Capítulo 40

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Naquela toda adrenalina a corrida ficou descontrolada por causa da polícia nos perseguindo, cada moto foi em direções diferentes tentando fugir dos carros da polícia.
O desespero me arrasta e eu quase caio da moto de tanto olhar para trás.

Nolan: Lena.... você está bem?
A sua voz sai aflita.
Lena: Estou com medo.
Nolan: Fique calma. Você está comigo, segure-se.

Ele acelera a moto nos levando para uma rua estreita e cheia de curvas despistando a polícia.
Finalmente os meus ouvidos já não ouviam a sirene tocar atrás de nós.
Entramos em um lugar abandonado e fechado. Ele pára a moto e tira o capacete descendo da moto.

Nolan: Foi radical! não foi?
Ele diz animado e eu recupero o fôlego para poder falar.
Lena: Até que foi, mas por favor não faça mais isso comigo.
Resmungo descendo da moto enquanto tiro o capacete.
Nolan: Entendi.
Ele sorri e depois tira o seu casaco preto de couro vindo em minha direção.
Nolan: Que bom que não fez nenhum escândalo dessa vez.
Ele diz me cobrindo com o seu casaco olhando nos meus olhos.
Lena: Da próxima vez que me convidar para sair deve me dizer primeiro para onde estamos indo.
Nolan: Quem disse que eu vou te convidar para sair da próxima vez?
Reviro os olhos e ele ri.
Lena: Vamos. Eu quero sair desse lugar.
Nolan: Fique sabendo que eu estou sem pressa nenhuma de ir embora daqui. Se você quiser pode ir.
O Nolan me irrita demais quando quer.

Lena: Eu vou mesmo.
Digo e começo a andar.
Nolan: Lena espere.
Viro para encarar o cara que mais detesto no mundo.
Nolan: O meu casaco.
Lena: Ah você quer o seu casaco?
Jogo o casaco no chão e depois piso.
Nolan: Não faz mal. Depois eu lavo... boa sorte pelo caminho.
Lena: Quem vai precisar de sorte é você.
Ele ri e eu viro para ir embora, mas a suas mãos me puxaram para ele em seguida.
Ele me olha nos olhos sem pestanejar e em seguida ele me beija profundamente até tocar a minha alma com os seus lábios fofos.

Lena: Me larga.
Saiu quase como um sussurro.
Nolan: Você fica muito linda quando está brava sabia?
Lena: Eu disse pra você me largar.
Nolan: Posso te fazer uma pergunta?
Lena: Não.
Nolan: Tá. Eu faço na mesma.
Dou um chute na parte intimidade dele e ele finalmente me larga dando a atenção à parte que está pulsando de dor.

Lena: Eu disse para você me largar.
Nolan: Amo a sua atitude.
Ele se recupera da dor vindo até a mim.
Nolan: E a pergunta é, porquê que o meu coração bate forte quando estou contigo?

Porquê que ele fez essa questão?
Lena: Não sei. Não sou cardiologista.
Nolan: Eu sei porquê.
Aí vem uma das suas piadas de péssimo gosto.
Nolan: Será que é porque eu gosto da sua companhia?
Lena: Nolan pára,tá.
Nolan: É sério.
Lena: Claro que é sério.
Ele se senta em uma peça de ferro jogando pedrinhas para o chão.

Lena: Porquê que não quer ir embora.
Nolan: Talvez é porque eu irei encontrar alguns caras à minha espera no portão do meu apartamento.
Ele diz em um tom de brincadeira.
Lena: Porquê?
Nolan: Para me obrigarem a ir para uma festa ridícula na casa do grande diretor da UCL.
Lena: Mas eu quero ir para casa.
Ele olha para mim e depois levanta indo para a moto.
Nolan: Vamos.

