Capítulo um

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Oi, meu nome é Harry Styles e eu tenho 15 anos. Quando mais novo eu era o garotinho da mamãe. Tirava as maiores notas da sala de aula e nunca fazia nada de errado, nada que fosse magoa-la. Eu sempre fui uma pessoa que gosta de admirar as pequenas coisas que a vida pode me proporcionar. Sempre. Gostava de abraços inesperados, palavras de amor e isso pode parecer que eu seja o tipo de cara meloso, mas não. Eu apenas gostava de ser amado. E yeah, eu sou gay. Morei toda a minha vida em Chesire, minha cidade natal, mas tudo mudou quando minha mãe nos relevou algo. Algo que iria mudar nossa vida para sempre. Quando digo para sempre, é verdade

Tudo começou quando minha mãe disse que era lésbica, eu não achei nada demais, já que eu gostava de garotos e nunca vi problema nisso, mas com minha irmã foi diferente, ela sim achou um grande problema. Minha mãe disse que ela havia descoberto em pouco tempo e que amou o nosso pai, mas com a namorada dela foi diferente, ela se sentiu melhor, sentiu a verdadeira Anne Styles fluir dentro dela.

Ela estava tão apaixonada e então, ela decidiu juntamente a sua namorada que nós iríamos todos pra Doncaster, cidade na qual ela mora. Claro, que foi um grande susto no começo, mas depois todos ficaram tranquilizados. Eu não tinha muitos amigos em Chesire, então não vi problemas. Mas com Gemma, tudo era um problema. Ela tinha grandes amigas e um namorado que nunca conhecemos, ela dizia que ele era um pouco tímido, mas uma vez eu a vi com ele e ele não parecia nada tímido, entendem o que eu quero dizer? Eu os vi no estacionamento da minha casa e eles estavam quase lá e como eu era uma criança eu achei nojento. Ela teve que aceitar, claramente, mas foi algo difícil.

Minha mãe dizia que Jay, sua namorada, era a melhor coisa que tinha acontecido na vida dela depois de mim e Gemma, ela estava tão radiante e eu estava tão feliz por ela. Ela ficou muito mal pela Gemma não ter aceitado primeiramente, mas depois de um tempo ela começou a aceitar minha mãe melhor. Não, ela não era homofóbica, ela apenas, bem, imagine se você descobre que sua mãe é o que ela é, isso é uma surpresa e é normal você se assustar no começo. É como um tombo que dói no começo, mas depois de um tempo sara.

Tudo aconteceu tão rápido e quando eu menos pude esperar já estávamos há três meses em Doncaster.

Jay era incrível! Toda manhã, não importava quando, estava sempre com um sorriso no rosto e o seu sorriso era deslumbrante. Minha mãe e ela estavam sempre juntas, trocando carinhos, falando palavras melosas e afetivas e estavam sempre se ajudando, não importava o quê. Jay tinha quatro filhas e um filho, todos do primeiro casamento e ela também havia descoberto que era lésbica juntamente a minha mãe. Elas duas foram à primeira uma para a outra em tudo nesse sentido. As filhas dela tinham apelidos de Lottie, Fizzy e sem apelidos as duas gêmeas, Daisy e Pheobe. E tinha seu único filho, Louis, ele era bagunceiro e rebelde, estava sempre, juntamente com seu amigo Zayn, usando jaquetas de couro e lápis nos seus olhos azuis. Ele fingia que eu não existia e eu mesmo querendo ter uma boa convivência com ele, fazia o mesmo.

Gemma estava sempre na dela. Havia aceitado a mamãe, porém depois de todos os acontecimentos ainda achava estranho ver sua mãe andando por ai beijando uma mulher. Eu sabia que no fundo, ela apenas sentia saudades do nosso pai, o qual nos deixou há sete anos. Ela sempre fora muito apegada a ele, sempre o ligava pra perguntar se estava bem e ele sempre a ignorou.

