O Garoto do Metrô

XI

    Val sorri.
    — Isso eu já sabia, conta uma novidade por favor? E além disso, você acha mesmo que ele te ama? — Provoca, mas sei que está prestes a chorar. — Ele só está te usando como me usou, flor. Acontece que você também é só mais uma putinha que vai ser descartada.
    — Estou com ele há anos, se ele não me amasse então porque estaria comigo? — Ela ri. — Benjamin não gosta de putas, meu amor. Como dizem, tal mãe tal filha.
    Valerie fica tão puta que pula em cima de Camile Literalmente. Ela está cega de raiva, agarra seus cabelos e a puxa pra longe, Camile dá um grito e tenta se soltar.
    A música já tinha parado e todos mundo já estava gritando: "briga de garotas!". Alguns gravavam e outros olhavam chocados.
    — Valerie! — Berro indo pro meio da briga das duas.
    Ela me empurra pra longe e solta os cabelos de Camile, jogando-a no chão. Adam e Tyler tentam segurar Valerie, mas ela dá um grito alto o bastante pra todo colégio ouvir e se solta bruscamente.
    Camile se levanta e parte pra cima de Val, mas ela é burra o suficiente pra não saber que Val é treinada e já a estava esperando. Ela chuta sua perna esquerda, fazendo-a cair no chão.
    O diretor já tinha chamado os seguranças mas Val não ligou, pegou o copo de refrigerante da mesa e jogou tudo em cima de da cabeça de Camile.
    — Pode ficar com o embuste do Benjamin, sei como adora pegar o restinho de alguém.
    Dito isso, ela sai do ginásio com passos apressados.
    Sigo ela pelo estacionamento do colégio e entro em seu carro. Segundos depois de fechar a porta, ela chora com a cabeça no volante, seu choro é silencioso mas cheio de emoção.
    — Essa noite foi uma merda. — Murmuro baixinho.
    Depois de alguns minutos de mim passando a mão em suas costas, ela me encara com os olhos vermelhos.
    — Com certeza foi. — Responde secando as lágrimas com as costas da mão. — Nossa senhora como eu odeio aquela garota.
    Nós duas rimos apesar da noite ter sido péssima.
    — Sabe que estou contigo pra tudo né?
    Valerie entrelaça sua mão na minha.
    — Claro. Mas não precisava entrar na briga, eu iria acabar com a raça dela de qualquer jeito. Ninguém me segura. — Ela dá uma risada maléfica.
    — Hospício que te espera garota.