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Ainda vestida como uniforme de sua equipe de soft ball, Maite se deixou cair em uma das macias espreguiçadeiras do jardim privado do diretor, protegido do exterior por uma fileira de árvores. Com uma mão segurava um copo de limonada gelada e com a outra massageava o cotovelo que acabava de machucar. Levantou a cabeça e bebeu um gole de limonada. Ao seu redor, a decoração floral impregnava o ambiente com seu aroma e despertava os sentidos.

A razão pela qual o diretor quisera que ela jogasse como primeira base estava além de seu entendimento. Bom, talvez não de todo. Todo mundo sabia que era tão torpe que não podia nem pegar um resfriado com um Kleenex usado, assim, situando-a naquela posição, o diretor outorgava a sua equipe e a si mesmo uma vantagem bastante injusta. Talvez aquilo enchesse sua existência de "felicidade e harmonia", embora obviamente ela não opinasse o mesmo.

Seus olhos vagaram entre seus colegas de trabalho até pousarem finalmente em William. Avançava em sua direção, rodeando o perímetro da piscina com forma de rim e em seguida abrindo caminho entre a multidão. Com os olhos fixos nele, estudou-o enquanto se aproximava.

Tirou o uniforme que ressaltava com tanta precisão as linhas de suas coxas e de seu traseiro. Agora vestia uma bermuda de cor azul escura que deslizavam cintura abaixo até deixar descoberto seu corpo atlético.

Maite olhou-o no rosto e continuou percorrendo o restante de sua anatomia, registrando cada um dos deliciosos detalhes da pele bronzeada, do peito esculpido e de seus firmes abdominais. Enquanto o devorava a distância, sentiu uma pontada intensa entre as pernas.

Passou a língua pelos lábios enquanto se perguntava que traje gostava mais, o uniforme ajustado de soft ball ou a sensual bermuda para nadar. De repente a malvada ideia da Erin, a possibilidade de trocar o conteúdo dos tubos, cruzou sua mente como um relâmpago. Sentiu como a luxúria se fazia mais e mais intensa, apesar de seus esforços para ignorar seus desejos.

Olhou a seu redor e se deu conta de que não era a única que desfrutava da vista. Um grupo de mulheres com os olhos cheios de lascivas promessas convidavam-no a que se unisse a elas na piscina.

Ele respondeu com um gesto de cabeça e logo voltou ao olhar para Maite.

Seus olhos brilhavam com uma sensualidade escura e remota que lhe pareceu cálida e familiar. Com passos largos e determinados, William continuou avançando em sua direção.

Repentinamente, e como surgida de um nada, Sue, do departamento de contabilidade, materializou-se frente a ele como um cachorrinho mulherengo, ou mais como uma cadela no cio, lhe bloqueando o passo. Se aquela mulher tivesse rabo, agora mesmo o estaria abanando como uma louca.

Falaram durante um instante, mas Maite não pôde ouvir o que diziam acima do bulício que procedia da piscina, onde alguns empregados disputavam uma partida de voleibol.

Com a cabeça inclinada para trás, a longa juba loira de Sue se agitava sobre seus ombros enquanto compartilhava alguma piada privada com ele. Seus generosos atributos encaixavam perfeitamente com a lista de requisitos básicos de William.

Parecia como se aquela mulher estivesse esperando que alguém lhe lançasse um osso. Os dedos de Maite se fecharam com força ao redor do copo que segurava enquanto um estranho som, primitivo e primário, escapava de sua garganta. Depois da noite anterior, ganhou um posto privilegiado na correria por tão cobiçado osso.

Amaldiçoou em voz baixa. O desejo se converteu em ciúmes, e o ciúme tinha matado o desejo. Ao menos ficava o consolo de ver como William deixava Sue a um lado e continuava avançando para ela.

Ajoelhou-se ao seu lado e fez com que o quente ar da tarde se estremecesse a seu redor.

Maite inspirou, saboreando seu aroma masculino, rico em matizes, terrestre.

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