E tem eu. Bom, eu havia me acostumado rápido com as mudanças. Como nós tínhamos ido pra Doncaster no meio do ano, eu tive que sair da minha escola e ir para outra e foi fácil, já que Louis estudava em uma e eu fui para ela. E um detalhe nada importante, Louis estuda na mesma classe que eu. Eu não fiz muitas amizades de primeira, mas depois de duas semanas, comecei a se dar bem com dois caras, que também estudavam comigo, chamados Liam e Niall. Liam era melhor amigo de Niall e eu primeiramente comecei a puxar conversa com ele, o qual apresentou Niall para mim. Eu sai algumas vezes para apenas caminhar pelas ruas, mas a maior parte do tempo estava apenas no meu quarto, esperando que a vida passasse e pensando quando eu ia começar a viver de verdade.

Eu sentia os olhos de Louis sempre observando meus movimentos, mas eu achava que era só coisa da minha cabeça, já que ele só falou comigo no primeiro dia que fomos para Doncaster e foi um "Prazer em conhecê-lo" bem arrogante e irônico, o qual eu dei de ombros. Ele e Zayn saiam todos os dias, às vezes quando caminhava e eu os via em um estacionamento abandonado fumando. Numa das vezes eu os observei por um tempo.

Estava sendo a noite mais tediosa da minha vida. E como eu sempre fui dramático o suficiente, achei que era o fim do mundo. Tive a ideia de ir caminhar, algo que eu venho fazendo frequentemente desde que vim pra cá. E então eu fui.

Caminhava lentamente pelas ruas de Doncaster. Um vento frio bagunçava meus cabelos e quando ele vinha eu fechava meus olhos e aproveitava aquele momento mágico. Caminhei por um tempo e em uma rua qualquer observei Louis e Zayn sentados no capô de um dos carros do estacionamento abandonado. Eles estavam do outro lado da rua, Louis estava virado de costas para mim e Zayn me observava. Eu fiquei olhando por um tempo, até que percebi que aquilo seria estranho e comecei a caminhar novamente, olhando fixamente para o chão. Acordei do meu pequeno transe, quando eu escutei a voz calma de Zayn percorrer meus ouvidos. "Qual é o problema dele?" ele falou soltando a fumaça pelas narinas, causada pelo cigarro. Louis pela primeira vez olhou para mim e depois virou rapidamente, falando baixo, mas alto o suficiente para dar para escutar. "Ele é mudo, não percebeu?" e então eu gargalhei alto o suficiente e ele olhou para mim e depois eu apenas sai andando, ainda rindo, e sentindo olhares sobe mim.

-

Era uma segunda-feira e eu, Liam e Niall estávamos no refeitório da escola. Eu tinha dormido nas três primeiras aulas, porque acabei passando o domingo todo escrevendo uma redação que a professora de Artes passou, a qual adoravelmente -sentiu o sarcasmo?- disse que não ia querer a merda da redação. Então depois disso não estava afim de ficar pras últimas aulas, estava apenas fazendo companhia por um tempo para os garotos.

Depois de algum tempo apenas os observando comer e trocando algumas palavras decidi que era hora de ir para casa.

Saindo pelo portão enferrujado da escola avistei Louis entrando no seu carro, eu não o vi a semana passada toda e não o culpo já que eu saia do meu quarto só para almoçar e jantar e era nesses momentos que ele não estava em casa. Ele não me viu, então eu decidi que não iria pedir carona, já deu pra perceber que ele me odeia, então não vou lhe incomodar se ele não me quer por perto.

Caminhei só um pouco e um carro -o carro do Louis, melhor dizendo- se aproximou de mim. O carro parou e os vidros se abaixaram pela metade. Eu o olhei por um tempo, observando sua feição e ele também me observava e então para acabar com aquela tensão, que eu não sabia que existia até agora, ele disse:

- Você vai entrar ou vai ficar me olhando como uma garotinha?

Continua...

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