Capítulo dezesseis

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Wanda

Lá estava eu, toda bela e folgada em uma das camas de descanso do hospital. Essas camas são mais confortáveis que as minhas, como pode? Na cama ao meu lado estava Natasha. Tenho certeza absoluta de que daqui uns anos nós duas certamente seríamos o Hitchcook e o Scully, só que em versões femininas e em um hospital.

— Wanda, o que você ainda está fazendo aqui?

— Estou relaxando, não está vendo?

— Achei que seu horário de trabalho já havia acabado.

Olhei para o relógio na parede da sala e ela estava certa. Havia acabado há 15 minutos atrás. Estava tão acostumada a vir procastinar nessa sala que virou um costume até demais. Levantei, preguiçosa e saí da sala, indo pegar minhas coisas no vestiário.

Estava dirigindo em direção à minha casa, mas mudei de ideia, não estava a fim de chegar em casa, fazer um miojo pra mim e ainda ter que limpar a casa. Portanto, mudei o caminho indo para um lugar que fazia um tempo que não ia. Não muito tempo assim, mas de qualquer jeito..

Entrei no bar que tinha algumas ruas antes do meu prédio e me sentei no balcão.

— Quem é vivo sempre aparece, né fofa? – o barman que sempre me atendia, veio falar comigo, debochado como sempre.

— Eu voltei para sua alegria! – dei uma risadinha.

— O mesmo de sempre? – assenti com a cabeça e alguns instantes depois ele voltou com minha bebida.

— Obrigada, Linus.

— Então, minha diva. O que te trouxe de volta à esse bar horroroso de esquina? Quais as decepções da vez?

— E desde quando eu preciso de decepções pra encher a cara? – dei um gole na minha bebida.

— Realmente – deu de ombros e pegou um pano para limpar o balcão.— E aquele teu irmão delícia como vai? Fiquei sabendo que ele saiu do armário.

Quase me engasguei com a bebida de rir.— Chegou tarde, amado. Ele está noivo.

— Não acredito! – Linus se lamentou. — Nem tive a chance de ter meus momentos...

— Você não tem jeito.

— Não mesmo. Mas me diga, e os teus machos? Preciso me atualizar.

Dei um longo gole na bebida. Que machos que eu tenho? Bem, tinha Karev, um colega do hospital. Nós sempre tivemos uma.. amizade colorida por assim dizer. Nos beijavamos de vez em quando e depois fingíamos que nada tinha acontecido. Inclusive, quando James apareceu no hospital aquele dia, estavamos se beijando na sala de descanso. Saí de lá toda plena, com a cara perfeita de sonsa desentendida que tenho. Natasha ficou desconfiada, a bicha era difícil de enganar. Mas não tinha o que esconder também.

E tinha James.. meu querido insuportável vizinho com quem eu andei transando nos últimos tempos. Mas também não era nada demais... Eu acho. Tá certo que ele era realmente muito bom na cama e aquela língua dele...... uh.

— Por que você tá com essa cara, sua estranha? Quem é o bofe da vez? – falou enquanto enchia meu copo.

— Obrigada, Linus. Estou transando com meu vizinho mas eu o odeio. Quero deixar claro.

Linus soltou uma gargalhada.— "Inimigos" que se odeiam e depois transam, meu caso preferido. É nesse capítulo que você vai falar "eu não gosto dele" e vai ser aí que vai perceber que gosta dele, de fato? – franzi a testa, não entendendo o que ele estava querendo dizer. — Deixe pra lá, gata. É só mais pra frente.

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