{ 1 }

635 29 11
                                    

Como era possível que tantas mulheres quisessem apaziguar o apetite sexual de seus maridos?

Maite Perroni se fazia esta mesma pergunta, enquanto apagava o queimador Bunsen e fechava os dedos ao redor da proveta que continha seu futuro. Agitou o vidrinho número vinte e quatro entre as palmas das mãos e levantou uma sobrancelha em direção a seu companheiro de laboratório, William Levy.

- Está certo que não prefere que eu o faça?

William passou os dedos pelo cabelo escuro como a noite. Seus lábios, tão sensuais, curvaram-se para baixo.

- O inibidor da libido que estamos preparando é para homens, May.

Seus olhos deslizaram pelas curvas de sua companheira enquanto mudava de postura.

- Acredite, não é apta para o experimento nem por indício. E, de toda forma, o conselho diretor que nos subvenciona se ocupará de acabar com sua carreira, e também com a minha, se não apresentarmos algo concreto antes do final da semana que vem.

Maite mordeu o lábio inferior, como costumava fazer quando se sentia frustrada. Era evidente que William tinha razão. Não passaram os últimos meses trabalhando cada dia até tarde no laboratório para que agora o conselho detivesse de repente o projeto.

Sentou-se em um tamborete e apoiou os cotovelos sobre a superfície metálica da mesa de trabalho.

- Mas ainda não conhecemos todos os efeitos secundários.

William se inclinou para frente e fechou suas mãos ao redor das dela. Seus olhos se encontraram e as angulosas linhas do rosto dele pareceram suavizar-se por um instante.

- E não conheceremos a menos que me preste a ser nosso porquinho da índia. - apertou os dedos de Maite e acariciou sua pele com o polegar. O gesto era inocente, sem dúvida, mas, mesmo assim, intensas pulsações percorreram o corpo dela. O quente calafrio do desejo propagou-se descontrolado até os dedos dos pés. O laboratório, que era pequeno, pareceu fechar-se ainda mais ao seu redor.

Apesar de que o contato com aquele homem provocava uma misteriosa alquimia em sua libido, Maite sabia que o William não encantava as garotas de ciências estudiosas e aplicadas como ela. Durante os últimos três anos tinha visto suficientes jovens o adorando para saber que mister uma-mulher-diferente-cada-dia sentia um apetite voraz pelas loiras altas, com aspecto de meninas abandonadas, que ostentavam atraentes sorrisos que ao final sempre acabavam sendo o mais brilhante que havia nelas. Ela era, em troca, uma mulher inteligente com uma figura miúda e cheia de curvas, o qual era a antítese do protótipo pelo que ele sentia-se atraído.

Sinceramente, acaso os homens eram incapazes de dar-se conta de que as coisas boas sempre estavam nos menores pacotes?

Baixou o olhar até se deter justamente uns centímetros abaixo da cintura de William. Bom, possivelmente nem todas as coisas.

A calidez do polegar de William acariciando distraidamente sua pele devolveu a Maite novamente à realidade. Ficou em pé de um salto e agarrou uma seringa de injeção.

- Bom, pois se estiver preparado, acabemos com isto de uma vez. Sente-se e levante a manga. - enquanto indicava que se sentasse no tamborete junto a ela, preparou o soro.

Introduziu a dose na seringa de injeção pela agulha, eliminou o ar restante e olhou William fixamente aos olhos.

- Preparado?

- Adiante, May.

Ela abriu o pacote de algodão impregnado de álcool e o esfregou por seus bíceps. Virgem Santa, e que belo bíceps era aquele!

Prazer Sob ControleOnde histórias criam vida. Descubra agora