz rouca e calma próxima ao meu ouvido me causava arrepios, Heron tinha razão, meu corpo o pertencia e ele sabia exatamente como me tocar, mas eu não iria ceder tão cedo, eu estava chateada e ele sabia disso.

Me afastei empurrando seu corpo com força o tirando de perto, tragando o meu cigarro entre meus lábios o lançando um olhar de raiva, vendo ele sorrir da maior forma debochada possível. Ele queria que eu me apresentasse, então eu iria me apresentar.

— Pode me colocar como atração principal, farei o que você está mandando, querido.

Termino meu cigarro jogando o restante dele, no lixo. Indo em direção aos camarins passando pelo enorme corredor preto com detalhes em dourado, já ouvindo as vozes das outras dançarinas. Entro no camarim já começando a me despir caminhando nua, até a caixa enorme em cima da penteadeira que se encontrava a roupa de hoje a noite.