Sua visão aos poucos ganhava foco, um sorriso maroto escapou de seus lábios, Harry sentia-se preso em um sonho que ele viveria tranquilamente nele. Genevieve estava entrelaçada em seus braços, Harry sentia-se tão sortudo, mesmo vendo a cena diante dos seus olhos, ele não conseguia acreditar no que lhe aconteceu na noite anterior.
A sensação que tomava seu corpo era de constante euforia; nada poderia o incomodar, já que consequentemente, agora está mais confiante de si e percebeu o quanto precisava daqueles cuidados que estava recebendo dela. Harry estava adorando a sensação de ser importante pra alguém.
— Bom dia. — sorriu largamente assim que a viu despertar em seus braços.
— Bom dia, honey. — devolveu o sorriso.
Ele não sabia o que falar, na verdade ele não queria dizer nada, ele queria reviver aquela cena todos os dias, em todos os momentos, sem dúvidas, ter o sorriso apaixonado de Genevieve foi a melhor conquista que já teve.
— Por que está tão calado, Harry? — comentou sua garota com um riso tímido.
— Estou preso, admirando você.
— Pode parar! — cobriu o rosto envergonhada.
— O que foi? Eu disse algo errado? — pergunta inocente.
— Não. — respondeu encarando-o novamente. — Você é genuíno Harry, lembre-se disso.
A garota o alcançou roubando um beijo rápido. Sentou na beira da cama e começou a se vestir.
— Quais os planos para hoje? — ela o perguntou mudando totalmente de assunto.
— O que quer fazer?
— Quero dar uma volta, comer algo que não seja enlatado ou peixe. — fez uma carinha enjoada.
— Eu conheço um lugar.
Harry a levou para uma especiaria, onde costumava repousar algumas vezes. A mulher que fazia os pratos parecia está sempre com pressa, como se quisesse adiantar algo, que ele não sabia a razão para a senhora agir desse jeito.
O menino gostava de observar o seu trabalho, e mesmo ela o tratando como se o mesmo não estivesse ali, Harry admirava sua persistência, e de certa forma eles eram parecidos. Quase ninguém se atrevia à saborear suas receitas peculiares, no entanto, a mulher não desistia, ele a invejava por isso.
Genevieve entrou no recinto com a boca salivando, estava faminta, e o aroma de comida fresquinha só a deixou mais ansiosa pra comer.
— Humm... Que cheiro bom! — comentou. — Estou morrendo de fome.
— Espero que goste daqui, costumo vim às vezes.
— Olá! — anuncia Genevieve ao se acomodar no balcão.
A mulher a sua frente sorriu sem parar com os movimentos na cozinha, Genevieve por outro lado, achou aquela atitude de não respondê-la um pouco grosseria.
— Por que ela não diz nada?
— Porque ela não pode. — Harry fez um sinal sutil. — Acredite, ela a receberia bem se pudesse. Ela é diferente dos outros.
A jovem entendeu ao que Harry estava se referindo, então sorriu de volta como uma maneira de se desculpar com a mulher, ela não queria ser indelicada.
No entanto, uma chamada na pequena televisão do recinto prendeu sua atenção. Era o jornal local, anunciando o loteamentos de peixes na baía da ilha, Genevieve teve um sobressalto, aquela cena parecia familiar.
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O homem se inclinou para puxar a rede e depois jogou novamente no mar, nesse movimento repetitivo a garota o olhava atentamente, o mais velho tentou disfarçar sua frustração para não preocupa-la.
— Não se preocupe, minha cereja. — disse ao retirar mais uma vez a rede completamente vazia. — Não podemos desistir, há sempre outro jeito.
Genevieve calou-se cabisbaixa, não há peixes na rede de seu pai e isso a deixava angustiada.
— Escute filha, a solidão é um oceano cheio de viajantes, mas nunca perca esse brilho. O sorriso atrai aquilo que você emite, seja luz, independente de qualquer situação ruim.
{•••}
— MEU DEUS! — gritou repentinamente assuntando Harry. — Eu me lembro de tudo, finalmente eu me lembro!
Sorrindo emocionada com lágrimas de alegria escorrendo nas bochechas, ela entendeu que encontrou seu lugar no mundo ao lembrar sua identidade, e seu coração encheu de esperanças.
Harry ficou feliz com sua empolgação, mesmo estando com uma grande interrogação na sua cabeça.
— Meu pai é um pescador, por isso eu estava velejando, estava em busca de alimento para nossa família! — respondeu apressada — Harry eu preciso voltar, preciso consertar o barco do meu pai.Genevieve estava tão agitada, suas palavras estavam sendo atropeladas uma após outra, ela queria fazer tudo ao mesmo tempo. Correu desesperada em direção à areia, em busca dos destroços do barco.
Harry ficou apavorado, não queria admitir que estava sendo egoísta com sua garota, mas não queria que ela partisse.
— Espera, está indo rápido demais! — gritou logo atrás.
— Não podemos esperar. — devolveu ignorando o que ele disse.
— Você não deveria ter pressa! — a garota fez uma pausa e harry conseguiu alcançá-la.
— E se a luz que buscamos está em nós mesmos? — questionou a jovem.
— O que?
— Meu pai costumava dizer que dentro de nós existe um brilho, e se a chave para essa luz for o que temos dentro?
Harry sabia que nas palavras de Genevieve existiam lógica. Mas ele não queria dizer a verdade, não queria que ela descobrisse a real chave, então preferiu se calar.
Genevieve estava convencida de sua intuição e seguiu para o alto da colina ao lado do seu amigo, chegando no ponto mais alto a garota abriu os braços como se tivesse entregue, estava pronta para partir. Então, surgiu o sorriso mais sincero de seus lábios.
Entretanto, nada aconteceu.
— Por que não damos um tempo e procuramos a resposta depois? — tentou amenizar tal situação constrangedora. — Talvez esteja enganada.
— Por que está sendo tão egoísta? — observa, claramente desapontada.
— Eu não sou! Só estou sugerindo para tentarmos em outro momento, isso não está funcionando, Gi! Podemos ser felizes em Eroda.
— Você está me sufocando! — esbravejou afastando-se dele.
Harry ficou perplexo, avaliando suas palavras e refletindo se omitir seria a opção confiável, talvez ela esteja certa, e não há ninguém para culpar pois ele quem se entregou primeiro, o garoto pressentia de que Genevieve nunca mais precisará dele quando descobrir a resposta.
E sem a garota, ele estará caindo outra vez.
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Eroda • H.S
Fanfiction"O menino se perguntou que destino cruel os juntou, e se o destino estava envolvido, o que ele tinha reservado?"