Emily narrando

Desde ontem só se fala da grande festa na casa do tio Robert pai da Raquel.
Estou trancada no meu quarto desde manhã, assistindo algumas séries e teclando no Instagram. Até agora as cinco publicações recentes da Raquel na festa estão cheias de curtidas.
Já são 6 horas da noite e perdi as contas das vezes que a minha mãe bateu a porta me obrigando a sair do quarto. Simplesmente não sinto vontade de sair do quarto principalmente de ir à uma festa na casa da Raquel.
A saudade do meu namorado está me matando, ele viajou há duas semanas, a Lena está com o celular desligado, sinto uma vontade enorme de ir para casa dela!
Desde que o Nolan saiu de casa as coisas já não são as mesmas, sinto muita falta dele, bem, ele outro com o celular desligado.

Não queria ter de sair desse quarto, mas eu tenho que ir à cozinha para comer uma fatia de pudim, seria o meu único remédio nesse momento. Sei que correrei um risco enorme de acabar me cruzando com a dona Mary nas escadas ou em outro canto dessa enorme casa, mas eu me arriscarei pelo pudim.

Vou até à cozinha cuidadosamente, levo todo pudim para ir comer no meu quarto, respiro de alívio quando termino de subir as escadas, mas me engasgo quando vejo a minha mãe saindo do seu quarto toda bem vestida e elegante e com o seu colar de pérolas no seu pescoço.
Apresso os meus passos para que ela não me veja.

Mãe: Emily?
Ou para que ela não me chame.
Emily: Oi mãe.
Digo depois de virar devagar  para encarar a fera.
Mãe: Pudim?
Ela se aproxima focando nas minhas mãos e depois nos meus olhos.
Emily: Desculpa, mas eu tenho de ir para o meu quarto, estou com pressa de comer o meu pudim.

Tento ir embora, mas ela me arranca o prato de pudim da minha mão sem me aperceber.

Emily: Qual é mãe.
Fico indignada.
Mãe: Continua com pressa?
Emily: Continuo. Mas pode ficar com o seu pudim, perdi a vontade.

Mãe: Pode me dizer porquê que ainda está de pijama?
Emily: Há algum problema nisso?
Mãe: Há sim. Esqueceu que hoje é o dia da festa na casa do Robert?
Emily: Bem que eu gostaria, mas fazem a questão de me lembrar sempre né.
Mãe: Vai se trocar. Estão nos esperando.
Emily: Mãe eu não vou à essa festa.
Mãe: Como assim não vai? Isso... isso é um absurdo!
Emily: Eu não estou a fim de ir à nenhuma festa, de ficar dando sorrisos esforçados para aquela gente estranha e de ficar conversando sobre assuntos desnecessários como pintei o meu cabelo ficou super top, fiz uma viagem para Dubai nesse fim de semana...
Reviro os olhos cruzando os braços.

Mãe: Você vai sim. Todo mundo vai com os seus filhos como uma família unida, o que eu vou dizer aham? Que a Emily não estava com vontade de vir?
Emily: Diga que estou com uma disenteria daquelas!
Mãe: Não é possível. O que está acontecendo com os meus filhos? Não basta o Nolan ter fugido da nossa família agora você me vem com as suas histórias irritantes.
Emily: O Nolan não fugiu da família, ele somente saiu de casa mãe, é bem diferente.
Mãe: Ele não quer ir à festa também.
Emily: Super o entendo.
Mãe: Você vai sim à essa festa, querendo como não, você vai. Vá se trocar, vista algo decente e trate desse cabelo que está parecendo um espantalho e nada de reclamar, você vai à essa festa e ponto final.
Pai: Quer não quer ir à festa?... será que é a minha princesa?

O meu pai diz atrás de mim e eu o abraço forte.

Emily: Que saudade pai!
Pai: Eu também senti saudades de você. Você está bem?
Ele pergunta afastando alguns fios de cabelo da minha cara.
Emily: Sim e o Nolan também está bem. Obrigada por perguntar.
Ele suspira.
Pai: Eu tenho que ter uma conversa com ele depois.
Mãe: Você chegou à tempo querido.

Pai: Vá preparar-se para a gente poder ir à essa festa, está bem querida?
Emily: Mas eu não quero ir.
Pai: Mas vai ter que ir. Pelo seu pai que não o vês há dois meses.
Ele sorri para me convencer.
Emily: Tá.
Ele me dá um beijo na testa e eu vou para o meu quarto me preparar.

Os passos do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora