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Maite dava voltas pelo laboratório, nervosa, alisando com as mãos a saia negra até o joelho que vestia. William e ela tinham apresentado os resultados da investigação ante o conselho fazia tão somente umas horas e estavam ansiosos por conhecer o veredicto. Saber que estavam três andares mais abaixo, na sala de conferências, discutindo se outorgavam uma subvenção ou não a punha incrivelmente nervosa.

Tirou-se a presilha de plástico que lhe sujeitava o cabelo e sacudiu a cabeça até que os cachos loiro escuro caíram por suas costas como em uma cascata. Logo olhou William. Estava sentado em seu banquinho, muito relaxado, folheando uma revista. Estava muito bonito com aquele traje azul marinho.

Aquela cor acentuava a calidez e a profundidade de seus preciosos olhos verdes. Levantou o olhar da revista para ela e Maite se viu cheia de amor por ele. Fazia menos de uma semana os dois eram companheiros de laboratório e pouco mais. E agora, em menos de seis meses, encontraram-se ante o altar e se converteriam em companheiros para toda a vida.

Sentiu uma alegria imensa enquanto imaginava William vestido de smoking e esperando-a junto ao altar. Deu de presente um sorriso carregado de sensualidade.

-- Relaxe, Maite. Encantou-os.

Era incrível a facilidade com a que ele lia cada uma de suas emoções em seu rosto. Sabia que tinha razão. Os membros do conselho haviam parecido impressionados ao conhecer seus descobrimentos, mas mesmo assim não podia evitar sentir-se nervosa. Suas futuras carreiras dependiam daquela subvenção.

-- Crê que aprovarão o pressuposto apoiando-se unicamente nos resultados de Bonnie e Clyde?

-- Passarão no pressuposto apoiando-se no brilhantismo de sua fórmula, Maite -- assegurou ele.

Ela sorriu ao sentir-se respaldada. Alguém bateu na porta do laboratório. Levantou a cabeça e viu a cabeça de Erin aparecendo.

-- O diretor quer ver os dois agora.

-- Chegou a hora -- disse William, com os olhos brilhantes pela emoção. Ficou de pé, cruzou a sala até estar frente a Maite e lhe deu a mão. -- Pronta? --perguntou arqueando uma sobrancelha.

Maite deixou escapar um suspiro.

-- Vamos.

Erin lhes desejou boa sorte. Uns minutos mais tarde se detiveram frente ao escritório do diretor. Ela se ergueu, tomou ar e chamou.

-- Entre -- disse a voz de Juan.

Tinham decidido manter sua relação em segredo, ao menos até que conhecessem os resultados, assim Maite soltou a mão de William. Juan não gostava das confusões entre empregados e eles não queriam que nada interferisse com a subvenção, com futuras propostas ou com sua capacidade para trabalharem juntos, se é que essas novas propostas eram bem acolhidas.

William girou o trinco, empurrou a porta e franqueou a entrada a Maite.

Ela observou com curiosidade o inexpressivo rosto do diretor enquanto avançava até sua mesa e tomava assento em uma das cômodas cadeiras que havia frente a ele. William se sentou junto a ela.

Maite não queria parecer nervosa, assim entrelaçou os dedos das mãos e se sentou tão reta como pôde.

Juan se apoiou no respaldo de sua cadeira de pele marrom, que rangeu sob seu peso. Olhou-os fixamente e franziu o cenho.

-- Só para mantê-los ao dia, Max foi preso. -- Com um gesto da cabeça, assinalou em direção a algum ponto do chão. Maite se voltou e ali estava sua mochila. -- Encontraram sua bolsa no apartamento de Max. Isso e a digital do apartamento foram suficiente para acusá-lo formalmente.

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