Capítulo 5

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— O que você ta fazendo aqui? - Issak não estava acreditando que Camus tinha ido ao seu local de trabalho, ele prometeu que não ia se meter em sua vida, – você prometeu, Camus!

Camus e Milo no início ficaram sem reação como crianças que são pegas em um momento de traquinagem, Milo foi o primeiro a responder, pois tinha mais jogo de cintura que o ruivo.

— Você trabalha aqui? Pelos deuses que coincidência! - Mentiu descaradamente o escorpiano – eu fiquei sabendo deste lugar e resolvi conhecê-lo trouxe o Camus comigo, algum problema nisso?

— Ah! Milo, não me faça rir, por favor! Acha mesmo que sou idiota, ele jamais viria num lugar como este! - Esbravejou Issak, apontando o dedo indicador para Camus acusatoriamente - Será que não vai conseguir me deixar em paz? Que inferno!

— Ei! Garoto olha como fala, respeite seu mestre. – Falou Milo no tom sério que poucas vezes usava.

— Ele não é meu mestre, não é mais, isso foi em outra época, em outra vida. – Respondeu Issak com a revolta peculiar aos jovens.

— E você continua devendo respeito a ele que te ajudou, que pediu por você, por sua vida, que te criou e te deu tudo, seu ingrato. – Falou Milo elevando a voz, assim como Issak fizera.

— Eu não pedi pra ele fazer isso – respondeu Issak infantilmente – e não se meta que meu assunto não é com você Milo, é com ele.

Issak falou apontando o dedo novamente para o antigo mestre, que continuava quieto apenas observando a discussão que se seguia a sua frente como se ele não estivesse ali.

— Eu já falei Camus, quero ter minha vida, a vida que eu escolhi! – Falou Issak tempestuoso.

— Largando os estudos e trabalhando como garçom? Aqui, neste lugar? - Falou Camus pela primeira vez desde que fora surpreendido por Issak. - O que espera da vida? Que futuro acha que pode conseguir trabalhando neste lugar?

Issak riu, era impressionante como as coisas que ele dizia pareciam não entrar na cabeça do seu antigo mestre. - eu não quero a sua vida, o que é bom pra você pode não ser bom pra mim, já pensou nisso?

— E trabalhar num lugar como este vai te dar futuro? Que tipo de futuro? - Perguntou o ruivo sério, alheio ao fato de que as pessoas estavam prestando atenção na discussão deles.

Issak andava em círculos com as mãos pra cima como se pedisse ajuda aos céus para lidar com seu tutor. - Eu não sou garçom, sou bartender: Preparo bebidas, coquetéis e drinks. Onde eu quero chegar? Achei que já tínhamos tido essa conversa. Quero comprar um barco, quero sair pelo mundo, pelos mares, o mar é o meu lugar! – o pupilo olhou Camus com olhos desafiadores sabendo que o seu ex. mestre se sentiria incomodado com o que acabara de dizer sobre o mar, que nas entrelinhas queria dizer que Issak sentia falta de ser um soldado marina de Poseidon, e de fato aquilo desconcertou Camus que, por alguns instantes ficou em silêncio.

— Não precisa parar os estudos para comprar um barco, pode estudar, arranjar um bom emprego e depois comprar um barco e sair pelo mundo, fazer o que você quiser, mas depois de estudar. – Falou Camus com seu tom formal.

Issak o olhou sem acreditar no que ouvia – Por que diabos isso é importante pra você?

— Por que você é minha responsabilidade! – Respondeu Camus sério com a cara fechada.

Milo que se manteve quieto desde que o ruivo tomou a frente na discussão fechou os olhos como se soubesse que o ruivo tinha acabado de falar uma grande bobagem.

— Não se preocupe Camus, não sou mais, "A Sua Responsabilidade" – respondeu Issak de forma tão fria que não deixou duvidas que fora criado por Camus para ser um cavaleiro de gelo,- vá embora e me deixe em paz.

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