CAPITULO 25

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Sempre tive vontade de conhecer Nova York.

Mas nunca imaginei que iria à Nova York por conta de um velório. O clima contribuiu muito para a ocasião, estava nublado, mas o sol ainda insistia em sair.

Não conhecia a maioria das pessoas que estavam ali. Provavelmente devem ser amigos da mãe dele ou parentes.

Todos usavam preto. Nunca entendi direito o porquê de sempre usarem preto nos velórios.

Meus olhos procuram por pessoas conhecidas. E foi então, que eu o vi. Eu esperava o encontrar no baile da Taylor, mas não tinha me preparado para encontrar ele aqui.

Seus olhos se encontraram com os meus e pude jurar que os vi brilhar. Desvio imediatamente e procuro por Connor, que estava ao lado do seu irmão.

– Hey - abracei-o - Sinto muito.

– Obrigado, ver você aqui me deixa um pouco feliz - Connor sorriu fraco.

O padre começou a falar e logo depois de alguns discursos, incluindo o do Connor, o caixão foi enterrado.

As pessoas começaram a se despedir, à medida que estavam indo embora. Me afastei um pouco das pessoas, era minha primeira vez em um velório.

– Anne.

Não precisei me perguntar quem era. Só existia uma pessoa no mundo que me chamava assim.

– Oi - sorrio pequeno.

– Já faz um tempo desde a última vez que nos vimos.

– É, faz sim.

Ficamos em silêncio por alguns instantes encarando um ao outro.

– Como você está? - perguntou.

– Bem e você?

– Bem.

Silêncio novamente.

- Aaliyah me contou que você enviou currículos para agências de fotografia...recebeu alguma resposta?

- Ainda não.

- Vai conseguir, caso contrário, eles é quem vão perder.

- Obrigada.

Shawn sorriu pequeno.

– Acho melhor eu voltar, Connor deve estar me esperando - digo e Shawn assente - Tchau, Shawn.

- Tchau, Anne. 

Pegamos um táxi até a casa dos pais do Connor. Durante o caminho, Connor permaneceu quieto e apoiou a cabeça no meu ombro.

Mas quando chegamos ao quarto que costumava ser o dele quando estava em Nova York, ele chorou. Connor chorava tanto que eu tive medo de que ele nunca mais fosse parar.

O abracei enquanto ele chorava e soluçava.

– Estou aqui - digo ainda abraçada a ele.

Connor chorou até dormir. E quando acordou, tentei convencê-lo a comer alguma coisa.

– Não estou com fome.

– Eu sei, mas você tem que comer.

– Não consigo.

– Consegue sim, por favor, só um pouco.

Connor pareceu não ter ficado muito convencido.

– Por mim.

Connor respirou fundo e começou a comer. Não comeu tudo, mas já era grande coisa.

– O que eu vou fazer agora, Lie? Eu me sinto tão sozinho.

– Você não está sozinho, você tem seu irmão, seus amigos...tem a mim. Pensa que sua mãe não vai mais sentir a dor que ela sentia por conta do tratamento. Além disso seu irmão também precisa de você.

– Não sei o que seria de mim sem você.

Sorrio pequeno.

Fiquei em Nova York por cinco dias. Connor ainda estava muito mal, mas infelizmente, eu tinha que voltar.

– Se precisar de alguma coisa, liga para mim, e, se eu não puder resolver, fala com seu irmão ok? Eu mando mensagem quando chegar.

– Tudo bem, não se preocupe. Você já fez muito por mim.

– Queria poder ficar mais um pouco.

– Você precisa voltar, está tudo bem. Vou ficar bem.

Sorrio pequeno.

– Amo você - digo.

– Também amo você.

Cheguei à Paris na manhã do dia seguinte. A única coisa que eu conseguia pensar era em dormir, e foi isso o que eu fiz durante horas até Sam aparecer na minha casa.

- Oi - ela sorriu e me abraçou - Como você está?

- Bem, acho.

- Eu tenho certeza que bem, você não está.

- Você nem imagina quem eu encontrei lá - digo enquanto tomava um gole do suco de laranja que Sam havia feito.

- Quem?

- Shawn.

- Não estou surpresa, ele e o Connor são amigos. É óbvio que ele estaria lá.

- Eu sei, mas não estava pronta para vê-lo.

- Vocês se falaram?

- Apenas nos cumprimentamos, digamos assim.

Sam respirou fundo. Como se estivesse evitando falar sobre um assunto no qual eu sabia exatamente qual era.

No dia seguinte, Sam e eu fomos alugar os vestidos para o baile da Taylor. Confesso que não estava com a mínima vontade de sair de casa hoje, mas Sam, vendo o meu estado, disse que sair de casa seria bom para mim.

E nós realmente precisávamos alugar os vestidos, já que faltava menos de uma semana para o baile.

O baile seria em um local aqui em Paris e agradeço mentalmente por isso, não estou podendo viajar muito devido a universidade e ao trabalho na cafeteria.

Enquanto Sam, já tinha escolhido o seu vestido, eu ainda estava procurando um que me agradasse.

– O que você acha desse? - perguntei a Sam enquanto provava mais um dos vestidos.

– Acho que esse é muito exagerado, não combina com você.

Depois de experimentar vários outros vestidos, finalmente achei um que era a minha cara. Era simples, mas bonito.

Quando cheguei em casa, resolvo ligar para minha irmã. Sentia sua falta, e nesse momento, eu desejava que ela estivesse aqui comigo.

Olha só quem lembrou que tem uma irmã - Amalie brincou.

– Você é tão engraçada - falei com ironia.

– Eu sei, eu daria uma ótima humorista.

Rimos.

– Como você está? - perguntou.

Não muito bem, preciso te contar algumas coisas que aconteceram.

Falei sobre o que tinha acontecido com a mãe do Connor, sobre eu ter mandado currículos para agências de fotografias, o baile da Taylor e sobre ter encontrado o Shawn no velório.

Sinto muito pelo Connor e por você. Eu sei o quanto você gostava da mãe dele.

– Obrigada, Malie.

– Você e o Shawn, já conversaram?

– Não, continuamos sem nos falar.

– Lie...

– Não, Malie, por favor, não quero falar sobre esse assunto agora.

– Tudo bem.

Mudamos de assunto e não tocamos no nome do Shawn até nos despedirmos.

Paris In The Rain | shawn mendes fanfic Onde histórias criam vida. Descubra agora