Os passos do amor

Capítulo 62

Quando chego na sala todo mundo estava falando da Judy.

Xxx: Ela foi violada...que horror!
Eles comentam.

A Judy chega e ela estranha os olhares sobre ela. Ela se senta e não nota que estão falando dela.

Lena: O que está acontecendo aqui? Será que todos os dias tem um problema pra resolver nesta turma?
Emily: Todo mundo está dizendo que a Judy foi estuprada.
Lena: Quê?!... quando isso aconteceu?
Emily: Eu não sei. Parece que foi há pouco tempo ou sei lá.
Suspiro olhando para a Judy.
Emily: Me conta porquê que vocês terminaram.
Lena: A gente terminou simplesmente. Depois eu te conto tudo com detalhes.
Emily: E como você está?
Lena: Na verdade eu não posso continuar chorando por ele, mas está doendo muito ainda.
Suspiro.
Emily: Mas vocês dois estavam tão bem e ele estava mudando para a melhor.
Lena: É!... mas...
Emily: Mas nada. Você deveria lutar por ele porque você o ama e desculpa eu não estou vendo outro homem na sua vida.
Lena: Eu vou pensar, mas eu não consigo imagina-ló com outra.
Emily: Está vendo? Ah deixa de ser orgulhosa e osso duro, assim serei obrigada a ser um cúpido na vossa vida.
Suspiro brincando com a caneta em meus dedos.

Quando a Raquel e a Clara chegam ela troca de lugar e se senta atrás de mim.

Lena: Oi Judy. Tudo bem com você?
Judy: Oi... está.. está tudo bem.
Emily: Tem certeza porque você está meio pálida.
Judy: Tenho.

Emily: As férias é já na próxima semana e a gente passou em todas as cadeiras da universidade e isso significa que a gente está livre para viajar.
Judy: É sério que vocês dispensaram tudo?
Lena: É e você?
Judy: Vou ao exame à duas cadeiras.
Lena: Eu tenho a certeza que você irá conseguir passar.
Ela abre um sorriso e a gente também.
Emily: A gente vai acampar nas férias com algum pessoal da universidade, vocês não querem ir?
Lena: Eu vou pensar ainda. Estava pensando em passar as férias na casa dos meus avós paternos em Chicago.
Judy: Você disse Chicago?
Lena: Sim porquê?
Judy: Nada.
De repente ela ficou estranha.
Emily: E você Judy vai querer ir ao acampamento?
Judy: Não... eu não curto muito acampar.

A aula começa e a minha cabeça só estava pensando no que a Emily me disse sobre a Judy e depois sobre o Nolan. O meu coração quer ir agora mesmo para os seus braços... quer saber? Eu vou tentar falar com ele hoje.

A gente já não tinha nada para estudar, por isso a gente foi dispensados para ir para casa.

Desconhecido: Ó Judy por quantos você foi estuprada?
Judy: Do que você está falando? Eu vou arrancar a sua língua.
Ela fica brava e olha para a Clara com ódio.
Clara: Não precisa esconder. Todo mundo já sabe.
Judy: Você deveria se tratar. Sua louca e nojenta.
Ela pega na sua mochila e se direciona à Clara.
Judy: Você vai me pagar.
Raquel: Você não pode falar assim com ela.
Judy: Eu odeio vocês.

Ela sai correndo da sala e eu vou atrás dela e só a alcanço no portão.

Lena: Judy... Judy espera.
Digo recuperando o fôlego e ela pára.
Lena: Se você quiser eu te dou uma carona, mas antes podemos ir ao parque para tomar um sorvete... o que você acha?
Ela fica pensando e depois afirma com a cabeça.

A gente entra no carro e toco uma música só para não ficar um clima estranho.

Judy: Desde quando você tem um carro?
Ela quebra o silêncio.
Lena: Desde que fui expulsa de um.
Ela cai numa  breve gargalhada.
Judy: Como assim expulsa?
Lena: É!... é uma longa história.
Digo e abro um sorriso quando lembro da cara que o Nolan fez quando me viu descendo do meu carro.
Lena: Você gostou?
Judy: É! É bem legal.

A gente chega no parque e nos sentamos em um banco tomando sorvete.

Lena: Judy... o que estão dizendo sobre você é verdade?
Ela engole em seco.
Judy: É.
Ela diz encarando as suas mãos e com os olhos cheios de lágrimas.
Lena: Eu sinto muito... você quer falar sobre isso?
Judy: Foi o pior dia da minha vida tirando o dia em que fui abandonada pelo meu próprio pai.... eu acho que ele nunca me amou.
Ela chora e eu fico chocada com cada palavra que ela disse.

Lena: Afinal você não mora com ele?
Judy: Não. Eu moro com os meus pais adotivos. O meu pai biológico abandonou-me quando eu tinha os 11 anos e tive que roubar para sobreviver e ter um teto. Eu acho que nunca fui feliz... a minha vida só se baseia em decepções e traições. Eu nunca confiei em ninguém apenas nos meus pais adotivos e... confiava na Raquel e na Clara, mas principalmente na Clara.

Que história triste! Eu nunca pensei que a Judy sofreu tanto assim. Me doeu a alma só de ouvir o que ela passou.

Judy: As vezes eu fico pensando na minha mãe... em como ela ficou, se me procurou ou se me esqueceu. Tudo que eu queria era de poder abraçar a minha mãe outra vez.

Acabo chorando junto com ela e nos abraçamos.

Lena: Eu tenho a certeza que coisas boas irão acontecer na sua vida e você abraçará a sua mãe novamente.
Judy: Você acha? Eu já perdi as esperanças.
Lena: Enquanto houver vida, sempre haverá esperança.
Judy: Você foi a primeira e a única pessoa que me fala essas coisas. Obrigada.
Lena: Obrigada eu por me confiar um segredo tão pessoal seu.
Nos abraçamos novamente.

Judy: Se por acaso um dia eu encontrar o pai, eu só vou querer perguntar porquê que ele me odeia?
Lena: Em relação à isso eu não sei o que dizer, deve ter um bom motivo para ele ter que fazer essa monstruosidade, embora não tenha nenhuma justificação que poça explicar isso.
Ela suspira.
Judy: E pra variar a Clara contou o meu segredo pra todo mundo no seu blog.
Lena: Que terrível!
Judy: Pois é.

Depois de uma longa conversa sobre a vida dela e de vários desabafos a gente foi se divertir um pouco no parque de diversões, ela estava precisando, bom... eu também para tentar esquecer o Nolan me divertindo um pouco.

Ver a Judy sorrindo na montanha russa depois de tudo que ela me contou me deixou muito feliz e animada. Ela não parava de rir e de me abraçar, eu nunca vi ela assim.

Judy: Você é muito medrosa hein.
Ela diz se matando de rir só porque eu tive medo de andar na roda gigante. Ela me insistiu para ir à roda gigante e ela riu da minha cara até eu descer de lá.

Que sacanagem!