21. A vingança de uma mulher traída.

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"Nossa Lucas, faz tanto tempo que eu não faço uma visitinha a sua mãe, já havia esquecido o quanto ela é legal, pena que esse sorriso que está na minha frente nesse momento pode se desfazer, que coisa feia amigo"

Li e reli umas três vezes aquela mesma mensagem. O medo fez com que meu coração batesse dez vezes mais rápido, a primeira coisa em que pensei no memento em que li aquilo pelo incrível que pareça foi na saúde de minha mãe e não o que poderia acontecer comigo, se fosse expulso de casa, eu tinha como me virar de um jeito ou de outro, mas com saúde não tem como.

Caio olhou pra mim com uma expressão no rosto que dizia: "E agora?"

– Lucas isso não é hora de mexer no celular – disse a professora de sua mesa.

– Desculpa professora, posso fazer uma ligação lá fora?

– Vá. – consentiu.

– Posso ir ao banheiro? – pediu Caio logo em seguida assim que me levantei já procurando o número de Teresa, não sei como, mas ela acabou deixando, na verdade uma desculpa pra vir atrás de mim e não me deixar só naquele momento.

– O que vai fazer? – ele perguntou quando já estávamos no corredor.

– Ligar para ela – disse já colocando o celular no ouvido. O celular chamou, chamou e chamou, mas ninguém atendeu. Liguei novamente e nada.

– Liga para seu pai – sugeriu Caio.

Não pensei duas vezes e liguei, por sua vez nem chegou a chamar, apenas dizia "Fora da área de cobertura e blá blá blá", minha vontade era de gritar, extravasar o que estava sentindo mas não era hora ainda. Com as mãos já tremendo tentei novamente e novamente aquela voz chata falou "Fora da área de cobertura" 

– E o telefone de lá? - sugeriu mais uma vez tentando ajudar.

– Eu não tenho – disse me recostando na parede me dando por vencido, fechei os olhos e respirei fundo.

As coisas iam e vinham na minha cabeça, suposições obscuras das quais só de lembrar me causavam angustia e medo. As lagrimas vieram sem resistência alguma.

– Ei amor, fica calmo vai, ela pode só está blefando pra te causar medo, mas se não estiver, o que tem demais? Vai ser melhor assim, se ela te expulsa de casa você vem morar comigo, sem problemas.

– Primeiro: ela deve saber por mim e por mais ninguém e segundo: a questão não é só eu, minha mãe, ela é muito nervosa, com qualquer coisa ela já passa mal. Eu estou com medo do que possa acontecer com ela, e o pior é que a culpa... A culpa vai ser minha – falei colocando a mão no rosto, tentando esconder as lágrimas e o meu nervosismo.

– Ei, vem cá – disse puxando meus braços de encontro ao seu corpo, relutei um pouco, mas acabei cedendo. Apoiei minha cabeça no seu peito e chorei. Meu Deus, como eu era fraco emocionalmente.

– Alguém pode ver – falei.

– Que vejam, não estou nem aí.

– Eu preciso ir lá, agora – falei saindo de seu abraço e seguindo a frente pelo corredor.

– E como é que a gente vai sair? – ele perguntou em meu encalço.

– Me siga e verá.


– Lucia (vice-diretora) eu não estou me sentindo muito bem – algo que não deixava de ser verdade – será que a senhora pode me liberar? Estou ligando pra minha mãe só que ela não está atendendo.

– Claro filho, vá e descanse, leve seu amigo com você, pra lhe acompanhar – disse ela.

– Muito obrigado Sr. Lucia – digo – vamos – digo a Caio que estava próximo a mim.

CAIO: O Namorado De Minha Amiga (Romance gay - LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora