Capítulo 16

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No fundo Milo sabia que sua história com Camus naquela época foi interrompida por aquela fatalidade, e mesmo depois nesta nova vida Issak sempre esteve entre eles.

"O garoto não tem culpa, nunca teve" - pensou Milo que sempre sentiu ciúmes da atenção que seu ruivo dava ao pupilo, mas no fundo sabia que essa atenção era uma forma de diminuir a culpa que sentia por na sua visão ter falhado com ele naquele dia.

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Capítulo 16

– Ei meninos, me esperem! - Dizia Camus. Os meninos corriam a sua frente, eles estavam no campo e as crianças correndo sobre a relva.

– Venha mestre, não desista! - Chamou Hyoga.

Camus os seguia, mas já estava cansando. - Voltem meninos, já chega!

Os meninos pararam à frente e continuavam a sorrir, logo Milo os alcançou e pegou um em cada braço se virando para Camus disse, - Venha meu amor, não desista... falta pouco agora!

Milo saiu à frente com os meninos deixando Camus, que tinha parado para respirar embaixo de uma árvore, para trás.

– Milo! Me espera, onde estão indo, não me deixem aqui. Droga! - Falou Camus correndo atrás deles, mas não os avistou, - Milo! Onde está? Issak, Hyoga voltem aqui!

Neste momento, Nikos e Jacob seus alunos, passaram correndo por Camus e encontraram com Zima mais à frente. - Venha professor, não desista, não desista!

Mas Camus não conseguia alcançá-los e aquilo já o estava deixando irritado.

–Voltem! Por Favor, não me deixem sozinho, não consigo, estou cansado... Voltem, por favor! - Camus dizia desanimado e cansando, estava pensando em desistir, caiu de joelhos respirando com dificuldade.

– Voltem. - Pediu fraco.

Alguém se aproximou, Camus olhou para cima e viu uma mão estendida, mas o sol cegava sua visão.

– Não desista meu amor, eu nunca vou desistir de você. - A voz de Milo se fez presente e Camus aliviado segurou sua mão e se levantou.

– Não sei se consigo Milo, eu tô cansando... tão cansado... - Camus respondeu com a voz triste e embargada.

– Venha mestre, não vamos deixar você! - Issak criança falou e pegou na mão livre de Camus.

Hyoga criança se aproximou sorrindo e segurou a mão de Camus junto com Issak, enquanto Milo segurava a outra, - Vem mestre a gente te ajuda.

Camus sorriu pra eles e respirou fundo, - Eu não vou desistir!

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Camus abriu os olhos, estava no hospital... percebeu isso pelo cheiro e pela cama, ainda sentia dores em seu corpo, seus olhos encontraram os azuis celestes de Hyoga, o ruivo sorriu.

– Mestre Camus, vim ficar com você um pouco antes de me internar. - Falou Hyoga que acrescentou ao ver a confusão nos olhos de seu mestre, - tenho que fazer alguns exames e pra isso terei que me internar, o doador sou eu.

Camus sorriu e fechou os olhos, suas dores estavam o incomodando. - Eu sei Milo me contou e fiquei muito feliz, com isso teremos uma ligação para toda a vida agora. Isso é bom, não é?

– É sim pai... meu pai! - Falou Hyoga emocionado, e emocionando Camus a sua frente. Hyoga o abraçou, ambos ficaram assim um tempo até que Milo entrou fazendo com que os dois o olhassem.

Hyoga sorriu e Camus olhou com surpresa, Milo havia cortado seus cabelos curtos como os de Camus.

– Milo! Mas... por quê? - Perguntou incrédulo.

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