Capítulo 87

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Lena: Eu não vou conseguir, eu não vou conseguir... eu não vou conseguir viajar.
Desconhecida: Moça?
Ela se aproxima de mim e eu a encaro limpando as lágrimas.
Desconhecida: Você está se sentindo bem?
Afirmo com a cabeça.
Desconhecida: Mas não parece, você está muito pálida ... você quer uma água?
Lena: Eu não posso viajar.
Desconhecida: Quê?!
Corro em direção à saída passando pelas pessoas.

Quando chego no lado de fora do aeroporto corro em direção à estrada toda atrapalhada.
Reconheço o carro do Chris estacionado no outro lado da estrada e paro de correr quando vejo o Nolan de costas falando com o Chris.

Mas porquê ele está aqui? Ele não estava na prisão?... será que ele veio por mim?

Falo comigo mesma em pensamento.
Não penso duas vezes e grito o seu nome.

Lena: Nolan...
Ele vira pra trás e abre um grande sorriso quando me vê.

De repente quando tento atravessar a estrada correndo ouço uma forte buzina soar no meu ouvido e vejo um carro vindo em alta velocidade em minha direção, fico paralisada no meio da estrada olhando para o carro, tento mover os meus pés, mas não consigo.
fecho os olhos com força esperando o pior chegar.

Nolan: LENA....
Foi a última coisa que eu ouvi e depois disso eu não senti mais nada.

Nolan narrando

Chris: Vai logo.
Ele ri e o meu coração dispara à mil por hora quando ouço a voz da Lena me chamando.
Viro pra atrás e vejo a Lena parada no outro lado da estrada toda linda, de um vestido branco florido.

Ela não viajou...
Disse pra mim mesmo enquanto sorrio para ela   e o meu coração transborda de felicidade por ela não ter ido.
Sinto uma vontade imensa de abraçá-la, beija-lá e de dizer o quanto ela é importante para mim.

De repente vejo um carro descontrolado indo na direção dela e o um frio na barriga tomou conta de mim.

Nolan: LENA...
Corro com todas minhas forças para tentar salvá-la.
Nolan: CUIDADO!
Caio de joelhos no chão quando vejo ela sendo atropelada pelo carro.
Nolan: LENA...
Grito sentido o meu coração parar de bater, parece que todo ar sumiu do meu peito e no lugar dele sobrasse uma dor profunda e inaceitável.
O carro pára e sai de lá um moço.

Chris: Nolan?
Ele diz chocado e imediatamente me levanto e me aproximo dela.
Apoio a sua cabeça em meus braços sentindo uma dor enorme vendo ela cheia de sangue e desacordada.

Nolan: Lena... não me deixe sozinho... o que vai ser da minha vida sem você? Por favor, acorde... Lena... você me ouviu? Acorde vai.
Imploro soluçando.
Chris: A ambulância já está vindo.
Disse ele chorando com as suas mãos em meu ombro.

Desconhecido: Eu matei a moça... eu matei, eu matei a moça.
Os meus olhos correm para ele cheios de raiva.
Nolan: Cale a boca...
Grito e me levanto.
Desconhecido: Por favor, diga que ela está viva.
Nolan: Eu disse para calar a boca.
Dou um soco nele e em seguida aperto as golas de sua camisa com as mãos.
Desconhecido: Eu juro que não foi a minha intenção... eu não vi a moça, foi tudo muito rápido...
Nolan: Olha aqui... reze para que não aconteça nada com ela, porque se acontecer alguma coisa com ela, eu juro que eu te mato com as minhas próprias mãos.
Ele treme de medo.
Chris: Nolan calma... o que está feito, está feito.

A ambulância chega e eu vou junto com ela. Durante o caminho seguro em sua mão fazendo carinho com o polegar.
Não sou muito achegado à Deus, mas é só Nele que eu penso agora, por isso fecho os meus olhos e começo a orar.
Quando de repente ela apertou de forma leve a minha mão e em seguida abriu um pouco os seus olhos e eu me enche de esperança e de alegria.

Nolan: Lena.
Digo sorrindo e chorando ao mesmo tempo enquanto beijo a sua mão sem parar.
Ela olha para mim e depois voltar a fechar os olhos.

Depois de alguns minutos a gente chega ao hospital e o Chris também.
Ele me encontra chorando no corredor e me dá um copo de água.
Chris: E aí? Como você está se sentindo agora?
Nolan: Devastado e destruído.
Chris: Ela vai ficar bem, você vai ver.
Nolan: E o cara que atropelou a Lena?
Chris: Ele está ali falando ao telefone.

De repente os pais da Lena e a Nely chegam todos preocupados e em prantos.
Soraia: O que você fez com a minha filha?
Ela grita me batendo com a sua bolsa.
Nely: Mãe calma, a gente ainda não sabe ao certo o que aconteceu.
Nolan: Eu lamento muito...
Soraia: Lamenta? Por sua causa a minha filha não viajou para os Estados Unidos e agora... ela está lá, entre a vida e a morte.
William: Soraia...
Soraia: Você está feliz agora? Conseguiu o que queria e agora deve estar satisfeito pelo belíssimo trabalho que fez.
Nolan: Eu estou do mesmo jeito que a senhora está e eu sinto o mesmo que a senhora sente por ela.
Soraia: Não me iguale a você.
Ela chora.
William: Olha moço, eu deixei a minha filha no aeroporto, pronta para embarcar e eu me despedi dela...
Ele faz uma pausa para controlar o choro.
William: ...mas não fiquei lá para vê-la entrar no avião e ter a certeza de que ela está bem.... a culpa é toda minha.
Nolan: Não senhor. A culpa foi minha... eu não cheguei à tempo de salvá-la.

Nely: Chega! chega de todo mundo se culpar. Todos nós estamos sofrendo aqui.
Chris: A Nely tem razão.
Soraia: Quem é você hein?
Chris: Eu sou o amigo da Lena.
Soraia: Como ficou sabendo?
Chris: Eu estava lá quando tudo aconteceu.
Soraia: Estava?
Desconhecido: Boa noite.
Xxx: Boa noite.
Desconhecido: Eu me chamo Kelvin e... vim pedir desculpas e assumir as minhas responsabilidades.

William: Foi você que atropelou a minha filha?
Kelvin: Eu estava acompanhando o meu irmão ao aeroporto, e depois de despedir-me dele eu recebi um telefonema dizendo que a minha mulher acabava de dar à luz e... eu na pressa de ir ver o meu filho e a minha mulher eu não vi a moça... e tudo foi tão rápido.
Nolan: Maldito, desgraçado.
O Chris me segura.
Enfermeira: Senhores, eu agradeceria que fizessem menos barulho, isto é um hospital e existem pacientes internados aqui e isso precisa de ser respeitado.
William: As nossas sinceras desculpas. Eu prometo que isso não vai se repetir.

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