༆
Ozan observava Meli conversar com seu tutor na varanda da casa do avô. Depois de uma semana sem vê-la, finalmente ela tinha avisado a Murat que compareceria a reunião de família no domingo. O cumprimentou educadamente, porém de forma distante, bem diferente de antes do beijo trocado por eles. Estava curioso para saber se Meli tinha decidido contar ao primo o que aconteceu ou se só terminaria com ele sem maiores explicações.
Naquele momento percebia o quão distante ela estava. Em silêncio, Meli ouvia Murat falar, mas sua atenção não estava no tutor. Murat jamais perceberia o olhar sem brilho, o sorriso contido ou a postura rígida que a namorada expressava, detalhes que só quem amava alguém de verdade poderia notar.
— Sua vez de jogar, Ozan! — falou Ayla segurando suas cartas.
Ele fitou os naipes nas mãos de forma pensativa. Descartou uma carta observando as expressões das primas, Derya jogava melhor que eles, então todo cuidado com ela era pouco.
Foi à vez de Ayla, mas a jogada foi interrompida quando um carro estacionou na frente da casa do avô.
— Meli, pode assumir aqui... é rapidinho! — pediu Ayla a amiga.
— Claro!
Ozan viu a namorada do primo se aproximar pegando as cartas.
— Obrigada, eu já volto! — Ayla levantou-se despertando curiosidade de todos que observaram um rapaz descer do carro.
Murat se colocou a frente dela impedindo sua passagem ao mesmo tempo em que Ozan levantava-se para ver quem era o convidado. Meli também virou-se tocando o parapeito da varanda e acidentalmente a mão de Ozan.
Foi à primeira vez naquele dia em que Meli fitara nos olhos. E não existia medo ou arrependimento nos olhos dela, mas um silencioso pedido de socorro. Se não estava fácil para ele manter aquela situação, imaginava o quão difícil estava para ela. Tocou seus dedos com carinho, queria que Meli soubesse que ele estava ali por ela e para ela, para tudo que precisasse.
— Meli — sussurrou ele. — nós precisamos... — Ozan foi interrompido pela voz de Murat que vociferava em direção a Ayla.
Assustados, viraram-se surpresos com o embate dos dois a porta. O primo estava descontrolado; o ciúme que o tutor sentia por Ayla jê beirava ao doentio. Murat nem se preocupava em disfarçar seus sentimentos em frente a Derya e Meli que presenciavam a cena estarrecidas com a reação dele.
Meli!, pensou ele, imaginando como aquela situação era constrangedora para ela.
— Responda, droga! — vociferou Murat para Ayla, fazendo Ozan tomar uma posição em meio àquela situação. Não podia deixá-lo cometer uma loucura e arriscar sua posição na família.
— Chega! — ordenou colocando-se entre os primos. — Deixe-a ir, Murat.
Ayla saiu rapidamente e Ozan pediu para as demais acompanhá-la; assim que as viu sair, teve uma conversa séria com o primo que confessou seus sentimentos, mesmo sabendo que para ele, nada era mais segredo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
IZMIR [SPIN-OFF] >> Trilogia Erdoğan/AMAZON
Short StoryAPENAS CAPÍTULOS DE DEGUSTAÇÃO. 1° LIVRO DA SÉRIE MIL E UMA NOITES/SPIN-OFFS DA TRILOGIA ERDOĞAN *** SINOPSE: Ozan Erdoğan sentiu seu coração apertar ao ver a mulher que amava de mãos dadas com seu primo e melhor amigo. Agora, lutar para conquistar...