APENAS UM COMENTÁRIO

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E A NOTICIA QUE O MUNDO NÃO ACREDITOU SAIU: EU VOLTEI.

Comentem bastante. Amo vocês.


Capítulo 4 – Apenas um Comentário

Tinha alguma coisa errada e eu não estava ficando louco.

Tudo bem que eu admito ser um pouco paranoico as vezes e que tenho uma leve inclinação para achar que o mundo está contra mim, mas esse não é o caso, eu juro que não.

Eu estou tentando ignorar tudo ao meu redor e me focar no meu trabalho, porque eu sei que o professor vai comer a minha bunda no seco se eu não entregar essa merda, mas é difícil quando se tem alguém te encarando.

Não que eu não estivesse acostumado a lidar com algumas distrações, eu estava, por exemplo, eu poderia lidar com o Jackson mastigando de boca cheia na minha frente, e poderia lidar com todo o falatório do refeitório, mas o olhar de Jungkook era quase físico em mim, impossível de ser ignorado facilmente e eu estava a um passo de levantar, andar até o outro lado do refeitório, apenas para dar um grande soco na cara dele e fazer ele parar com tudo aquilo.

Não havíamos conversado direito depois da festa, em parte, porque eu ainda estava tentando entender, aceitar e esquecer o que havia acontecido. Quer dizer, não havia sido grande coisa e eu poderia culpar a bebida, o clima e a música por ter me deixado tão influenciável ao erro, mas sempre que eu lembrava dos olhos dele sobre a luz vermelha, sua respiração tão perto da minha... era difícil me convencer de que não havia rolado alguma coisa, ou, no mínimo, que eu havia me perdido.

Era confuso, e eu estava negando o máximo que eu podia, porque era o Jeon e a gente não se via dessa forma, e qualquer pensamento que passasse pela minha mente, só era idiota em absoluto, além de ser uma merda e um grande problema.

Então, sim, eu estava ignorando tudo aquilo e agradecia por ele colaborar e não tocar no assunto, mas ele poderia parar de ficar me olhando como se eu tivesse comido o último bolinho da padaria.

Eu não era burro, ele também estava receoso sobre alguma coisa e isso talvez fosse o que deixava tudo ainda mais estranho, porque ele não costumava ter noção ou bom senso pra nada, mas ele não apenas havia me deixar em casa depois da festa sem comentar sobre o ocorrido, como também não havia me perturbado no domingo, me deixando, enfim, assistir alguns episódios da minha série, o que era, de longe, uma das maiores bem feitorias dele.

De manhã, ele me ofereceu carona e eu aceitei, porque havia madrugado e tava cansado demais para andar, sem ânimo para qualquer outra coisa que não fosse respirar. Era estranho ficar em silêncio, mas ele não havia conversado mais do que algumas poucas palavras durante todo o caminho, e isso me deixava com aquela sensação de que as coisas estavam mais estranhas do que o normal, e o normal já era bem esquisito.

Nos separamos quando chegamos na faculdade, ele foi atrás dos amigos dele e eu fui procurar o Jackson, por falta de opção, e quando encontrei meu amigo sentado no refeitório, comendo quatro coxinhas às 9 horas da manhã, eu percebi que o mal do século era o universitário.

– Ele tá te encarando. – Disse com a boca cheia.

– Eu sei, Jackson. Eu tenho olhos. O que você quer que eu faça?

– Sei lá. Vai lá e mete um chutão na costela, ou um beijão na boca e resolve o problema dele. Tá me deixando constrangido. – Reclamou.

– Você tá comendo coxinha às nove da manhã, com um copo de mango loko, ele não é a única pessoa que tá encarando a gente. – Eu reclamei, voltando a olhar pros papéis na minha frente. – Você sabe que isso ainda vai te matar, né?

Apenas um Acordo - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora