Primeiro Dia

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Ludmilla POV

O primeiro dia era sempre o mais tranquilo, apenas apresentações e reuniões. Alexandre, o responsável pelo polo de Miami iria sair rápido demais, não daria muito tempo para me inteirar sobre a situação em que tudo andava. Hoje mais cedo ele me apresentou a mulher que me ajudaria nessa difícil tarefa. Brunna Gonçalves. Apesar de seu evidente nervosismo, ela me parecia alguém muito competente e esforçada. Pelas recomendações de Alexandre, Brunna estava por dentro de cada detalhe da empresa, como uma ótima secretaria ou braço direito. Além de ser uma mulher extremamente atraente, Srta. Gonçalves como eu chamava, era uma linda morena de traços mestiços, ela não era americana, talvez brasileira. Seu rosto magro era lindamente modelado, seu nariz era pequeno que harmonizava perfeitamente com seu rosto e sua boca bem desenhada, pude notar que seus olhos eram castanhos.

Ela usava um justo e modelado vestido na cor turquesa, ressaltando suas belas curvas. Seu cabelo era escuro, ondulado e longo, estava parcialmente preso na parte de trás. Seu olhar era temeroso, e um tanto assustado para mim. Será o que lhe causa tanto medo? O que será que ela sabia de mim? Céus! Fui o mais gentil possível, o que não era de minha natureza, mas a moça assustada merecia gentileza, já que seria praticamente minha companheira ali. Expliquei a ela a forma como gostava de trabalhar, e de tudo que eu iria precisar no dia a dia, Brunna pareceu entender tudo perfeitamente bem, anotou algumas das coisas em sua pequena agenda azul. E logo depois se retirou.

Estudei pelo resto do dia alguns relatórios deixados em minha sala, pelo jeito tudo está andando bem por aqui. Mas precisava melhorar. Mesmo focando naqueles papéis, algo, ou melhor, alguém, me desconcentrava. Desde a noite anterior a dançarina não saia um minuto sequer da minha cabeça. A imagem dela dançando de forma tão sensual estava penetrada em meus pensamentos. Droga, Ludmilla! Como eu poderia deixar uma mulher a qual nem se quer troquei uma palavra invadir meu espaço tão rápido? Neguei com a cabeça, tentando afastar a imagem daquela morena rebolando de forma sexy para mim, isso mesmo, para mim. Mas era impossível, precisava vê-la de novo. No final de seu show, me senti um tanto frustrada e alegre por ela não receber as pessoas, se ela não recebia qualquer um que lhe oferecesse dinheiro, era um tanto de bom caráter... Foi quando senti mais vontade de vê-la, mas minha vontade foi recusada.

— Sra. Oliveira? – Ouvi alguém me chamar, tirando Sophia de meus pensamentos.

Brunna entrou na sala timidamente.

— Lhe trouxe o café que a senhora pediu, está bem quente. – Ela falou colocando ao meu lado.

— Obrigada Srta. Gonçalves. Sabe me dizer se Alexandre está na empresa?

Ela caminhou para frente de minha mesa, com a pequena bandeja nas mãos.

— Ele já foi embora senhora, a maioria já foi.

Olhei para ela um tanto confusa, todos já estavam indo embora? Que horas deveria ser? Peguei meu celular olhando para o visor e já passava das 20hrs.

— Oh, céus! Já passa das oito! O que ainda faz aqui, Gonçalves?

— Bom senhora... Estava terminando os relatórios que me pediu.

— Deixe-os para amanhã, você pode ir para sua casa. Esqueço das horas às vezes. Peço que me ajude nisso também, ou é bem capaz de lhe fazer trabalhar a madrugada toda.

Brunna assentiu tranquilamente, eu fitei a mulher parada em minha frente, analisando disfarçadamente. Algo nela me era familiar, eu apenas não sabia o que, talvez fosse loucura. Estava tão focada na dançarina que via ela em todas as mulheres que me parecessem atraentes. A moça ficou um tanto desconfortável sobre meu olhar, eu então rapidamente parei.

The Stripper [Brumilla] Onde histórias criam vida. Descubra agora