Oscar surgiu na sala da casa pelo mesmo portal que eles vieram e foi direto se abaixar perto de Cristina, ele analisou a flecha e quebrou a ponta.
— Peguem alguma coisa para conter o sangramento quando eu tirar a flecha.
Flavio subiu correndo a escada para os quartos. Oscar rasgava a blusa e a jaqueta da moça inconsciente enquanto Leonardo andava de um lado para o outro passando a mão nos cabelos. Icaro observava tudo de pé perto da porta e Luan estava abaixado perto do sofá observando o que o servente da Ordem fazia.
— Tirar a flecha vai curá-la? – Perguntou a Oscar.
— Não, Luan. Vai apenas tornar o ferimento comum, mas atingiu o rim direito. Ela precisa de cuidados que eu não posso dar. Levá-la ao hospital também não vai ser de grande ajuda. – Indicou o rosto da moça que começava a destacar suas veias em uma coloração roxeada, eram muitas e se espelhavam por todo o corpo.
— Leo, ajuda ela! – Pediu, mas Leonardo nem mesmo ouviu o pedido de Luan. Estava concentrado em outra coisa, nem mesmo se importou com o esbarrão que levou de Flavio quando ele voltava para a sala.
— Isso ajuda? – perguntou ao entregar toalhas a Oscar.
— Deve ajudar. – Enrolou uma toalha em volta da flecha na frente e pediu que Luan segurasse enquanto fazia o mesmo nas costas dela e puxava a flecha. — Icaro, segura aqui, eu preciso ir. Não tenho mais como ajudar.
Icaro se aproximou por trás do sofá e pressionou o ferimento, assim como Luan fazia na barriga dela.
— Leo! Ela vai morrer! – Luan chamou a atenção do irmão, dessa vez gritando.
— Seu irmão está fraco demais para isso, Luan. – Oscar disse e pausou antes de prosseguir: — Estão todos ocupados demais em avaliar o estrago no casarão, conseguimos salvar tudo o que estava dentro antes de boa parte da estrutura ser afetada pelo fogo. Acreditam que o fogo se foi porque ela morreu ao ser atingida, mas vocês não podem ficar aqui muito tempo, vai ser fácil descobrir onde encontrar vocês. Sinto muito! – Segurando os restos da flecha, atravessou o portal sem olhar para trás.
— O que é isso na mão esquerda dela? – Icaro apontou e Luan tentou puxar a adaga, mas não conseguiu. — Como ela poder estar segurando isso?
— Não sei, mas está passando algum tipo de energia para ela. Acho que é isso que está fazendo as veias dela ficarem dessa cor.
Leonardo se aproximou e tocou o rosto de Cristina, fechando os olhos.
— Droga, não consigo sozinho. – Havia menos pesar em sua voz do que se esperava. – Luan tocou o braço de Leonardo com a mão livre, Icaro fez o mesmo e Flavio apoiou as duas mãos nas costas do irmão. Ele se assustou. – Isso é proibido. – Advertiu.
— Não importa! Somos família, é natural e não gera consequências. – Disse Flavio.
Sem discutir, Leonardo colocou uma das mãos o mais próximo possível do ferimento de Cristina e deixou fluir toda a energia que recebia dos irmãos para o corpo da moça. Era possível perceber que a quantidade de sangue que saía do ferimento diminuía e quando Luan retirou a toalha, restava apenas uma ferida bastante feia, mas com uma aparência menos doentia que antes.
Aos poucos as veias voltaram a uma coloração normal, bem como a respiração. Os três ajeitaram a moça no sofá, Luan retirou a adaga com facilidade da mão dela e se afastou.
— Acho que isso a manteve viva. Nunca vi algo assim. – Examinava as inscrições na lâmina e cabo da adaga.
— Tem muita coisa que nunca vimos, mas já ouvimos falar. – Leonardo disse ao se sentar no sofá pequeno de frente para o grande onde a moça estava.
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Sobrenaturais
AventureFilha única e criada pelo pai, após a mãe morrer no parto, Cristina passou sua infância aprendendo a atirar facas, assim como seu pai fazia no circo, mas com a chegada de sua madrasta e uma meia irmã, tudo mudou. Tentou de todas as formas manter a h...