The Rescue Mission

A Voz...

Domi
Sábado, 2 da tarde

Estou aqui na minha cama a pensar em que dia devia voltar... Os meus pais e os meus amigos devem tar muito apoquentados... E além disso, tenho muitas saudades deles, principalmente do Kevin...   Bom, não pensemos nisso...

Domi...

Ouço uma Voz fraca e conhecida na minha cabeça... Mais uma coisa estranha, já não bastavam as visões e os sonhos... Mas isto pareceu-me..diferente... sei lá. Pareceu-me alguém a pedir por socorro, além disso, o que senti quando ouvi aquilo foi pânico e ao mesmo tempo, senti algo como um alarme no meu coração. Eu sinto quem é, mas não sei quem é. E tenho um impulso muito forte de fazer algo para ajudar, mesmo não sabendo como.
Levanto-me da cama e começo a caminhar para onde os meus instintos me levam. Continuo a ouvir a Voz repetidamente... De repente páro. Olho lentamente para a frente e deparo-me com...a porta da cave. Claro, só podia.
Suspiro.

- Está... aí alguém? - pergunto com receio do que poderia ser.

Kevin

Sinto-me fraco, inútil, um fracasso total... A Domi está em perigo e eu aqui, amarrado a uma cadeira, com o terror a inundar-me o corpo e sem poder fazer nada. Suspiro o nome dela repetidamente.

Ouço os passos de alguém a aproximar-se. Esse alguém pára em frente à porta e pergunta:

- Está aí alguém?

DOMI? Será que... é ela?

Começo a tentar fazer barulho de alguma forma, mas estava tão fraco... não tinha força suficiente, e aquele pano na minha boca tornava as minhas palavras impercetíveis.

Tentava gritar com todas as minhas forças mas não sei se se ouviria do lado de fora na mesma...

Mas..., se for mesmo a Domi, o que estará ela a fazer de livre vontade na casa dos tarados que a querem matar?

Domi

Faço silêncio e vejo se recebo alguma resposta.

Acho que ouço algo, alguém a tentar gritar... Aquele lugar era  definitivamente aterrorizante, sentia umas más vibrações a percorrer-me o corpo...

Mas aquela Voz... eu conheço aquela Voz...

Tenho de fazer alguma coisa.

Afasto-me da porta e corro em direção ao quarto do Isaac.

Abro a porta brutamente o que o fez saltar de susto. Estava deitado na cama a ver vídeos no telemóvel com os fones.

- Credo! Que se passa?? - perguntou.

Contei-lhe tudo o que se tinha passado há momentos atrás e ele apenas disse:

- Temos de entrar naquela cave agora mesmo.

•

Saímos os dois do quarto e fomos confirmar que não estava ninguém em casa.
Fomos até à garagem e pegamos num pedaço de lenha para arrombar a porta. Contámos até três e batemos com o tronco na porta mas aconteceu exatamente a mesma coisa que há uns dias atrás. Uma força empurrou-nos aos dois para trás com uma intensidade ainda mais forte que da outra vez. As paredes estremeceram com o impacto, e caíram estilhaços do teto. Eu fiquei bem apesar de ter ficado um pouco abalada. Quanto ao Isaac... fez uma ferida na cabeça mas felizmente não ficou inconsciente... por pouco.

- Reparaste numa coisa? - perguntei.

- O quê?

- A porta por fora aparenta ser de madeira mas por dentro é... algo muito resistente, tipo aço maciço... Reparei nisso quando batemos com o tronco na porta.

- Olha eu não tive tempo de reparar em nada. - disse ele ainda abananado.

- E agora? O que fazemos? - sentia-me encurralada.

A porta... a outra porta...

A Voz! É a Voz outra vez! Outra vez a sussurrar na minha cabeça...

- Isaac! A pessoa da voz! A pessoa que está lá dentro!

- O quê? O que é que tem? - perguntou ansioso.

- A Voz... está a tentar dizer-me algo... está a dizer... que há outra porta... - digo tentando perceber o que a voz dizia.

- Outra porta?! Não estou a ver onde poderá ter outra porta... Não consegues de alguma maneira comunicar com essa Voz e perguntar-lhe em que direção? - diz pensativo.

- Não... quer dizer, não sei...

- Tenta.

- Em que direção fica essa porta? - pergunto serena e concentrada com os olhos fechados.

Oposto..

- Oposto.. - repito para o Isaac.

- Oposto? No lado oposto?

- Suponho que sim.

Fomos até ao lado oposto da porta mas nada. Era apenas uma parede.

- Boa e agora? - pergunto stressada.

- Eu não sei... Olha vamos descansar um pouco e pensar melhor sobre isso. - disse o Isaac pondo as mãos nos meus ombros acalmando-me.

- És capaz de ter razão. E é melhor tratarmos dessa ferida.