Se eu pudesse me escrever uma carta
Para a eu de anos atrás, eu iria dizer:
Não há nada de errado com você.
Você é capaz de amar, como qualquer um,
porque o amor existe de várias formas.
Vai achar a sua.
Eu diria: não se machuque tanto tentando se encaixar,
seu lugar nesse grande quebra-cabeça existe
ele te cabe perfeitamente.
Eu diria: querida, não beije por beijar, você sabe que não gosta,
e que o vômito depois no banheiro não foi pela bebida.
Não, você não é fria.
Você é quente como o sol
e nem ele esquenta todo mundo.
Eu diria: se não quer dançar com alguém, dance sozinha.
A pista de dança é sua, amor.
Rodopie e voe nela, você não precisa de ninguém para voar.
Só das suas asas.
Então não deixe ninguém as cortar.
Eu diria para não perder tanto tempo tentando se apaixonar por estranhos
quando devia estar se amando.
E que aquilo não era amor.
Não se prenda sem querer por medo de ficar sozinha,
no fim da peça, cada ator vai para um lado.
Viva de verdade e não em uma peça.
Se abrace, desfrute da sua companhia, ache o seu cantinho.
Embrace quem é você ao invés de sofrer tanto tentando ser algo que não é.
E lembre-se: bolo de banana é muito bom com café.
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Pseudópodes e outros poemas
PuisiEu disse que era assexual, Ele me perguntou se eu era uma ameba. [Coletânea de poemas sobre a assexualidade]