Dia Diferente

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Brunna POV

Sabe quando você está dormindo e acorda com uma energia diferente? Uma espécie de sensação boa? Foi assim que acordei hoje.

Espreguicei-me sobre a enorme cama sentindo todos os músculos do meu corpo mais relaxados abri os olhos com certa dificuldade e fitei o teto de gesso. Meus olhos correram por todo o luxuoso quarto no qual me encontrava hospedada, a casa dos Oliveira era de dar inveja. Tudo era extremamente lindo e mesmo com tanto luxo o local não perdera a sensação acolhedora que causava.

Rolei na cama de um lado para o outro sentindo o aroma suave que emanava dos lençóis tão macios e Ludmilla veio em meus pensamentos, não conseguia imaginar o quão difícil estava sendo para ela ter que enfrentar a doença de seu pai.

Pelo pouco conhecimento que tinha a respeito da doença, o Alzheimer é um mal incurável e só tende a piorar conforme o passar do tempo. Em minha cabeça Renato era novo demais para sofrer de tal doença, mas infelizmente algo assim não faz distinção de idade. Apesar da doença Renato parecia ser um homem muito feliz, durante todo momento que estive em sua presença não vi o sorriso deixar-lhe o rosto. Silvana e Luane pareciam estar conformadas com tudo, Ludmilla era a única que demonstrava maior dificuldade em aceitar, mas eu não a julgava. A noite anterior a havia deixado frágil demais, era nítida a lembrança do brilho triste que a morena possuía nos olhos ao me fitar, foi de cortar o coração ver Ludmilla assim.

O que mais havia me deixando surpresa foi o pedido de abraço. Será que Ludmilla me considerava como amiga? Ou havia sido apenas eu presente em um momento delicado onde ela precisava daquilo?

Não...

Ludmilla não era daquele jeito, ela sempre se mostrara uma pessoa totalmente decidida e sincera, imaginá-la de qualquer outra maneira era um tanto difícil se você é alguém que convive com ela diariamente. Mas se não era isso, então o que ela esperava de mim? Talvez nada, ou talvez apenas uma boa amizade. Era nítido que Ludmilla se ajoelhava aos pés de Sophia, ou melhor, aos meus pés. Mas não era assim que eu a queria, eu a queria e isso era um fato, mas queria sentir o carinho, ser cuidada por ela, quem sabe amada... Mas infelizmente nesse patamar eu não havia entrado.

Sophia conquistou Ludmilla com o corpo, o desejo. E eu?! O que eu havia feito? O que eu tinha conquistado de Ludmilla?!

Levantei-me da cama e deixei minhas ideias para trás, pensar em tantas coisas assim me deixava confusa e com a cabeça doendo. Deixando esses pensamentos decidi que faria desse final de semana especial, não me preocuparia com Sophia ou com o fato de Oliveira ser minha patroa. Seríamos apenas Brunna e Ludmilla, com a mesma havia pedido, nada mais.

(...)

Depois de um banho quente vesti um jeans com estilo rasgado na perna junto a uma blusa cinza de tecido leve, meus cabelos estavam soltos e levemente ondulados. Fitei-me pela última vez e saí do quarto, a essa hora todos provavelmente já se encontravam na mesa para tomar o café da manhã, desci as escadas sem fazer barulho e ouvi algumas risadas que pareciam de Renato e Luane. Eles não estavam na sala de jantar, pela vidraça os vi sentados à mesa que ficava ao lado de fora da casa. Aproximei-me devagar da mesa e vi todos reunidos.

"Digamos que eu acredite que ela não é, mas pense que deveria ser. Ela é uma gata!"

Pude ouvir Renato falando para Ludmilla ao chegar mais perto. Será que estava falando sobre mim? Ludmilla soltou uma risada para o pai, jogando um pequeno pedaço de pão no mesmo.

- Estragar comida é pecado senhorita Oliveira. - Falei em meio ao riso conforme me aproximei mais da mesa. - Bom dia para vocês.

Todos rapidamente colocaram seus olhares sobre mim, me deixando levemente envergonhada. Ludmilla me fitou dos pés à cabeça, parecia analisar cada mínimo detalhe que havia e mim.

The Stripper [Brumilla] Onde histórias criam vida. Descubra agora