Capítulo IV

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JU

Depois de acordar a Izabella e levar umas porradas da mesma, eu fiquei com raiva e decidi que eu não ia fazer companhia para ela no café da manhã (isso só serviu de desculpa, por que já não ia mesmo) e então, fui para os campos de morango (eu AMO os campos de morango) e encontrei de novo o Nico lá – isso já estava virando uma rotina. Apenas o encarei e chamei ele para treinar, mas dessa vez pedi para ele tentar não me matar.

A mesma coisa de sempre, passamos no chalé dele para pegar sua espada e eu peguei uma qualquer na arena. Depois de tentar me matar muitas vezes, o Nico falou que precisava ir embora porque tinha aula de Arco e Flecha, ele deu um suspiro.

– Eu sou péssimo nisso.

– Se você quiser posso te dar umas aulas particulares – eu disse isso sem intenção maléfica.

– Hmm... O.K.

– Depois do almoço, eu estou livre – eu pensei depois de falar que essa era uma frase bem suspeita. – Pode ser?

– Pode, então... Flw...

– Flw.

Eu tava lá de bobeira, pensando na vida, quando a Izabella Dutra Brettas veio atrapalhar minha paz. [n/Izabella: É muito amor²] Ela estava com um garoto com cara de elfo, mas um elfo fofo.

¬– Oi prima irritante que não quer saber de mim e conheço suficientemente para que seja considerada minha “amiga” – ela disse.

– Oi, coisa – disse, meio que decepcionada por ela estar lá – e oi, amigo da coisa – eu disse um pouco mais animada.

Ele sorriu e disse “oi”, a coisa nos apresentou, o nome dele era Leo e isso era tudo que eu precisava saber.

– Você quer treinar esgrima, coisa?

– Não, mas ele quer – ela disse abrindo sua mochila e pegando um pote de nutella.

– Gorda, mas guarda pra mim. – falei – você quer treinar, Leo?

– Depende do que...

Eu só ri e peguei minha espada.

– Esgrima, idiota – respondi.

– Ahhh, isso. Pode ser.

A gente começou a treinar e pela primeira vez eu massacrei alguém na esgrima, ele era tão ruim que até dava dó. Depois de alguns cortes na perna e de deixar a camisa dele absolutamente rasgada e ensanguentada, eu fiquei com pena dele e falei que já dava por hoje.

A vaca da Izabella não deixou nutella para mim e eu fiquei tipo “af vey”. Eu falei que ia para os campos de morango e o Leo pediu para ir comigo, eu chamei a coisa e para a alegria obvia do Leo, ela recusou.

A gente foi até lá conversando, ele me contou da missão dele com uns dois amigos que estavam se pegando, e eu pensei que devia ser um saco isso, ele me falou que era filho de Hefesto e na verdade ele era legal.

Nós chegamos aos campos e nos sentamos, ele colheu alguns morangos para a gente. Pedi para ele contar uns detalhes da missão dele e ele contou detalhe por detalhe, então ele me falou de uma tal de Calipso e eu não gostei nada. Ai ele pediu para eu contar da minha vida amorosa e eu disse que não tinha, então ele insistiu e eu acabei contando.
– Bem, são três situações, envolvendo três garotos. Primeiro, a menos complicada, porque ela também não é muito simples. O nome dele era Gabriel Miranda. Ele era tipo, o meu melhor amigo e um dia ele, do nada, começou a se distanciar, e toda vez que eu chegava perto dele, ele me tratava muito mal e agia que nem um idiota, o que não é nada mais que ele é.

“Eu já estava gostando dele e fazia tudo por ele e ele continuava sendo um idiota, então um dia eu simplesmente o mandei ir para aquele lugar e até hoje ele me odeia e eu o odeio.

“Já a segunda, é um pouquinho mais complicado. O nome dele também era Gabriel. Gabriel Kobaça. Ele era muito amigo eu, e como deu para perceber, eu tenho problemas com amigos. Eu realmente estava apaixonada por ele. E eu continuava sofrendo e sofrendo por ele, mas um dia eu simplesmente disse que não ia gostar mais dele, o que não deu muito certo, já que até hoje, com certas músicas ou em certas situações eu me lembro de tudo que passamos, eu sinto tudo de novo e parece que o mundo está desmoronando outra vez.

“Agora a do Leo. Hmm, Vieira, o.k.?! Tipo, minha amiga nos apresentou e desde aquele dia nós ficamos muito amigos, pois é, amigo também. Enfim, um dia, ele meio que me beijou, e nós, tipo, começamos a ficar. Era tipo, o que as pessoas chamam de “amizade colorida”. Só que isso era na época em que eu morava no Brasil, e como eu tive que vir pra cá, e eu odeio esse negócio de namoro à distância, tivemos que acabar com o que tinha acabado de começar.

– E ainda tem gente que fala que eu trato os garotos como pedaços de carne, mas depois de tantos olharem para os meus peitos ao invés de olharem nos meus olhos, e acharem mais importante o tamanho da minha bunda do que o da minha personalidade, eu acho que eu tenho o direito de fazer isso. – eu desabafei totalmente.

– Você está certíssima, fique a vontade para me usar e jogar fora.

Eu sorri, e fiquei encarando ele com uma cara meio séria e por um longo tempo, enquanto um milhão de coisas passavam pela minha cabeça, até que ele desviou o olhar para pegar um morango, passamos um tempo em silêncio, até que o sinal do almoço tocou. Chegamos ao pavilhão e tenho que admitir que foi difícil dizer adeus.

The Zuera Never EndsOnde histórias criam vida. Descubra agora