I get so lost inside your eyes

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— Você tem mesmo certeza disso? — Harry diz inseguro.

— É o único jeito! Vamos logo, Harry. — Genevieve respondeu impaciente. — Por que se trancou aí dentro?

— Não estou achando meus sapatos. — mentiu.

— Eu te ajudo a procurar. — insistiu.

— Na verdade, lembrei agora, perdi eles.

— Então vamos descalços.

— Sabe Gi, estou pensando melhor, não acho que sair seja uma boa ideia. — sugeriu.

— Harry, não me faça ficar chateada com você! — esbravejou. — Abre essa porta.

Relutante e cabisbaixo, Harry saiu do quarto. O capacete impedia de visualizar seu rosto, mas Genevieve tinha certeza que ele estava envergonhado.

A garota se aproximou e levantou a proteção que o cobria seu rosto, e sorriu para ele, Harry abaixou o olhar, sem coragem de encara-la. O menino era um ser iluminado e ela gostaria de entender porque ele queria reprimir isso.

— Do que você quer se esconder?  — perguntou, acariciando seu rosto gentilmente.

— Você não entenderia. — recuou de seus toques. Ele estava com medo.

— Harry, não há nada para temer, estamos juntos nessa. — encorajou seu amigo. — Eu andaria no fogo por você, para te proteger.

Harry não queria admitir, mas aquele comentário o fez se sentir tão adorado. Ele queria ficar assim para sempre, acima de tudo, queria  estar com Genevieve para sempre.

— Tudo bem, você venceu. — deixou escapar um sorriso confiante. Enfrentar as coisas ao lado dela, não pareciam tão ruins.

Harry realmente estava tentando, queria provar para si mesmo que conseguia ser corajoso, afinal, quando se tem alguém que confia no seu potencial, enfrentar seus medos parecem ser até mais fácil.

No fundo ele sabia, mesmo se nada funcionasse como o esperado, Genevieve estaria por perto, para ampara-lo. Ter essa certeza o confortava, mesmo que por um curto momento. É difícil controlar seus sentimentos por alguém que te faz bem, quando sabe que um dia ela irá partir.

No entanto, ao se aproximar da vila as pessoas instantaneamente corriam dele, era inevitável não se frustrar. Genevieve não entendia o motivo disso acontecer, ninguém queria se aproximar deles, ou simplesmente respondê-los. Harry ficou completamente desapontado, ele não queria desistir, mas em tal situação, estava ficando de mãos atadas.

— Eu tenho um bom pressentimento. — diz Genevieve. — Talvez nós possamos encontrar um lugar, onde nos trate com gentileza.

A garota olhou ao redor, o céu parcialmente nublado, sem ninguém pelas ruas, estreitou os olhos como se notasse algum sinal pelo ar.

— E se entrássemos lá? — antes mesmo de esperar a resposta dele, a jovem seguiu na frente.

A casinha era um salão de beleza, simples e delicado. Havia uma moça loira sendo atendida e outra que cuidava dos cabelos dela.

— Posso ajudar? — perguntou a mais velha.

— Oi... — diz empolgada, alguém finalmente estava se comunicando.— Eu gostaria de uma informação, por favor.

— Pois, bem?

— Você poderia me contar a respeito sobre a lenda de Eroda? — a mulher a sua frente tomou postura e a encarou.  — Como faço para encontrar a luz?

Eroda • H.S Onde histórias criam vida. Descubra agora