30. Em família.

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Narrado por Fagner:



– Está tudo bem? – perguntei assim que percebi a gradativa redução na velocidade.

– Não, eu não consigo Fagner – ele respondeu.

– Não consegue o quê? – perguntei confuso.

– Encarar meu pai depois de tudo que aconteceu – disse por fim parando. Ele tirou o capacete e apoiou a cabeça no painel da moto.


Rapidamente desci da mesma e também tirei o capacete, olhei para trás e vi Lucas no carro fazendo uma expressão que perguntava "o que aconteceu?".

Fiz sinal para que se aproximassem, pois eu não sabia ao certo o que fazer.

Voltei a olhar para ele que ainda estava na mesma posição, coloquei minha mão nas suas costas e aproximei minha boca do seu ouvido e então perguntei:

– O que está sentindo?

– O que tá acontecendo? – Caio pergunta nos interrompendo.

Típico.

– Ele disse...

– Ei mano, o que foi? Tá passando mal? – Pergunta me ignorando totalmente, além de me empurrar pra longe de Caique pra abrir espaço logo em seguida.

Idiota. - o chingo mentalmente.

Lucas e Laura chegaram logo em seguida e pararam um a cada lado meu.

Caique levanta a cabeça revelando as lágrimas que começavam a cair e explica:

– Eu não consigo encara-lo, não depois do que aconteceu.

– Sente raiva ou rancor de nosso pai? – Caio pergunta.

Caique por sua vez nega rapidamente com a cabeça enquanto limpa as lágrimas com a mão direita.

– Não, eu não sinto nada disso. Eu sinto medo da reação dele.

– Você sentia medo de minha reação?

– Muito – admite – mas com você, sei lá, foi diferente... Não sei de onde surgiu esse medo.

– Está vendo todas essas pessoas aqui ao seu redor? – Caio pergunta apontado para Lucas, Laura e eu que estávamos logo atrás dele com olhares apreensivos. Ele confirma com a cabeça – elas estão aqui por um motivo em comum. Te apoiar. Você terá a gente, principalmente a mim, seu irmão se nada acontecer como esperava.

Caique chora um pouco mais antes de abraçar o irmão com força, meio desajeitado, pois estava em cima da moto que foi ao chão por falta de equilíbrio pouco depois, ele por sua vez pulou antes, saindo em leso. A tristeza nesse momento teve que sair por alguns minutos de cena para poder dá lugar a boas risadas. Caique meio que triste e sorrindo ao mesmo tempo foi levantar a moto com a ajuda do irmão.

Estava muito mal só pelo simples fato dele está mal, queria ter sido o primeiro a ajuda-lo, mas não deu. Achei melhor deixar Caio exercer seu papel de irmão preocupado, mas agora era a minha vez. Assim que eles levantaram a moto, me aproximei dele e lhe abracei forte, ele retribuiu.

– Vai ficar tudo bem – disse ao pé do ouvido.

Foi meio bosta e clichê o que acabara de falar, mas o que eu podia dizer?

– Se você continuar do meu lado, claro que vai – disse saindo do abraço, sorriu pra mim, retribui e por fim limpei uma lágrima que caia de seus olhos.

CAIO: O Namorado De Minha Amiga (Romance gay - LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora