To be so lonely

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O barco balançava contra o mar agitado, uma forte tempestade a pegou de surpresa durante a sua viagem em busca da ilha. Em meio a ventania, Genevieve questionava-se qual era o real motivo de estar ali, e quão louca ela estava sendo.

Bem, no momento ela apenas queria sair viva desse situação que causou a si mesma.

Devido à violenta chuva seus esforços para continuar guiando o barco era inútil e a jovem perdeu total equilíbrio caindo no mar, afogando-se.

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O som estrondoso do relâmpago a fez despertar completamente ofegante, tinha sonhado com seu naufrágio e estava apavorada. Seu corpo estava suando devido à adrenalina que aquela lembrança a causava, procurou por Harry pelo quarto mas estava sozinha na cama.

Encontrou o mesmo deitado no chão, a garota prontamente desceu e foi se juntar a ele, o abraçando, e naquele momento o abraço dele afastou toda sua angústia. Ela se sentia protegida ao seu lado.

Na manhã seguinte, Harry acordou sentindo um peso em seus ombros,   levou um leve susto ao notar que Genevieve estava com a cabeça em seu peito, ouvindo as batidas do seu coração que estavam aceleradas devido ao pequeno susto.

Suas bochechas queimaram de vergonha ao sentir sua perna em cima de seu pênis, não sabia como disfarçar sua ereção matinal que tinha costume de acontecer.

A garota começou a se mexer e piorou ainda mais sua situação, Harry apertou bem os olhos e tentou pensar em coisas que o fizesse "voltar ao normal".

— Está se sentindo bem? — escutou a voz de Genevieve. Será que ela percebeu?

— Oi! — diz tímido — C-Claro, estou me s-sentindo ótimo, por que não estaria?

Harry xingou a si mesmo por está nervoso ao ponto de gaguejar.

— Ok, você está mais estranho do que o normal. — a garota levantou e Harry tratou de puxar um lençol para cobrir sua parte avantajada.

Improvisou uma pose de lado com a mão na cintura, ele parecia uma sereia, Genevieve gargalhou do fundo de sua garganta.

— Qual é o seu problema hoje? — questionou ainda com um sorriso nos lábios.

— Nada, oras! Estou apenas me espreguiçando. — ele respondeu ao esticar os braços. — E a senhorita, o que aconteceu durante a noite pra sair da cama? N-não estou te repreendendo, só... gostaria de saber.

De repente o ar ficou mais pesado e difícil de respirar.

Eu... tive uma lembrança.

Harry mudou sua semblante de brincalhão para uma mais séria. Consertou-se e sentou ao seu lado na cama.

— Do que se lembrou?

— Do meu acidente.

Harry não sabia o que dizer, então decidiu ficar em silêncio, em respeito à ela.

— Harry, eu preciso de sua ajuda.

— Sim. — claro, que a ajudaria, ele se sentia responsável por ela, não negaria nada, nem se quisesse.

— Quero que ajude-me a consertar meu barco.

Harry ficou tenso, não poderia recusar aquele pedido, mas de alguma forma ouvir aquilo o deixou triste. Ele não queria se sentir sozinho outra vez.

— Então você pretende sair da ilha?

— Quando minhas memórias voltarem, com certeza irei embora. — ouvir sua confissão o machucou profundamente, mais dilacerante que uma faca.

— Se isso vai te fazer melhor, conte comigo. — conseguiu dizer, mesmo com um incômodo formando em sua garganta. 

— Obrigada. — agradeceu sinceramente, e Harry se culpou por sorrir feito bobo.

— Tá com fome? — mudou de assunto.

— Sim!

Após a refeição os dois decidiram sair para observar o mar, não estavam tão afastados da casa, acomodaram-se em um dos bancos   aproveitando a brisa.

— Quer ouvir uma história? — sugeriu Harry.

A garota se aproximou interessada, alinhando a cabeça em seu ombro.

— Há uma lenda que diz que certo dia, quando alguém estiver no alto da colina e as ondas do mar estivessem encostadas nas rochas, um raio de luz se abriria em direção aos céus, e por um segundo as portas do paraíso estariam abertas e você poderia desejar o que quisesse.

— Qualquer coisa? — perguntou animada.

— Qualquer uma!

— Mas o que temos que fazer pra surgir essa luz?

— Bom, não diz.

— Isso é injusto. — comenta desapontada. — E se tentássemos pergunta à outras pessoas? Talvez saibam a resposta.

— É uma excelente ideia. — forçou um sorriso, Harry não queria desanima-la e por isso preferiu não  contar que nunca conseguia interagir com as pessoas da ilha, ele faria esse pequeno esforço.

Harry não poderia se culpar por se apaixonar, ele ainda tinha a essência de um menino, e estava disposto a passar por qualquer obstáculo para deixar sua nova amiga feliz, mesmo que ajudá-la significasse ficar sozinho.

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