IV

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    O que?
    — Não estou te seguindo, só estava indo pelo menos caminho que você. — Não era totalmente mentira.
    — É mesmo?
    Tinha um sorrisinho em seus lábios que eu não sabia identificar se era algo bom ou ruim.
    — Posso ver seu celular então? Deve ter umas fotos bem interessantes aí.
    Que merda, como ele descobriu?
    — Não, é minha privacidade. — Tento me defender.
    Adam não responde, fica me encarando por alguns segundos antes de tirar suas mãos de perto de mim.
    — Tudo bem, tanto faz. — Ele começa a se retirar.
    — Espera... — Murmuro. — Obrigada pela passagem, vou te dar o dinheiro amanhã.
    Amanhã? Realmente não sei controlar minha boca.
    — Não se incomode, você precisava mais do que eu.
    Depois que Adam fecha a porta, escorrego da parede até o chão com os batimentos cardíacos acelerados.
    O que tá acontecendo comigo? Por que meu coração tá batendo tão rápido que parece que vai sair do peito?
    Saio da "dispensa" do zelador e vou direto pra aula com os pensamentos descontrolados e o rosto completamente vermelho.
                                          ~•~
    No horário do almoço, nós 3 sentamos em uma mesa nos fundos do refeitório onde podemos observar a tudo e a todos.
    — Sinceramente, acho que a senhora Martins já devia estar no museu de tão velha que é.
    Dou uma risada.
    — Se ela souber disso, Will, você vai pra detenção. — Digo entre risos e bebericando minha coca cola.
    — Depois reclama que tá gorda e não sabe o porquê. — Provoca Valerie, entrando na conversa e observando meu refrigerante como se fosse a coisa mais mortal do mundo.
    Recentemente Val começou uma dieta que viu na internet onde consiste em comer na maioria das vezes apenas frutas e legumes. E beber bastante água, por isso que abandonou qualquer tipo de refrigerante.
    — Deixa de ser chata garota, eu hein. — Reclama Will, devorando seu taco.
    Ela rola os olhos e olha pra sua salada de mau humor.
    — Tudo que eu queria agora era: férias, festas, muitos garotos, bebidas e salgadinhos. Só isso. É pedir demais? — Implora ela, deixando de comer sua salada.
    — Sabia que essa dieta aí não ia funcionar. É a décima quarta vez que você tenta. — Comento.
    — Não precisa me relembrar da minha desgraça ok? Obrigada, de nada.
    Não me lembro do que ia responder pois vejo Adam Benson caminhando pelo refeitório com uma bandeja cheia de comida. E estava olhando pra cá.
    — É impressão minha ou um garoto lindo tá olhando pra gente? — Questiona Val.
    — Você quer dizer pra mim né baby?
    Ignoro a discussão deles de quem é o melhor candidato pra sentar em Adam e continuo olhando.
    Será que ele vai vir sentar com a gente?
    Tenho minha resposta quando o vejo sentar-se em uma mesa cheia de garotos a não ser por uma morena sentada de frente pra ele, pelo visto já fez amigos. Até um cego poderia ver que essa garota estava dando em cima dele, exibindo aqueles peitos provavelmente falsos.
    — E o que você acha?
    Meus pensamentos se dissolvem e olho pra ela.
    — Uma ótima ideia. — Digo sem saber do que ela estava falando.
    — Então você faria minha lição de casa por 2 semanas? Aí obrigada.
    — Que?
    Ela pega um ovo cozido e balança duas vezes na minha frente.
    — Sai pra lá. — Tiro o ovo de sua mão e boto de volta na sua salada.
    Os dois caem na gargalhada.
                                   
   
   
   
   
   

O Garoto do Metrô Onde histórias criam vida. Descubra agora