[Fevereiro, 2006]
A neve cobre o chão em Bucheon desde dezembro. O inverno acabará no final deste mês e não vejo a hora do florescer na primavera, é minha estação do ano favorita, as flores me animam ainda mais.
Eu tenho um amigo, o nome dele é Byun Baekhyun, ele tem 12 anos e eu 11, nos conhecemos em um dia no parque que costumávamos ir em 2003. Começamos a brincar juntos e nos tornamos inseparáveis.
Byun nunca foi a minha casa porque minha mama não queria garotos aqui comigo sendo tão nova, mas eu já fui a casa dele que era a alguns quarteirões da minha. Mantínhamos uma relação muito amigável, eu gostava mais de andar pelas ruas e pelo parque, e hoje decidimos que a brincadeira seria esconde-esconde.
Eu contei até 50 e espiava onde Byun se escondeu. Ele era tão previsível. "Atrás de uma árvore, Baek? Sério?" - disse a ele. Logo foi a vez do Baekhyun contar e eu me esconder. Corri o mais rápido que pude a procura de um cantinho que eu pudesse me encaixar. Me deparei com a casa dele e pensei que não havia o menor problema eu entrar e ficar coberta pela cortina.
E foi aí que tudo aconteceu. O pai do Baekhyun se aproximou e abriu com rapidez o pano que recobria a janela e a mim. Ele me observou e parecia inquieto, com o nariz e os olhos vermelhos.
- O que faz aqui, mocinha? Do que está se escondendo? - o pai de Byun iniciou.
- N-nada senhor, eu tô brincando com o Baek... - respondi trêmula, aquela situação me deixou nervosa e eu não sabia o porquê.
- Eu conheço uma brincadeira muito interessante, o que acha de brincarmos um pouquinho? Acho melhor você não recusar, porque eu vou ficar muito triste. - ele se abaixava para ficar da minha altura e pude sentir sua respiração com um hálito de bebida alcoólica.
Naquele instante fiquei paralisada, eu não me mexia, eu não sabia o que estava prestes a acontecer, só sabia que as intenções daquele senhor era a pior de todas, e isso me embrulhava o estômago. Ele se levantou e me pegou pelo braço, eu vi na mesa um pó que não era normal junto a uma garrafa de cachaça. Ele pediu para que eu me sentasse que o "joguinho" iria iniciar. Lentamente, ele colocou as mãos no cinto da calça e começou a abrir na minha frente.
Ouvi uns barulhos vindo da escada, e virei meu rosto na direção. Era a mãe do Baekhyun, diferentemente do pai dele, ela estava lúcida, e correu para me socorrer. Empurrou-o da minha frente, e o mesmo se desequilibrou caindo no chão de madeira. Ela disse para mim: "Corra e não volte nunca mais". Dito e feito, fui para minha casa e ao chegar, contei o ocorrido à mama, ela me proibiu e qualquer contato com os pais do Byun, e para isso eu teria que me afastar dele. Eu estava tão assustada e com nojo que não pensei duas vezes e a obedeci. Nada aconteceu, mas o poder do "quase ocorreu" corrompeu minha mente, e isso era o suficiente para eu não voltar jamais para as ruas.
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[Fevereiro, 2008]
Eu nunca tive dificuldades para fazer amizades, mas complicado mesmo era encontrar uma puramente sincera, igual a que Baekhyun e eu tínhamos. Havia o Jongdae em minha vida, nossas mães são grandes amigas desde o fundamental, isso resultou na nossa amizade assinada como um contrato, era evidente que nos tornaríamos amigos frequentando um a casa do outro praticamente todo santo dia.
Kim Jongdae é como um irmão mais velho para mim, e a mãe dele é uma segunda mama, boa companheira que cozinha muito bem. Nosso primeiro nome é idêntico, o Dae chama isso de destino, e eu chamo isso de coincidência. Todavia, eu acredito que tenha sido combinado de nossas mamas.
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Plotted Destinations
Teen FictionByun Baekhyun e Kim Taeyeon, pessoas com vidas contrárias, que passaram por traumas diferentes, mas o que os une é muito mais poderoso: o destino. Uma escolha errada pode traçar caminhos alternativos. O destino será bom o bastante dando tantas chanc...