Capítulo I: O jogo

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Wanda Metropolitano, estádio do Atlético de Madrid (San Blas-Canillejas; Madrid - Espanha) em 23 de fevereiro de 2020.

Entre todos os sentimentos que preenchiam o coração de Barbara naquele momento, o mais admirável era o orgulho. Dentro de suas veias, corria uma dose única e pesada desse sentimento, ela se sentia excepcional ao ver que seu time, seus amigos, estavam jogando tão bem, quase que com uma vitória garantida. Aquilo tudo parecia um sonho, o Estádio todo tremia e vibrava, quem havia marcado o gol da até então vitória tinha sido Gianluca. Gianluca Bianchi. E naquele momento, quando o chute de Gianluca, executado com a perna esquerda como de costume, se equilibrou perfeitamente e adentrou a rede do gol do time adversário, todas as pessoas que idolatravam o time que Barbara torcia, assim como ela, gritaram a plenos pulmões:

- BIANCHI! BIANCHI! BIANCHI! - e o próprio Gianluca, ao comemorar seu gol, fez uma referência à sua torcida. Beijando o local perto do punho em que a tatuagem que ele e sua irmã tinham juntos ficava, gravada em sua pele como um símbolo de amor por sua família.

Tudo parecia se encaminhar para uma vitória perfeita, eles estavam ganhando fora de casa, com um gol de Gianluca, o estádio estava cheio e a felicidade que explodia por todos os lados era uma realidade sólida. Mas como em toda boa história, o sentimento de onipotência foi arrancado dos braços da torcida a medida que Christopher Vélez deixou a zaga do Real Madrid em prantos, incluindo Jonah Marais que havia perdido a bola em um passe veloz e determinado de Vélez.

Foi desse passe que se originou o segundo gol da partida, igualando o placar e fazendo com que uma pequena confusão se iniciasse no campo, os jogadores do time de Gianluca gritavam com o árbitro do jogo para que o gol fosse anulado por impedimento, já os jogadores do time de Damiano Veléz riam de todo o alarde, alegando que o desespero de Ignazio e Pietro só poderia ser entendido como falta de confiança. Eros Esguerra chegou a tocar o braço de Ignazio, o empurrando para que ele se afastasse de Damiano e o tumulto não avançou apenas pela imposição de Richard Arista - O capitão do time rival - e sua liderança, Richard agiu muito mais como um árbitro aquele momento do que a própria equipe de arbitragem. Ele separou os jogadores e de quebra ainda deu um pequeno sermão na equipe, deixando claro que eles estavam lá com um objetivo: Jogar futebol. Por mais esquentadinho que Richard fosse, ele jamais havia perdido a postura de capitão.

Todo aquele caos se dissipou, com Eros, Gianluca e Damiano tomando cartões por comportamento agressivo e impróprio dentro de campo.

Era o segundo de Eros, o que resultava em expulsão e suspensão do próximo jogo. Ele deixou o campo, com os olhos vidrados nas próprias chuteiras.

Barbara puxou o braço de sua amiga insistentemente.

- Ella! Você viu aquilo? O Vélez puxou a camiseta do Ignazio, isso merecia um cartão vermelho! Esse juiz está roubando, isso é tão triste! Por que ele não consegue cumprir com seu dever de maneira justa? - Barbara exclamou, indignada com a situação e olhando para Ella, que estava com as bochechas mais vermelhas do que o habitual.

Ella acabou rindo de toda a situação de confusão no campo, prestando também atenção na maneira que Barbara quase que se magoava com a falta de honestidade e justiça vinda de algumas pessoas. Era algo que acontecia frequentemente.

- Amiga, esse cara é um desocupado. Inútil. Sinceramente, já não tenho mais psicológico para esse jogo, temos menos de 5 minutos para virar esse placar a nosso favor, é quase que impossível... Que inferno. - Ella comentou, sentando-se em seu banco na arquibancada. Ela já não desejava mais ficar em pé vendo aquele pouco caso que havia se tornado o Derbi Madrileño.

Barbara observou Gianluca atravessando o campo com a bola nos pés, defendendo a bola de todos que tentavam a roubar como se fosse a jóia mais preciosa de sua vida, mas também viu que Richard se aproximava, determinado a impedir o contra-ataque de Bailey. Logo, Brandon também apareceu no jogo, assim como Riccardo Rodríguez.

O jogo de percepçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora