14. Terra Arrasada.

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Estavam o colocando na ambulância – Com vida. Entrei logo após e segurei com força sua mão, poderia segura-la para o resto de minha vida, fecharam a porta da ambulância com uma batida forte, olhei sobressaltado para a mesma e pela janela vi a moça que havia me ajudado, era alta, branca, cabelos pretos presos em um coque e aparentava ter mais ou menos vinte anos. Havia esquecido completamente de lhe agradecer, perguntar o seu nome mas agora era um pouco tarde, a cada segundo a via se distanciando, eu que estava na verdade. Eu tinha apenas duas certezas naquele momento, uma era que o Caio iria ficar bem e a segunda era que eu precisava voltar um dia para lhe agradecer mesmo que aquele lugar não me trouxesse boas lembranças.



Assim que chegamos ao hospital, o levaram direto para a sala de cirurgia, referente a isso, estava incrivelmente calmo, se eu não havia o pedido lá no chão daquela lanchonete, não seria agora e nem tão cedo que iria perde-lo, acreditava veementemente nisso!

Liguei para Teresa, ela precisava saber, mas como eu sabia que ela era muito nervosa a fiz entregar o celular a sua mãe na qual dei a notícia, liguei também para minha mãe e lhe avisei o ocorrido, para isso bolei uma mentira que não convenceria nem a uma criança de cinco anos pois havia lhe dito que iria sair para um acampamento com alguns amigos. Ambos chegariam em trinta minutos.

Me sentei em uma cadeira e comecei a ficar apreensivo, minha perna chacoalhava para cima e para baixo, minha mão suada a todo momento sendo esfregada na calça. Toda minha esperança estava acabando, estava com medo, muito medo, aquele lugar não ajudava em nada.

Em trinta minutos minha mãe e meu pai estavam adentrando a porta e para minha surpresa o Fagner os acompanhava, assim que os vi, acenei e eles vieram até mim, nem preciso dizer que me encheram de perguntas e preocupação.


– Como ele está? – Perguntou minha mãe.

– Não sei, nesse momento ele está na sala de cirurgia – falei sentido as palavras pesarem em minha garganta.

O Fagner que se mantinha um pouco afastado e até então calado se aproximou de mim.

– Como você está? – sussurrou como se tivesse me contando um segredo.

– Tirando o susto, estou bem sim. Como soube que eu estava aqui? – falei me sentando e fazendo sinal para que se sentasse ao meu lado, meus pais já haviam se acomodado há tempo.

– Eu havia ido a sua casa e eles me falaram que você tinha saído para um acampamento com amigos, já iria embora quando você ligou pra sua mãe e ela acabou me falando.

– Desculpa de não ter falado desse "acampamento" – falei fazendo um sinal de aspas com a mão.

– Tudo bem, não tem problema – falou ele visivelmente chateado.

Não falei nada, apenas me deixei perder em meus pensamentos, ficava a todo momento olhando para o corredor que há pouco o Caio havia entrado e as vezes até chegava próximo a porta onde não nos deixam passar, isso umas três vezes em intervalos de poucos minutos até o Fagner colocar sua mão sobre a minha quando eu fiz menção em me levantar pela quarta vez.

– Vai ficar tudo bem! Ele vai sair dessa! Se acalma! – falou ele com um olhar compreensível.

– Foi por essa pessoa que eu me tornei amigo – falei, ele apena me olhou triste e quando foi fazer menção em falar algo, a Teresa chegou berrando a plenos pulmões na sala de espera totalmente nervosa com sua mãe do lado tentando a todo custo acalma-la, sabia que ela iria fazer aquilo, então fui ao seu encontro e segurei em sua mão.

CAIO: O Namorado De Minha Amiga (Romance gay - LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora