22. Qual a chance?

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– ...Ele se chama Caio.

Não me aguentei quando ouvi aquele nome, comecei a rir. Não podia ser. Deveria ser só coincidência, nada mais do que isso.

– Qual é a graça? – ele perguntou enquanto me analisava.

– Esse Caio, ele é moreno, dezoito anos, 1,80 mais ou menos, fortinho?...

...Arrogante, um filha da mãe etc? – Completei em pensamento.

– Ele é um ano mais novo do que eu, o que significa que a idade bate, não sei se está forte, mas... não vai me dizer que você o conhece? – perguntou com um entusiasmo e um brilho no olhar que dava gosto.

– É, tive o desprazer – digo com desdenhe.

– Vocês não se entendem?

– Aconteceram algumas coisas aí.

– Ele não deve ter mudado nada, quer dizer, deve estar mais forte de que a última vez que o vi – disse rindo – sabe onde ele mora?

– Se você quiser, podemos ir lá agora – propus.

Ele desfez o sorriso e voltou a olhar para o mar.

– Acho que você vai achar que é frescura da minha parte, mas é que você me pegou de surpresa cara – olhou pra mim – eu nem havia começado a procura-lo ainda e bum, conheço alguém que conhece ele, nem nos meus melhores sonhos. Eu ainda não estou acreditando que foi tão fácil assim.

– Eu entendo.

– Acho que amanhã já estarei mais preparado, isso se a ansiedade não for maior e eu acabe indo de madrugada mesmo – disse sorrindo.

– Posso te dar o endereço dele se quiser.

– Podemos ir juntos? Não quero ir sozinho... mas se não puder, tudo bem.

– Pode contar comigo – disse.

Trocamos sorrisos e voltamos a olhar o mar.

– Mas me fala um pouco mais de como ele está, está namorando ou ainda está na onda de só ficar?

– Está namorando.

– Sério? Aposto que é só um passa tempo dele, era sempre assim com as meninas do bairro. – ele comentou sorrindo ainda olhando o quebrar das ondas.

Se ele soubesse de qual fruta ele estar comendo agora – penso dando um sorriso de lado.

– Acho que dessa vez é sério.

– Você acha? Conheço meu irmão... Quer dizer, conhecia, ele pode ter mudado nesse meio tempo, deve está diferente agora. Tomara que tenha mudado pra melhor, assim vai ser mais fácil.

– Sei que você só me conhece há apenas algumas horas e nem precisa dizer se não quiser, mas qual foi o motivo dessa briga? Foi tão grave assim? Pra afastar vocês? – decidi arriscar e perguntar, já esperava um fora daqueles por eu ser tão curioso mais não foi bem assim...



Narrado por Caio:

1 dia depois:

Vê-lo triste e chorando acabava comigo, mas por outro lado me motivava ainda mais, para agrada-lo, faze-lo feliz e o proteger de pessoas como a mãe dele, agora mais do que nunca me sentia responsável por aquele ser encolhido em meu abraço, era um sentimento muito bom em meio a tantos acontecimentos ruins.

“você só fica na minha casa se deixar esse aí e viver uma vida normal” – propôs a mãe dele.

Ouvir aquilo abalou todas minhas estruturas. Por um minuto me imaginei longe dele, por um minuto achei que ele fosse escolher a família até porque o havia o tranquilizado caso não escolhesse ficar comigo, mas mesmo assim me escolheu, provando mais uma vez que me amava. Tinha que fazer valer a pena essa decisão para que ele não se arrependesse depois. Se antes eu tinha dúvidas de que seria capaz de ama-lo para sempre, agora, eu não tinha mais.

CAIO: O Namorado De Minha Amiga (Romance gay - LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora