31. A bruxa está a solta.

380 26 8
                                    


Seu Joaquim por sua vez ainda estava com um sorriso malicioso que já estava me irritando no rosto. Com certeza ele teria falado mais algo se não fosse sua esposa que mudou de assunto propositalmente pra evitar mais desconfortos.

– E aí filho (Caique), onde você mora lá na cidade grande?

Agradeci aos céus o novo rumo da conversa, mas ainda sim me sentia muito desconfortável e só conseguia pensar no momento que aquilo acabaria...

Se eu soubesse o que ainda iria acontecer naquele dia iria ter preferido ficar o dia todo ali sentado ouvindo seu Joaquim falar.


Como prometido ao pequeno Vinicius, estávamos na frente do casarão, Caio, Caique e eu brincando, especificamente de futebol. Aquela criança sorridente que corria de um lado a outro atrás de nós para poder tirar a bola de nossos pés em nada se parecia com aquele menino tímido de quando chegamos ali mais cedo.

Fagner por não poder correr muito, apenas observava de longe sentado em um banco de concreto enquanto conversava com Laura que decidiu lhe fazer companhia.

Era tão bom ver meu moreno sorrindo e se divertindo, era melhor ainda quando ele esbarrava em mim de proposito e dizia "Eu te amo moleque" com aquela voz máscula de forma que só eu e ele poderíamos escutar, depois se afastava com a bola nos pés driblando o pequeno Vinicius como se nada tivesse acontecido.

Era incrível como Caio era diferente de Caique fisicamente, dificilmente algum desconhecido arriscaria em afirmar que os dois são irmãos, Caio era moreno assim como a mãe e Caique branquinho assim como o pai, Caio tinha um rosto de moleque mesmo aos dezoito anos enquanto Caique tinha um rosto mais sério, de um verdadeiro adulto, os olhos de Caio eram pretos escuros, já os do irmão, castanhos claros, ambos tinham músculos, mas Caio fazia um estilo quanto maior melhor, enquanto Caique era, digamos que um magrinho saliente.

Depois de um tempo, já cansados e bastante suados, decidimos que era hora de parar.

Com exceção de Caique que foi ao encontro de Fagner, caímos todos ofegantes um ao lado do outro sobre a grama verde.

– Um banho agora até que cairia bem – digo.

– Vamos para a Lagoa! – Diz Vinicius apoiando os antebraços na barriga de Caio, dividindo seu olhar entre nos dois – Vamos, vamos, vamos! – finalizou entusiasmado com a ideia que dera.

– Boa ideia – Caio diz se sentando.

– Que lago? – pergunto a ninguém em particular também me pondo sentado.

– É muito lindo amo...

– Amor? – Vinicius indaga confuso – Meu pai chama minha mãe de amor.

Olhei para Caio meio apreensivo e sem saber o que responder. Ele me respondeu com o mesmo olhar.

– E quem foi que falou a palavra amor aqui? Em, em – Caio disse em tom de brincadeira, começando a fazer cocegas na barriga do menino que caiu deitado no chão se acabando de rir – Não tá lavando as orelhas né seu sujinho.

Era uma forma de distração, boa, aliás. Tomara que dê certo.

– Eu... eu lavo... sim – respondia com dificuldades por causa das cocegas que Caio lhe fazia.

Era impossível continuar apreensivo vendo um sorriso tão doce e inocente como aquele.

– E então, vamos ou não? – indaguei.

– Siiiim – Vinicius respondeu ainda empolgado.

– Ouviu o garoto né – Caio disse sorrindo. Visivelmente mais aliviado.

CAIO: O Namorado De Minha Amiga (Romance gay - LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora