Olá, como estão? Primeiro queria agradecer a gentileza da autora da fic original, 1moreCrisanaBlog
por ter me deixado traduzir a Fic "Atrapando Humo". Ela me passou o texto, as fotos, capas, etc. Gracias!A minha intenção aqui é apenas traduzir a Fic para quem não sabe o Espanhol. O texto permanecerá como o original, exceto por pequenas alterações, todas aprovadas pela autora.
Então, é isso. Aproveitem! Boa leitura!
><
É o primeiro dia de aula depois de umas férias intensas, por assim dizer. Por alguma razão, minhas aulas terminaram antes no ano passado e eu tive cinco meses de recesso no verão, que passei em minha casa, basicamente trancada. Não que eu tivesse muitas coisas para fazer ou amigos para sair. Mal nos mudamos para Madri e eu realmente não conhecia ninguém, então, aproveitei as longas férias para me familiarizar com o lugar, encontrar um novo terapeuta, me acostumar com os novos medicamentos e com o sotaque espanhol.
Ao chegar à escola, percebo como alguns dos outros alunos ficam me olhando quando passo perto deles. O que não me surpreende, porque não sou apenas nova na escola, mas também sou de outro país e tenho as pontas dos cabelos pintados de roxo. Era inevitável que atraísse a atenção, mas, é um pouco estranho, especialmente quando passo por um grupo de cinco garotas que literalmente param de fazer o que estão fazendo apenas para me olhar. Também olho para elas e percebo como uma delas, a que está no meio das cinco, uma garota de cabelos loiros, me encara e sua expressão fica triste logo antes de ela se virar. Permito-me alguns segundos de confusão antes de ir para a minha sala de aula.
Primeiro período: História. Segundo período: inglês. Terceiro: Matemática. Quarto: Descanso.
Saio da sala de aula e vou para o meu armário, sinto alguns olhares nas costas enquanto guardo meus cadernos, me viro e um garoto de cabelos de chinês e outro de cabelos mais claros estão me observando do outro lado do corredor. Por alguma razão, eu me pergunto se eles são um casal. Fecho meu armário, pego a bolsa com o meu almoço e vou ao refeitório para comprar um refrigerante. Estou quase pronta para pagar quando noto o grupo de garotas em uma das mesas, a loira está chorando e uma garota muçulmana - presumo - a abraça, se vira para me ver e me dá um meio sorriso. Não consigo pensar em nada mais do que retribuir o gesto, pagar pelo meu refrigerante e sair.
Quinto e sexto período: Ciências. Último período: Literatura.
Estou um pouco atrasada porque a sala fica do lado oposto de onde está meu armário e eu encontrei um pouco de dificuldade em localizá-la. Quando entro na sala de aula, o professor já está entrando no assunto e apenas faz um sinal indicando onde devo me sentar. Duvido um momento ao ver quem é a pessoa com quem tenho que compartilhar, mas, vou e me sento, coloco minha mochila no chão, pego o caderno, a caneta e me acomodo para escutar a aula.
Concentrar-me foi um pouco complicado. A garota (por mais que tentasse) não parava de me observar, mas, evitava o contato visual se eu me virasse para vê-la.
A campainha toca no final da aula e do dia. Todos os alunos na sala saem o mais rápido possível, alguns saem da sala enquanto guardam suas coisas; no final, apenas ela e eu ficamos. Algo me diz que ela está demorando de propósito e eu decido me apresentar.
"Oi"
Ela se vira para me ver, mas não diz nada, seus olhos azuis me observam e eu não consigo ler sua expressão facial.
"Me chamo Joana."
Ela assente por alguns segundos, durante os quais seu olhar fica triste novamente, ela se vira e aperta os lábios.
"Ya. - Vira-se para me ver novamente com um sorriso que não alcança seus olhos - Eu sou Cris."
Ficamos em silêncio por alguns segundos e, antes que pudéssemos dizer mais alguma coisa, ouvimos alguém chamá-la da entrada da sala.
"Cris, vamos?"
É uma garota com olhos claros e não muito alta. Ela se vira para me ver por um momento e sorri, balançando a cabeça, mas sem dizer mais nada. Viro para Cris, que parece querer dizer mais alguma coisa, se vira para ver a garota e depois se vira para me ver.
"Cris, vamos lá."
É uma voz diferente, mais firme, mais grave. Ela é a garota muçulmana, ela olha para mim e sua expressão não diz absolutamente nada.
"Sim, ya. Já vou. Tchau... Joana."
"Adeus."
Sai da sala seguida pelas duas meninas, a menina muçulmana se vira para me ver com uma expressão de... aviso? Não entendo muito bem, mas, não presto muita atenção, os primeiros dias são sempre estranhos. Acabo de guardar minhas coisas e saio da sala. Mas, pouco antes de sair eu as ouço falar, então, espero um momento para ver se ouço o que elas dizem.
"O que você está fazendo Cris? Lembre-se do que eles nos disseram, não devemos..."
"Ya. Sim eu sei. É só que..."
"Que... o quê? Hein? Cris?
"Isso não é tão simples, Amira! Eu não posso simplesmente fingir e agir como se nada tivesse acontecido, ok? Não posso."
"Sabemos que não é fácil, mas-"
"Não, Nora, não sabem de nada."
"Cris, não é fácil para ninguém, ok? Mas temos que tentar, para o bem de todos."
"Amy, é que - escuto que ela começa a chorar e, por alguma razão, isso me enche de tristeza também -... eu não posso evitar."
Ouço Cris ainda chorando, mas, o som é abafado. Presumo que as amigas dela a estejam abraçando... Eu gostaria de poder fazer algo para animá-la.
"Vamos lá. Venha Cris, vamos sair daqui."
Eu ouço os passos delas se afastando e olho para ver se elas estão longe o suficiente para eu poder ir embora. Vejo como as duas garotas andam um pouco à frente de Cris, eu as sigo com os olhos e, quando elas estão prestes a virar no corredor, saio completamente da sala pensando que estão longe o suficiente. Mas, pouco antes de desaparecer no corredor, Cris se vira para me ver mais uma vez, fazemos contato visual e o mundo para por alguns momentos, até que ele me dá um sorriso um pouco triste e desaparece da minha vista.
Demoro alguns segundos para recuperar o controle do meu corpo. Foi um dia confuso e eu só quero ir para casa; embora duvide que consiga tirar Cris da minha cabeça.
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Segurando Fumaça
FanfictionTradução da fanfic "Atrapando humo" da @1moreCrisanaBlog Joana, a garota nova... Pelo menos até onde ela sabe.