Garota muito mais que Complicada. 2

A mais feliz do mundo

-Meus parabéns!- Dr. Hans olhou para nós- O primeiro bebê é um menino!

Não consigo ao menos explicar o quanto meu coração se aqueceu ao ouvir aquele choro forte, alto, os pulmões do meu filho recém-nascido são mais fortes do que o meu, nossa.

-Oh Deus, isso é tão difícil- ofeguei cansada, e apertei a mão de Guilherme para recuperar minhas forças.

-Eu estou vendo ele, amor. Nosso filho- a voz do mauricinho tinha um tom diferente, um tom que eu nunca ouvi, ele falava de um jeito tão doce e apaixonado

-Okay vamos para o próximo, você consegue Clarissa, vamos lá é só fazer força. No três, conte comigo; um, dois e...três é isso aí, mais uma vez- eu gritei cansada, eu já não sentia minhas pernas e minha testa estava totalmente encharcada de suor. Até que um segundo choro ecoou, mais fino, porém também forte- É isso aí você conseguiu! Dessa vez temos uma menina.

Uma menina, Deus, eu tenho uma menina, eu nem consigo acreditar, não consigo lidar com tanta felicidade, apenas expresso com meu choro de felicidade. E dor, é claro, muita muita dor.

-Eu nem acredito que eu tenho mais uma filha, caramba- Guilherme falou olhando na direção que levaram a bebê

-Só você né bonitão? Sozinho?- fiz a melhor cara de sarcástica que minha dor proporcionou

-É, você teve uma pequena colaboração- eu nem precisava que ele tirasse a máscara cirúrgica para saber que estava com aquele sorriso idiota no rosto

-Eu te mataria se eu mesma não estivesse sofrendo- enruguei o rosto sentindo uma quantidade de placenta escorrer

-Pra que se você já está quase quebrando a minha mão?- me passou pela cabeça dar risada, mas a dor agonizante me fez esquecer disso totalmente

-Certo pelo visto o terceiro bebê já está pronto, e você Clary? Está pronta?

-Mais do que nunca- respirei fundo repetidas vezes e me preparei

-Okay vamos de novo, no três, um dois, três. Força!- tentei o máximo que podia, despejei toda a força que me restava, mas ainda não conseguia escutar choro algum

-Está tudo bem, doutor?- Guilherme perguntou, notando a expressão desgostada do médico

-O bebê não está na posição correta, preciso que a cabeça dele se encaixe melhor- Dr. Hans comentou e eu comecei a sentir a exaustão me derrubar

-Pressão caindo rapidamente- uma das enfermeiras no quarto alertou olhando para o estabilizador ao meu lado

-Clary? Ei, fica comigo amor, nós vamos conseguir, nossos filhos vão ficar conosco e seremos uma grande família- o mauricinho começou a dizer ao meu ouvido, mas sua voz parecia distante demais, abafada demais

Com os segundos passando, meus olhos começaram a pesar, e eu já não conseguia me mexer mais, não tinha força alguma para trazer meu filho ao mundo

-Não consigo... não posso me mexer- eu disse baixinho, não reconhecendo minha própria voz

-Consegue sim, você é Clary Posey a mulher mais forte do mundo, pode fazer qualquer coisa, você é a minha mulher, eu estou aqui com você- Guilherme continuou me encorajando, tentando me manter firme

-Eu tive uma ideia, conversem com ele, ele vai reconhecer a voz de vocês e vir até vocês- Dr. Hans disse, e no momento nenhuma ideia parecia ser ruim

-Não sabemos se é um menino ou uma menina... como vamos...- mauricinho começou a falar e eu o interrompi

-É um menino, sei que é- com os sentidos quase falhando, consegui ter um flash de memória- Eric! Chama de Eric, foi o nome que Alex escolheu- eu disse, em um fiapo de voz