Pitar

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Eu queria não me lembrar que era meu aniversário. E eu conseguia, porque ninguém mas lembrava. Só o espelho.
- Ei mocinho, mais café! ... Você tá me ouvindo ?
- Sim ... eu já vou trazer.

Eu pensava na data, limpando exageradamente o balcão com álcool gel, fixando os olhos longe.
Desde que sai do orfanato, e consegui aquele emprego, eu via as mesmas pessoas todos os dias, (geralmente as mais velhas). O Sr. Devin não investia no lugar para os mais jovens, ele dizia que todos eram drogados. Até eu. Ele pensava que eu trabalha ali, virando a maioria das noites pra sustentar meu vício. Acredito que eu era o único jovem que ele tinha confiado a trabalhar no Our Coffee. Por ser o único que ele podia controlar. O sr. Devin não era tão mal, ele me dizia ter mulher e filhos, era a única coisa que eu sabia dele ,mas nunca tinha os visto. Ele perguntava também sobre minha família, mas por acreditar que eu era drogado, dizia que era pra ter pena da minha mãe.
  Mas agora, como ia ficar as coisas.

Longe de casaOnde histórias criam vida. Descubra agora