Capítulo 2

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Quando chegaram ao apartamento de Camus, Mu e Aldebaran não imaginavam encontrar Camus naquela situação, o ruivo estava sujo, amarrotado, e com um corte na cabeça que sangrava muito.

Mu, ao ver o amigo naquele estado, foi entrando e perguntou – Camus o que houve com você?

Camus estava visivelmente desorientado, olhava para o apartamento ainda procurando Radamanthys, como se esperasse o loiro surgir de repente de algum canto, Mu notando o jeito aéreo do amigo, insistiu na pergunta, desta vez mais enfático o segurando pelo ombro. – O que houve com você, Camus?

— Eu... eu sai... o carro veio, a luz... eu... desviei, caí no barranco, foi um acidente... eu não quis... – Camus respondia ainda aéreo procurando pelo juiz de Hades.

— Camus, você é louco, acaso queria morrer, saindo da boate daquele jeito? – Ralhou Mu.

Ao ouvir as palavras do ex-cavaleiro de Áries, Camus voltou seus olhos para ele como se o percebesse naquele momento – Não... Não, eu não quis, foi um acidente Mu, um acidente... eu nunca quis morrer, nunca! Você tem que acreditar em mim, eu jamais...– o ruivo respondeu em meio às lágrimas, desesperado em se fazer acreditar – Eu juro, Mu! Eu juro.

As lágrimas voltaram a cair dos olhos do aquariano, agora muito mais forte que antes, quando estava sozinho em seu carro, neste momento ele chorava por todos os seus medos e angústias, por todas as vezes que se fez de forte, ou que agiu como se não se importasse, era como se todo o seu autocontrole o deixasse, sim talvez Radamanthys, em seu sádico jogo, houvesse tirado este dom de Camus, pelo menos neste momento, o ruivo se sentia fraco e as dores da alma apertavam o seu peito.

Camus sentou no sofá chorando, Mu e Aldebaran entreolharam-se nunca na vida viram o ex-cavaleiro de aquário chorar e, especialmente, não daquela forma.

Aldebaran olhava para Mu completamente apavorado, ele não era bom em lidar com situações como aquela, se bem que eles nunca haviam passado por uma situação como aquela, eles estavam juntos desde que foram trazidos de volta à vida por Atena, e logo se casaram oficialmente, pois era preciso isso para que pudessem adotar Kiki como filho conforme a lei, eles queriam dar um lar de verdade para a criança, Mu jamais deixaria que Kiki fosse levado para o orfanato da fundação Kido, não por achar que ele seria maltratado lá, mas por amar o garoto como filho, dentre todos os cavaleiros Camus era o que melhor entendia isso. No início foi uma grande surpresa para todos, pois ninguém nunca desconfiou do relacionamento deles, todos sabiam sobre os sentimentos de Camus e Milo, que nunca conseguiram enganar ninguém, mas também nunca tentaram esconder.

Aldebaran, ou Deba como preferia que os amigos o chamassem, era dono de uma academia de ginástica e uma academia de treinos de MMA, Mu por sua vez era seu oposto, o ex-defensor da casa de áries era professor de Yoga e tinha uma clinica Holística em sociedade com Shaka o ex-defensor da casa de virgem. Mesmo com tantas diferenças, Mu e Deba eram muito felizes em sua união, raramente alguém os via brigando, e quando isso acontecia, era por causa do ciúmes do menor.

Mu olhou para o marido o tranquilizando e se aproximou do amigo com cautela sentando-se ao seu lado – Camus, meu amigo... acalme-se, está tudo bem, eu falei por falar, jamais pensaria uma coisa assim de você, está bem? – viu Camus levantar a cabeça e concordar, mas o aquariano ainda chorava copiosamente.

— Vamos Camus, precisamos ir a um hospital, este ferimento na sua cabeça está bem feio e você está sangrando muito. – Foi Deba quem falou, tentando quebrar a tensão e fazer o amigo ruivo se recompor.

— Eu não preciso de médico nenhum – respondeu Camus com a voz anasalada pelo choro.

— Não vamos discutir isso, você vai ao hospital, sim! – Mu estava dizendo quando seu celular começou a tocar – ah, deve ser o pessoal, todos ficaram bem preocupados com você – o ariano falava enquanto pegava o aparelho para atender.

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