06

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Lara

— Você é o pai do Arthur? — Yan perguntou.

— Não — falei rapidamente.

— Não sou mas espero ser — deu um sorrisinho pra mim — E você é quem?

— É o médico do Tatu — respondi — Dr. Yan.

— Ué, e tá fazendo o que aqui?

— Eu sou médico e ser humano — Yan respondeu — Também mereço curtir um pouco, né?

— Hm, o que você quer Felipe? — perguntei.

— Posso falar contigo rapidão? — olhei pro Yan, que assentiu.

— Desculpa — me afastei indo em direção ao um canto mais tranquilo pra saber que porra o Felipe queria comigo. Não é possível ele querer fazer um papel desse, sendo que nós ficamos um mês sem se falar porque ele veio exigindo fidelidade pra mim e passando o rodo por aí. — Fala logo.

— Não sabia que era fácil sair com o seu médico assim — falou irônico.

— Primeiro que ele não é meu médico e sim do meu filho, e segundo, quem te deu abertura pra encher o meu saco assim?

— Porra Lara — passou a mão na nuca — Eu to com mó saudade sua. Fala o que você tá pra mim, hm? — se aproximou.

— Eu tô de saco cheio — empurrei ele — Vaza pra lá, eu ein.

— Vai ser assim mesmo? — perguntou de cara fechada — Tô tentando falar com você há dias e resolver a nossa situação.

— Querido? — olhei pra cara dele — Eu passei os últimos dias correndo por causa da saúde do meu filho, é claro que o meu único foco é ele e ninguém mais.

— Mas deixa ele em casa pra vir aqui, né?

— Vai se fuder — falei com raiva — Você não sabe o mínimo do que eu estou sentindo e passando nos últimos dias, então vai se ferrar.

É foda você ter que aturar macho no seu pé que não aceita certas coisas e quer ser a primeira opção mesmo sabendo que você tem um filho. E eu nem falo que a relação dos dois é ruim porque não é, o Arthur adora ele e tem um carinho enorme. Mas eu não suporto que mandem na minha vida quando não tem um pingo de direito em mim.

Segui o meu caminho de volta pro bar mas o meu celular começou a vibrar, o que impediu a minha caminhada. Olhei no visor e era a Lena, meu coração parou na hora. Enfrentei uma multidão pra sair do bar e fui pra rua atender.

📲— Lena? Aconteceu alguma coisa?
— Lara, o Arthur começou a tossir muito e tá ficando quente.
— Eu tô indo aí.
— Eu dei o remédio que o médico falou, ele tá quase dormindo mas achei bom te avisar. Fica tranquila minha filha, eles disseram que era normal isso acontecer.
— Mesmo assim, tô indo pra aí.
📲

— Merda — xinguei alto. Olhei pro bar, ia dar um rolê enorme só pra achar a Luisa lá então mandei uma mensagem avisando o que tinha acontecido, abri o aplicativo do uber mas eu tava mais nervosa que tudo nessa vida.

— Aconteceu alguma coisa? — senti alguém tocar no meu ombro.

— Que? — me virei — O Arthur não tá bem e qualquer corrido vai demorar dez minutos só pro motorista chegar aqui.

— Eu levo você lá — Yan se disponibilizou.

— Sério? De verdade? — perguntei deixando algumas lágrimas caírem. Merda, odiava chorar assim mas era o meu filho ali.

Meu recomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora