CAPÍTULO < 1 >

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— Não entendo porque você se estressa tanto com ela, sabe que Ayla só quer provocá-lo.

— Exatamente por isso, Ozan. Ela não respeita a minha autoridade, sempre tenta me fazer de idiota. Eu nunca vou aceitar esse tipo de comportamento.

— Murat, por que não tenta uma abordagem diferente? Vocês sempre brigam e ela continua te desafiando. Talvez se você fosse mais maleável ou se fizesse de conta que não liga para o que ela diz e faz, Ayla começasse a finalmente te ouvir.

— Como seria possível uma coisa dessas, Ozan?!

— Psicologia inversa, quanto mais você se importa, mais ela vai querer bater de frente com você.

Murat suspirou e Ozan prendeu o riso enquanto andava de um lado para outro dentro do quarto tentando organizar a mochila.

Sabia como seu tutor perdia a razão quando o assunto era Ayla, então tinha paciência para ouvir as explosões de raiva e incredulidade de Murat.

— Não sei, tenho medo de deixar rolar e algo acontecer a ela. Sabe que Ayla não tem juízo e o vovô me mataria — disse entredentes.

— De toda forma, já está tudo esclarecido, não é? Ela está em casa, sã e salva — amenizou.

— Sim e ainda me comprou uma camisa, você acredita na cara de pau?

Ozan riu.

— Quem entende Ayla?

— Só Deus, porque eu já desisti.

— Se acalme e vá aproveitar o seu presente.

Murat suspirou tentando relaxar.

— Pensei em sairmos essa noite, eu e você.

— Talvez, mas agora terei que voltar a universidade. Esqueci que tenho um trabalho e preciso de um livro que só tem lá.

— Pensei que cientistas de eletrônica não usassem livros.

— Todos usamos livros. Por incrível que pareça, nem tudo está disponível na internet e o que está não é tão seguro, não posso arriscar.

— Eu entendo. Boa sorte!

— Nós falamos depois.

Ozan desligou o telefone, vestiu a camisa e saiu do quarto com as chaves do carro nas mãos e a mochila.

— Aonde vai? — perguntou Mustafá o fazendo estancar à porta.

— Vovô! Pensei que estivesse dormindo.

— Então iria sair escondido?

Ozan sorriu.

— Já estou meio grandinho para sair escondido.

— Para mim você parece o mesmo — disse o avô com carinho.

— Vou à universidade.

— Mas acabou de chegar.

— Pois é, vovô, esqueci um livro por lá e preciso muito dele.

— Alguém que se importa com livros nessa geração, Allah seja louvado. Só vejo você e seus primos com essas coisas que apitam e cantam o tempo todo — resmungou sentando-se no sofá.

Ozan riu.

— É celular, vovô — esclareceu. — O senhor deveria ter um também.

— Sou velho, meu filho, não louco!

IZMIR [SPIN-OFF] &gt;&gt; Trilogia Erdoğan/AMAZON Onde histórias criam vida. Descubra agora