Infelizmente o clima e a dança acabam quando Will entra no corredor com uma cerveja na mão.
— Eita, interrompi alguma coisa? — Pergunta com um sorrisinho no rosto.
— Não tem nada pra ser interrompido aqui.
Will para minha passagem no corredor.
— Adam querido, pode levar minha filhinha pra casa? Valerie está bêbada demais pra dirigir e eu não quero ver meu carro em cima de um telhado amanhã. — Ele balança as chaves na mão.
— Você não pode dirigir?
— Lamento mas só volto pra casa amanhã, tem muita carne nova pra perder hoje. — Will consegue ser muito convincente quando quer, com um olhar e você já não tem mais escolha a não ser aceitar.
Faço uma nota mental pra agradecer ele mais tarde.
— Então você sabe dirigir? — Pergunto quando entro no carro, na tentativa de puxar conversa.
— Não, última chance pra você reconsiderar. — Ele brinca, ligando o carro e dando ré.
— Prefiro arriscar.
A volta pra casa é silenciosa e confortável com uma música de Katy Perry ao fundo. Will é viciado nela e por isso não temos muitas opções de música pra ouvir.
Era quase meia noite quando chego em casa. Adam sai do carro e me acompanha até a porta, como o cavalheiro que é.
— Te vejo no colégio?
Assinto e recebo um beijo na bochecha.
Entro em casa com minha mãe sentada no sofá, me encarando.
— É com aquele ali que você transou?
Bem direta.
— Credo mãe. É só um amigo.
— Seu pai era só "um amigo" e aqui estamos. — Ela faz aspas no ar.
— Mãe, por favor.
Ela levanta e me dá um abraço.
— Fico feliz que esteja bem.
~•~
Vou pro colégio toda feliz, ontem foi uma noite incrível e eu não paro de lembrar as cenas.
— Mia tá apaixonada! — Grita Valerie, pelos corredores.
— Você é retardada?
Sorte minha que chegamos um pouco cedo hoje e não tem quase ninguém nos corredores.
— Me diz que eu to errada.
— Você tá errada.
— Não acredito em você.
Nem eu to conseguindo acreditar em mim mesma.
Ficamos sentadas na mesa do refeitório esperando a aula começar.
— E o seu emprego?
— Rosana se mudou pra outra cidade. —Falo meio triste por Valerie ter feito eu me lembrar.
O sinal toca e vou pra aula de matemática. Dessa vez Adam senta do meu lado na maior naturalidade possível, nos cumprimentamos e a aula começa. O tempo todo sinto a presença dele do meu lado, o tempo todo sinto seu cotovelo naturalmente encostado no meu braço.
Enquanto o professor demonstrava diversas formas de fazer aquela conta absurda, Adam desenhava um boneco de palito com uma cara de choro.
— É assim que eu me sinto na aula dele.
Sorrio por estar compartilhando esses pequenos momentos com ele.
A aula acaba e nos separamos. Esse pequeno tempo longe dele já me deixa sem vontade de ir pra aula.
Aula de química, ainda por cima.
Fico esperando o professor dentro da sala, sou a única pessoa presente ali. Aproveito o tempo em que os outros ainda não chegaram e boto meus fones de ouvido.
Aperto no play, deixo a música de ontem preencher meus ouvidos e deixo minha mente fantasiar.
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O Garoto do Metrô
RomanceTodo mundo fala que quando você vê pela primeira vez uma pessoa na rua ou em qualquer outro lugar, que se sente atraída por ela, jamais irá vê-la novamente. Mas não foi isso que aconteceu com Mia Victoria Losangez. Aos 16 anos de idade, Mia esbarra...