Capítulo 10 – Apenas a puberdade
Eu me fiz consciente de que havia algo errado ainda muito novo. Jungkook costumava ser muito carinhoso, do tipo que estava o tempo todo cuidando de mim e isso era ótimo no começo, porque eu era solitário e confuso e ele era tudo o que eu tinha, mas quando as peças começaram a se encaixar e os abraços começaram a ser logos demais e gostosos demais e Deus, necessários demais, eu percebi que precisava me afastar.
Ele era meu vizinho, era mais sociável do que eu na época, tinha muito mais amigos e oportunidades, já deveria ter dado o primeiro beijo e já deveria saber o que aquele maldito frio na barriga significava, mas eu precisei passar uma noite inteira observando ele dormir agarrado a mim como se eu fosse a merda de um travesseiro, pensando como seria beijar a boca dele, para perceber que, talvez sim, talvez eu tivesse sentimentos a mais.
Talvez eu não o visse apenas como um amigo.
E me doía para caramba pensar que a cada carinho e a cada abraço ou novo beijo na bochecha, ele estava sendo apenas fraternal ou amigável, que a cada vez que me ensinava uma nova coisa, ou que me abraçava para ver um filme, ou me dava um beijo de boa noite, ou trocava uma festa para ficar comigo falando sobre coisas aleatórias ou jogando no meu vídeo game velho, ele estava fazendo isso pelos velhos tempos, pela nossa amizade e não porque tinha sentimentos, mas eu estava começando a ter e tudo se perderia se ele não parasse, se eu não colocasse limites.
Fechar a porta para ele, impedir que ele entrasse foi a coisa mais difícil que eu passei a fazer. Dizer não para Jungkook, foi a coisas mais dolorosas da minha vida, me doeu a cada segundo que eu o vi longe de mim, doeu quando eu o mandei procurar outras pessoas, e foi um inferno maior ainda quando achei que Jaehyung pudesse ocupar meu coração, porque ao inferno com isso, ele não poderia.
Mas eu tinha que entender que Jungkook era apenas o Jeon, o Homem que era carinhoso, amigável e todas aquelas coisas doces e gentis, mas que nunca seriam pelos motivos que eu queria que fosse e que no final acabaria me machucando. Eu não queria mais ser seu amigo, porque era doloroso ficar ao seu lado e se não fosse para ser do meu jeito, eu preferia que não fosse de jeito nenhum.
Mas ele era irritante e insistente como o inferno e só Deus sabe, o que eu passei ao lado daquele garoto.
Conforme crescíamos, vários boatos surgiam e de repente eu não sabia mais quem ele era. Ele havia de fato virado um homem, atraente, sexualmente ativo e que poderia fazer o que quisesse da vida dele e eu não poderia reclamar daquilo, por mais que me irritasse como o inferno, porque era a vida dele e ele podia fazer o que quisesse.
Eu tentei fugir dele e me mudar, mas ele me seguiu e parecia que todas as minhas tentativas de sair do lado dele, eram em vão, porque por mais que eu corresse, lá estava ele, pronto para me lembrar que eu sempre estaria andando em círculos.
E eu jurei que tinha superado, que estava tudo sob controle, que eu estava bem e que aquilo era passado, mas bastou uma bebida, uma luz baixa e um clima pesado, para eu me ver perdido nele novamente.
Jackson estava certo, eu queria aquilo. Eu era um maldito pervertido, que queria ver ele entre as minhas pernas pelo menos uma vez e eu estava certo, porque ver aquilo, deveria ser considerado um pecado e eu iria por inferno por isso.
No começo eu jurava que ele estava zoando com a minha cara, debochando de mim e da minha queda por ele, que ele havia descoberto tudo e agora eu estivesse na merda, mas ele realmente havia feito aquilo e havia sido tão bom e tão real e tocar ele era como ir ao céu, era exatamente como eu sempre havia sonhado.
Ele havia me ajudado, havia sido um momento seguro, onde eu não havia ficado exposto, onde era estritamente carnal, ele não havia percebido segundas intenções e isso era tudo o que importava. Eu estava seguro novamente.
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Apenas um Acordo - Jikook
Fanfiction|Tentativa de Comédia| Reescrevendo| Jeon Jungkook sempre foi aquele tipo de cara chato que me seguia pelos lugares apenas para poder observar e rir da minha desgraça, ele definitivamente era um demônio na minha vida. Nos conhecemos desde pequenos...