Sempre tive vontade de conhecer Nova York.
Mas nunca imaginei que iria à Nova York por conta de um velório. O clima contribuiu muito para a ocasião, estava nublado, mas o sol ainda insistia em sair.
Não conhecia a maioria das pessoas que estavam ali. Provavelmente devem ser amigos da mãe dele ou parentes.
Todos usavam preto. Nunca entendi direito o porquê de sempre usarem preto nos velórios.
Meus olhos procuram por pessoas conhecidas. E foi então, que eu o vi. Eu esperava o encontrar no baile da Taylor, mas não tinha me preparado para encontrar ele aqui.
Seus olhos se encontraram com os meus e pude jurar que os vi brilhar. Desvio imediatamente e procuro por Connor, que estava ao lado do seu irmão.
– Hey - abracei-o - Sinto muito.
– Obrigado, ver você aqui me deixa um pouco feliz - Connor sorriu fraco.
O padre começou a falar e logo depois de alguns discursos, incluindo o do Connor, o caixão foi enterrado.
As pessoas começaram a se despedir, à medida que estavam indo embora. Me afastei um pouco das pessoas, era minha primeira vez em um velório.
– Anne.
Não precisei me perguntar quem era. Só existia uma pessoa no mundo que me chamava assim.
– Oi - sorrio pequeno.
– Já faz um tempo desde a última vez que nos vimos.
– É, faz sim.
Ficamos em silêncio por alguns instantes encarando um ao outro.
– Como você está? - perguntou.
– Bem e você?
– Bem.
Silêncio novamente.
- Aaliyah me contou que você enviou currículos para agências de fotografia...recebeu alguma resposta?
- Ainda não.
- Vai conseguir, caso contrário, eles é quem vão perder.
- Obrigada.
Shawn sorriu pequeno.
– Acho melhor eu voltar, Connor deve estar me esperando - digo e Shawn assente - Tchau, Shawn.
- Tchau, Anne.
Pegamos um táxi até a casa dos pais do Connor. Durante o caminho, Connor permaneceu quieto e apoiou a cabeça no meu ombro.
Mas quando chegamos ao quarto que costumava ser o dele quando estava em Nova York, ele chorou. Connor chorava tanto que eu tive medo de que ele nunca mais fosse parar.
O abracei enquanto ele chorava e soluçava.
– Estou aqui - digo ainda abraçada a ele.
Connor chorou até dormir. E quando acordou, tentei convencê-lo a comer alguma coisa.
– Não estou com fome.
– Eu sei, mas você tem que comer.
– Não consigo.
– Consegue sim, por favor, só um pouco.
Connor pareceu não ter ficado muito convencido.
– Por mim.
Connor respirou fundo e começou a comer. Não comeu tudo, mas já era grande coisa.
– O que eu vou fazer agora, Lie? Eu me sinto tão sozinho.
– Você não está sozinho, você tem seu irmão, seus amigos...tem a mim. Pensa que sua mãe não vai mais sentir a dor que ela sentia por conta do tratamento. Além disso seu irmão também precisa de você.
– Não sei o que seria de mim sem você.
Sorrio pequeno.
Fiquei em Nova York por cinco dias. Connor ainda estava muito mal, mas infelizmente, eu tinha que voltar.
– Se precisar de alguma coisa, liga para mim, e, se eu não puder resolver, fala com seu irmão ok? Eu mando mensagem quando chegar.
– Tudo bem, não se preocupe. Você já fez muito por mim.
– Queria poder ficar mais um pouco.
– Você precisa voltar, está tudo bem. Vou ficar bem.
Sorrio pequeno.
– Amo você - digo.
– Também amo você.
Cheguei à Paris na manhã do dia seguinte. A única coisa que eu conseguia pensar era em dormir, e foi isso o que eu fiz durante horas até Sam aparecer na minha casa.
- Oi - ela sorriu e me abraçou - Como você está?
- Bem, acho.
- Eu tenho certeza que bem, você não está.
- Você nem imagina quem eu encontrei lá - digo enquanto tomava um gole do suco de laranja que Sam havia feito.
- Quem?
- Shawn.
- Não estou surpresa, ele e o Connor são amigos. É óbvio que ele estaria lá.
- Eu sei, mas não estava pronta para vê-lo.
- Vocês se falaram?
- Apenas nos cumprimentamos, digamos assim.
Sam respirou fundo. Como se estivesse evitando falar sobre um assunto no qual eu sabia exatamente qual era.
No dia seguinte, Sam e eu fomos alugar os vestidos para o baile da Taylor. Confesso que não estava com a mínima vontade de sair de casa hoje, mas Sam, vendo o meu estado, disse que sair de casa seria bom para mim.
E nós realmente precisávamos alugar os vestidos, já que faltava menos de uma semana para o baile.
O baile seria em um local aqui em Paris e agradeço mentalmente por isso, não estou podendo viajar muito devido a universidade e ao trabalho na cafeteria.
Enquanto Sam, já tinha escolhido o seu vestido, eu ainda estava procurando um que me agradasse.
– O que você acha desse? - perguntei a Sam enquanto provava mais um dos vestidos.
– Acho que esse é muito exagerado, não combina com você.
Depois de experimentar vários outros vestidos, finalmente achei um que era a minha cara. Era simples, mas bonito.
Quando cheguei em casa, resolvo ligar para minha irmã. Sentia sua falta, e nesse momento, eu desejava que ela estivesse aqui comigo.
– Olha só quem lembrou que tem uma irmã - Amalie brincou.
– Você é tão engraçada - falei com ironia.
– Eu sei, eu daria uma ótima humorista.
Rimos.
– Como você está? - perguntou.
– Não muito bem, preciso te contar algumas coisas que aconteceram.
Falei sobre o que tinha acontecido com a mãe do Connor, sobre eu ter mandado currículos para agências de fotografias, o baile da Taylor e sobre ter encontrado o Shawn no velório.
– Sinto muito pelo Connor e por você. Eu sei o quanto você gostava da mãe dele.
– Obrigada, Malie.
– Você e o Shawn, já conversaram?
– Não, continuamos sem nos falar.
– Lie...
– Não, Malie, por favor, não quero falar sobre esse assunto agora.
– Tudo bem.
Mudamos de assunto e não tocamos no nome do Shawn até nos despedirmos.
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Paris In The Rain | shawn mendes fanfic
FanficNão tendo o apoio dos seus pais para seguir fotografia, Annelie Moore vai à Paris para tentar ser fotógrafa, porém, as coisas não são tão fáceis assim e o universo parece conspirar contra ela. Até que um dia chuvoso em Paris, ela conhece Shawn Mende...